Capítulo 61🦋

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Michelli.

Algumas horas depois...

Estamos a caminho do aeroporto, o Gui está indo deixar a gente mesmo sabendo que é muito arriscado, que homem teimoso, só não julgo porque sou igual, as vezes até pior.
Meu pai também ia vim, mas apareceu uma reunião de última hora. Quem tá indo com a gente pra SP é o Matheus, o Gui tá puto mas foi decisão do meu pai.

-Se tu der em cima da minha mulher, tá fudido viu, tô logo avisando- Gui alertou pela segunda vez.

-Não sou talarico não pô- Matheus deu de ombros.

-Pra que tudo isso em?- Marcela perguntou.

-Tenho que cuidar do que é meu, pra perder é facinho- Gui argumentou.

-Muito bem, me valorize- falei convencida.

-Parabéns por aumentar ainda mais o ego dela- Marcela murmurou e eu mandei beijo.

Gui parou em frente ao aeroporto e a gente desceu, o mesmo foi tirar as malas de dentro do carro pra ajudar a gente. Ele me entregou a minha mala e eu agradesci. A Marcela deu um abraço de despedida no Guilherme e foi entrando no aeroporto. Olhei pra ele que me puxou pela cintura.

-Se cuida por lá, eu tô de longe, mas tô vigiando- alertou e eu ri.

-A eu digo o mesmo pra você, lembre-se que no morro só o que tem é fofoqueiro- ameacei ele.

-Surtada em. Eu te amo- afirmou olhando no fundo dos meus olhos.

-Eu também te amo- falei recíproca.

-Vai lá, os outros já devem esta te esperando- Gui mandou.

-Tchau meu abusado- lhe dei um beijo de despedida.

Depois de um beijo demorado e um abraço apertado, ele entrou no carro e foi embora, até parece que vamos ficar meses sem se ver, credo. Adentrei ao aeroporto junto com a minha mala e fui fazer todos os trâmites necessários...

Depois de tudo ok, fui me sentar com a Marcela e o Matheus que estão esperando o voo. Acho que o RJ não fica assim tão longe de SP, dava pra a gente ir de carro, mas nem pensamos nisso já que foi bem em cima da hora, da próxima planejamos melhor.

-Tô mó nervoso- Matheus comentou do nada.

-Ué, mas por que?- a Marcela perguntou sem entender.

-Eu nunca andei de avião, essa é a primeira vez e digamos que eu não sou lá um fã de altura- explicou.

-Deixa de ser cagão é super de boa- Marcela argumentou.

-Super confortante você em Marcela- falei incrédula e ela riu da situação.

Começou a chamada do nosso vou e a gente se levantou. Fomos até o local de embarque e entramos no avião, procuramos as nossas poltronas e pro meu azar, o Matheus ficou do meu lado. Espero conseguir tirar ao menos um cochilo já que só vamos chegar em cerca de 1 hora e alguns minutos.

Como um belo medroso, o Matheus colocou o sinto de segurança assim que se sentou em sua poltrona e olha que o avião ainda nem decolou. A pessoa que mora em um morro, já esteve em invasões onde rola muito tiro e morte, tem medo de voar, é mole um negócio desses, juro que não entendo.

Estamos indo pra ficar em uma casa alugada, jamais iriamos pra um lugar sem ao menos ter onde ficar, não somos burros. Espero de verdade que a gente ache a mãe da Marcela, porque não conseguimos notícia lá no Rio de Janeiro, nem sinal de vida da mulher, parece um fantasma que apaga os rastros por onde passa.

-Cê acha mesmo que vamos encontrar a coroa dela?- Matheus perguntou desacreditado.

-Não sei, acho que devemos ter um pouco de esperança né- argumentei.

Ele não disse mais nada, ainda bem, não estou afim de conversar. Coloquei o meu travesseiro no pescoço e fechei meus olhos. O avião começou a subir, chegou meu momento de dormir. Matheus segurou a minha mão com força e eu olhei pra ele com cara de "é sério isso?".

-Desculpa- pediu soltando a minha mão.

-Tudo bem, você tem medo e eu entendo, mas me deixa dormir um pouco tá?- pedi e ele concordou.

Fechei meus olhos novamente e me concentrei em dormir o mais rápido possível. Vamos chegar lá bem tarde e o pior de tudo é que o local é uma favela, não que já não estejamos acostumados como locais assim, porém não somos de lá o que dificulta saber como funciona.

No morro do meu pai tem horário até pra entrar, principalmente se for um mero desconhecido...

Marcela.

A maioria dormindo e eu aqui com a ansiedade batendo. Um frio na barriga, mãos geladas e muito nervosa, fazia tempos que não me sentia assim. Tentei me distrair com o celular mas não adiantou de muita coisa já que a Internet mal pega aqui.

Se eu soubesse teria trocado de lugar com o Matheus pra ficar perto da Michelli. A aeromoça passou com um carrinho de comida, e eu que não sou boba de rejeitar. Ela me entregou um pacotinho com biscoito e uma garrafinha de suco.

As luzes do avião se apagaram por conta do horário, a maioria quer dormir. Liguei a lanterna do meu celular e segui comendo bem plena. A mona que tá sentada do meu lado me olhou tipo "cê tem problema né?", Mas nem dei bola pra isso, tenho mais com o que se preocupar.

Acho que já deve estar na metade do caminho. Terminei de comer e levantei pra jogar o lixo fora e aproveitar pra ir no banheiro.

-Posso ajudar a senhora- a aeromoça perguntou.

-Quero ir até o banheiro- expliquei.

-Me acompanhe- mandou e assim eu fiz.

Ela parou em frente ao banheiro e eu entrei. Fechei a porta, joguei as embalagens no lixo e fiz xixi. Lavei as mãos e sai do banheiro, a aeromoça já não estava mais aqui. Voltei para o meu assento e desliguei a bendita lanterna que tinha esquecido ligada. A ponto de ter o meu iPhone roubado, por sorte ninguém ousou.

O avião está tendo algumas turbulências então preferi por o meu cinto. É engraçado o Matheus que a cada cinco minutos olha pra trás se cagando de medo haha...

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Deixem a estrelinha e comentem para mais capítulos.💛

𝓟𝓞𝓓𝓔𝓡𝓞𝓢𝓐Onde histórias criam vida. Descubra agora