Capítulo 44🦋

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Meta, 90 estrelas e 100 comentários ✨.

Marcela.

Dias depois...

Hoje vai ser o tão esperado dia, o dia que irei ter a cabeça do coringa em uma bandeja, estou maravilhosamente bem, brota um sorriso em meu rosto só de pensar.

-Marcela porra- ouvi o meu ex gritar do lado de fora.

Abri a porta e ele logo entrou super nervoso, eu apenas fiquei esperando a criatura falar algo, mas o mesmo estava andando de um lado para o outro.

-Solta logo o papo que não tenho o dia todo, eu em- neguei com a cabeça.

-O JG vai invadir agora porra, como vou te tirar do morro a tempo?- perguntou e eu engoli em seco.

Quando eu ia falar algo ouvi os tiros, meu coração disparou junto. Estava tudo certo que eu fosse embora antes da invasão começar, mas sempre tem que dar alguma coisa errada nesse porra.

-Eu tenho que ir embora, mas que caralho- praticamente gritei.

Corri para o meu quarto, peguei a mala que já estava pronta. Fiz sinal com a cabeça pro Rafael, ele pegou a mala e foi saindo, não dá pra sair de carro, chamaria muita atenção e seríamos alvos rapidinho.

Fomos correndo pelos becos com muito cuidado pra não tomar tiro, a minha barriga já doía por conta do cansaço.

Parei segurando na parede e respirando fundo. O Rafa me olhava estranho e eu tentando retomar o fôlego.

-Agora não é hora de parar não Marcela, vem logo se não a gente que vai morrer nessa porra- gritou me fazendo ficar estressada.

Voltei a correr mesmo com dores na barriga, eu só pensava no meu amor que estava no forninho. Vi o coringa de relance e nossos olhares se cruzaram, me arrepiei de uma forma sombria.

-Parada aí caralho- gritou e eu parei pois estou desarmada.

Vi o Rafael apontar a arma pro coringa e me surpreendi com um disparo, o Rafa caiu no chão com um tiro na testa.

Senti uma dor insuportável na barriga e cai sentada, mas dessa vez não foi um disparo, foi o meu neném. Senti algo líquido escorrer e quando passei a mão que olhei, vi sangue, isso não poderia ser verdade, eu não posso estar perdendo uma criança que já  é tão amada por todos.

Eu estava quebrada por dentro, mas ainda não acreditava que não iria mais ser mãe, nem que acabei de perder um cara que me protegeu com unhas e dentes.

Vi o coringa cair no chão, o tio JG correu até mim ele mandou o Gui levar o coringa, eu só chorava, não conseguia falar nada, ele me viu sangrando e arregalou os olhos.

-Você foi ferida?- perguntou nervoso.

-Meu filho- foi a única coisa que eu consegui dizer em meio ao choro e ele logo intendeu baixando a cabeça.

Ele me pegou no colo e entramos em um carro, minha vista começou a embaçar e eu apenas cedi, não lutei contra, eu só queria morrer naquele momento, eu estou tão destruída por dentro, um vazio tomou conta de mim.

                            *****

Acordei com uma luz em meu rosto, olhei ao redor e vi que estava em um hospital, vi a médica entrar em meu quarto com uma cara não muito boa.

-Desculpa mas você acabou perdendo o bebê, quando você chegou já não tinha mais jeito, enquanto você dormia fizemos a retirada...- ela continuou falando mas eu não conseguia escutar mais nada.

Suspirei enquanto as lágrimas desciam, está tudo sem cor, um pedaço de mim foi embora, eu sempre sonhei com o momento de tocar em seu rostinho, sua mãozinha, sentir seu cheiro e te mimar muito.

A médica saiu da sala me deixando sozinha. Vi a Michelli entrar na sala de cabeça baixa e eu apenas a observei.

-Eu sinto muito, você não tem noção do quanto, vou cuidar de você agora viu, tudo vai ficar bem- disse me abraçando.

-Não vai ficar não, eu sinto um vazio enorme, parece que a qualquer momento vou morrer de tanta tristeza- falei apenas olhando para o teto.

-Por favor não diz isso Marcela, você vai superar, vamos superar juntas, vou te ajudar, eu juro- argumentou segurando o choro.

-Eu quero ficar um pouco só, por favor- pedi baixo.

-Eu tô aqui fora, se precisar, é só gritar- falou e logo saiu da sala.

Aquele momento não saia mais da minha cabeça, quando senti o sangue escorrer, já sabia oque tinha acontecido.

"Você sempre sera lembrado(a) meu amor" pensei enquanto as lágrimas insistiam em cair. Talvez demore pra mim superar, mas eu vou conseguir, por todos que ainda estão aqui ao meu lado.
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(Não me matem).

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𝓟𝓞𝓓𝓔𝓡𝓞𝓢𝓐Onde histórias criam vida. Descubra agora