Baile- capítulo 66🦋

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Michelli.

Algumas horas depois...

Já estou toda arrumada, pronta para ir pro baile, mas a Marcela resolveu se atrasar, chegou agora a pouco na casa alugada porque estava na casa da sua mãe terminando de matar a saudade, até entendo o seu lado, passou um bom tempo longe e já vai embora amanhã, tudo muito corrido.

Não estou com muito ânimo pra esse baile, estou brigada com o Gui e nem falando comigo ele tá, fico maluca com essas coisas, minha ansiedade fica atacada e eu não paro de pensar. Bom, mudando de assunto, estou com um vestido branco, curto e colado no corpo que tem um decote nos seios.

Vou de tênis, até porque nem salto eu trouxe, e chinelo acho muito pobre pra ir em uma festa. Peguei o meu celular e fui tentar me distrair pro tempo passar mais rápido. O Gui só visualizou a minha última mensagem, da pra acreditar nisso? Que raiva cara. É de lei, se a última mensagem foi minha, não espere que vou enviar outra.

Joguei o celular no sofá e me levantei. Fui pro quarto ver se a Marcela está pronta, porque que demora viu. Bati na porta e logo em seguida entrei. A bonita tá se perfumando toda, pelo menos está arrumada, é o que eu acho.

-Nunca fiquei pronta em tão pouco tempo- a Marcela admitiu guardando seu egeo de volta na bolsa.

-Tá pronta? Que ótimo, então vamos logo que eu não quero chegar tarde em casa- chamei a mesma que concordou.

Peguei a minha bolsa que já estava no ponto, em cima da cama e a folgada da Marcela pediu pra mim colocar o seu celular dentro da minha bolsa por ter preguiça de levar uma. Saímos do quarto e fomos apagando as luzes e trancando tudo. O Matheus estava esperando a gente em frente a casa.

Da pra acreditar que já desenrolaram até um carro pra a gente? Graças a mãe da Marcela. Saímos de casa e fiquei responsável por trancar o portão direitinho. Entramos no carro e lá estava o Matheus se achando como se o carro fosse dele, parece piada uma coisa dessas.

-Posso ir?- ele perguntou nos olhando pelo espelhinho.

-Mete braza- a Marcela concordou.

Como já era o esperado, o ridículo deu um de amostrado e saiu feito louco, espero que ele saiba onde é, não estou afim de ficar perdida em um morro desconhecido. A Marcela parece até que já bebeu, super animada, queria metade dessa energia.

Mal vejo a hora de voltar pra casa, me acostumei com a presença dos meus irmãos, namorado e pais, não vivo mais sem a minha família. Passei tanto tempo morando fora que hoje em dia só quero ter todos por perto.

Estou linda, mas não postei nada, ainda, quero mecher com a cabeça do Guilherme e nada melhor que deixar o boy curioso. Não sei quem canta pior, se é a Marcela, ou o Matheus, por isso nem invento, prefiro ser a que ri dos desafinados, menas humilhação para minha pessoa.

-Isso é perto?- perguntei pro Matheus.

-Tamo pertinho já, aqui não é tão grande como pensei- ele admitiu.

Que ótimo. Já posso ouvir o som mega alto daqui, realmente não é longe, nem sei porque vinhemos de carro, no mínimo preguiça da parte dos três. Espero ao menos conseguir me divertir nesse bendito baile.

-Aí se eu tivesse solteira... iria aproveitar esse baile mais ainda- a Marcela murmurou frustrada.

-Psé, mas você namora, se lembre disso- repreendi a mesma.

-Quando eu estiver tri louca sobe efeito de álcool, me lembrem de não beijar ninguém por favor- a Marcela pediu.

-Nem inventa viu Marcela, se tu fizer merda vou caguetar mesmo- alertei.

Não sou babá de ninguém, se quer ir em um lugar, saiba se comportar, ainda mais se for comprometida. Apoio minhas amizades em tudo, menos em casos de trair, isso não, acho uma palhaçada e falta de caráter. O Matheus parou o carro e eu já fui descendo.

Olhei a todo o meu redor, está cheio de gente, carros e motos. Mas não chega aos pés ao baile do morro da rocinha. Segurei no braço da Marcela e a mesma agarrou o braço do Matheus. Sério, aqui é totalmente diferente. Cheio de gente, no meio da rua, isso mesmo, No Meio Da Rua. Não sei se gostei, porém é o que temos pra hoje.

Fomos até um tipo de camarote que tem aqui, a mãe da Marcela está lá então é provável que teremos acesso livre, livre acesso, como preferirem. Pra passar, tinha alguns carinhas com pistolas na cintura, mas nem precisamos falar nada, seus rádios logo aptitaram com a mãe da Marcela mandando deixar passar.

Subimos o camarote na maior cara de convencidos, já que mal chegamos e já estamos com essa onda toda, camarote e tals. Nem da pra olhar fixamente para alguém, é muita gente em um ambiente só, parece até formiga. 

-Oi meninas- a mãe da Marcela falou toda empolgada com um copo na mão. -Podem ficar a vontade, bebida hoje é por minha conta.

-A, agora você falou a minha língua- sorri animada.

Deixei as bonitas lá conversando e fui até o lugar onde eles fazem as bebidas e até mesmo vendem, é tipo um mini bar, achei diferente, um tanto interessante.

-Oi, boa noite, vou querer uma GT e um energetico- falei alto pro moço do bar escutar.

-É pra já, meu amor- o galanteador afirmou.

Esse tipo de coisa me faz ter vontade de rir, mas consigo disfarçar direitinho. Tem um monte de macho me olhando, parece que nunca viram uma gostosa assim de tão perto, aí ficam malucos.

-Boa noite, linda. Nunca vi você por aqui, é moradora nova?- um carinha perguntou enquanto esperava a sua bebida.

-Boa noite. Não sou moradora daqui, estou apenas de passagem- dei de ombros.

-Posso saber qual é o seu nome?- ele perguntou com o maior interesse.

-Soraia- menti.

-Nome bonito, igual a dona. Sei que você não perguntou, mas me chamo TK- ele se apresentou.

-Um, legal- fingi me importar, pro coitado não se sentir mal.

-Você não rende mesmo em- ele murmurou frustrado.

-Aqui a sua bebida moça- o carinha do bar me entregou.

-Obrigado- agradesci indo pra longe de lá.

Nunca vi duas latinhas demorar tanto, deve ser porque tinha muitas pessoas pedindo ao mesmo tempo, então tento entender. Não estou afim de me embebedar, não nesse lugar, sou tonta, não burra. Infelizmente fico com a responsabilidade de cuidar dos meus amigos, por isso odeio viajar com a Marcela, ela apronta demais e ainda sobra pra mim.

-Toma aqui, trouxe pra você- entreguei a GT pra Ma.

-Vi que o TK tava de olho em você, não curtiu ele?- a tia perguntou.

-Eu namoro, então mesmo se eu tivesse curtido, não iria adiantar de nada- expliquei.

-A, é bem chato isso. Está presa igual a minha filha. Já fiquei muito tempo sendo aprisionada a alguém, peguei trauma- ela admitiu.

-É, eu te entendo, passou por maus bucados em seus relacionamentos- concordei.

Cada um com suas experiências, infelizmente nem todo mundo tem um relacionamento perfeito, acaba se envolvendo com alguém extremamente tóxico e pega trauma. No meu caso tive uma sorte grande, isso não posso negar...

𝓟𝓞𝓓𝓔𝓡𝓞𝓢𝓐Onde histórias criam vida. Descubra agora