Capítulo 65🦋

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Michelli.

-A comida tá pronta em, podem atacar- a tia avisou.

Eu que já estava com fome, me levantei peguei um prato e coloquei a minha comida. Isso aqui tá com um cheiro muito bom e a aparência melhor ainda. A boca chega a salivar. Hoje temos macarrão ao molho de tomate e filé a parmegiana, uma das minhas comidas favorita.

Me sentei com eles e o Matheus fez o mesmo. Comecei a comer sem mais demora, está realmente muito bom. A coca foi o par perfeito pra esse almoço. Fico só ouvindo essas duas conversando sobre coisas aleatórias. Confesso que estou com saudades do meu ponto de estresse, fico imaginando o que ele está aprontando sem mim lá.

-E aí? Estou aprovada na cozinha?- a tia perguntou com um sorriso esperançoso.

-Demais, demais- dei minha humilde opinião.

-Eu poderia comer isso pelo resto dos meus dias- Matheus afirmou todo babão.

-Está super aprovada mesmo mãe. E Matheus, dá um tempo tá?- Marcela disse com ciúmes.

-Obrigado gente, estava mesmo precisando de uma visita como essa, está me fazendo muito bem- admitiu.

-Não seja por isso, iremos vim mais vezes- Marcela argumentou.

-Eu tive uma ideia. Vou fazer um baile pra vocês, é de última hora mas tenho certeza que no final das contas vai dá certo- a mãe da Marcela sugeriu.

-A eu gostei disso- comentei com um sorriso.

-Eu amei também- Marcela disse empolgada.

Falou em baile a gente já se anima. Se o Gui sonhar que vou pra festa aqui em SP, morre do coração. A tia disse que vai pra boca mas podemos ficar aqui na casa dela, entendo já que a mesma tem que resolver as coisas do baile.

-O Pipa vai surtar quando souber que vou pro baile- Marcela disse com cara de desespero.

-Nem me fale, quero só ver como vou contar pro Gui- ri de nervosa.

-Nisso que dá ser preso a alguém, pode fazer nada e ainda tem que ficar dando satisfação pros outros- Matheus murmurou.

-Aí Matheus, fica na tua que não está ajudando muito- Marcela deu de ombros.

É aquele ditado né "se não quiser ajudar também não atrapalhe". Criei coragem e levantei da cadeira, levei o meu prato pra pia e aproveitei pra lavar o que sujei. A Marcela é folgada, aproveitou pra jogar o prato dela enquanto eu estava lavando.

Só lavei porque estou de bom humor... Em cerca de alguns minutos terminei. Enxuguei as mãos e fui pra sala. A Marcela foi colocar a sobremesa pra a gente. Peguei meu celular e resolvi avisar logo ao Gui sobre o baile de hoje, espero que ele não surte, nem julgo já que se fosse o contrário eu também teria essa reação.

*whatsapp *

-Sabe vida, a mãe da Marcela vai dar um baile pra a gente hoje...

--Não tô gostando dessa história.

-É só um baile e eu vou me comportar, prometo!

--Isso não tá certo, queria ver se fosse ao contrário pô.

-É, eu sei.

--Mas beleza, vou pro pagode que tem hoje, junto com o pipa.

-tá.

--👍🏼

*whatsapp off*

Sai do celular irada, estressada é o que define o meu estado de espírito nesse momento. Bufei e a Marcela apareceu na sala com as taças sem entender nada, me entregou uma e eu comecei a comer na esperança de esquecer os problemas.

-Que cara de cu é essa?- ela pergunto sentando ao meu lado.

-Contei pro Gui sobre o baile e agora ele se sentiu no direito de sair também- choraminguei.

-Putiz, que merda em, já tô vendo que vou passar pelo mesmo- Marcela murmurou desanimada.

-A vai, pode ter certeza, porque o bonito do Guilherme, disse que vai chamar o Pipa pra ir no pagode- afirmei e ela engasgou.

-Puta que pariu, que raiva mano- ela bufou estressada.

-Qual foi, direitos iguais ué- Matheus murmurou.

Não precisamos nem responder, o olhar que a gente deu pra ele foi o suficiente. A sobremesa esta muito boa, Marcela caprichou.

-Mano, tu tinha razão, o Pipa já veio encher a minha mente no whatsapp, que raiva- ela disse desanimada.

-Temos que colocar o cropped e reagir- argumentei.

-Nesse frio pô?- Matheus perguntou cínico.

A Marcela fez o que eu já estava com vontade de fazer a tempos, pegou uma chinela e jogou nele, acho é pouco pra deixar de ser cuzão. Fiquei foi rindo da cara dele. O mesmo resmungou um "aí porra, tá doendo essa merda".

-Ninguém manda se intrometer- dei de ombros.

Ainda bem que amanhã já estaremos de volta no Rio de Janeiro, aí posso me acertar com o meu ponto de estresse. É muito ruim isso de brigar quando está longe, não consegue resolver na mesma hora. Ainda estou com sono, na verdade nos últimos tempos estou dormindo demais.

-Vamo pra casa? Tô afim de deitar e tirar um cochilo, essa viagem me deixou cansada- chamei a Marcela.

-Dorme aqui no quarto da minha mãe, acho que ela nem vai se importar- Marcela sugeriu.

-Espero que ela não se importe mesmo- engoli em seco.

Levantei do sofá e fui até o quarto da tia, abri a porta e percorri meu olhar por todo aquele local, tem um fuzil no canto da parede e uma pistola no criado mudo, só não digo nada porque ela tem que se proteger. Liguei o ventilador, escorei a porta e deitei na cama.

Olhei pro teto e fiz o que qualquer pessoa comum faz, comecei a pensar em mil e uma coisa que nunca vai acontecer, tenho certeza que não sou a única que faz isso. Meu celular vibrou, olhei de relance e é o Joseph,  quem é vivo sempre aparece para infernizar não é mesmo.

Não atendi, fui no whatsapp e mandei "?", eu não atendo nem a minha mãe, quem dira um ex ficante, só quero saber o que ele quer depois de tanto tempo, coisa boa não deve ser. O cínico mandou "Senti saudades e resolvi te ligar", eu devo ter cara de Palhaça, só pode, nem respondi, deixei no vácuo...
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𝓟𝓞𝓓𝓔𝓡𝓞𝓢𝓐Onde histórias criam vida. Descubra agora