𝓟𝓞𝓓𝓔𝓡𝓞𝓢𝓐

Capítulo 62🦋

MICHELLI.

Acabamos de descer do avião, pedimos um uber e estamos esperando ele chegar. Está bem tarde, foi um sacrifício pra achar um motorista que aceitasse a corrida. Estou com sono mesmo tendo dormido por toda a viagem. Marcela não para de tagarelar por um minuto e o Matheus também.

-Parecia até que o avião ia cair- Matheus disse exagerado.

-Não é pra tanto também né, era apenas algumas turbulências, o que é comum na maioria dos voos- desmenti ele.

-O uber chegou- Marcela avisou.

Sai arrastando a minha mala até o carro. O motorista desceu e guardou nossas coisas na mala que por sorte é grande. Entramos no banco de trás e o moço deu partida. Agora é esperar. Não faço a mínima ideia de onde fica já que nunca fui lá. Mandei mensagem pro Gui avisando que chegamos em São Paulo, pra ele não ficar preocupado.

-Tá mó frio, não sei pra que eu inventei de vim com short jeans- Marcela murmurou.

-Quem manda ser piriguete né. Ainda bem que eu vim de calça- debochei.

-A vai se lascar né Michelli- Marcela disse putinha.

Tô debochando dela porém com pena, porque realmente está muito frio. Matheus como um ótimo hetero top ofereceu o seu moletom pra Marcela que não é nada boba e aceitou de imediato. Não aguento mais ficar sentada, minha bunda já está doendo. Espero mesmo que tudo isso não seja em vão.

-Não dormi nadinha- Marcela admitiu.

-Nem eu, já essa daí, parecia uma pedra- Matheus comentou e eu ri.

-Óbvio, não tinha nada pra fazer, fui dormir- argumentei.

O homem ficava escutando sem dizer nada. Tá tocando uma música brega no rádio, a Marcela está quase pedindo pra ele mudar, mas já mandei ela ficar quieta na dela. Está dizendo no APP que estamos a 10 minutos do local, pertinho.

-Vou deixar vocês na entrada do morro, porque eles não deixam carros de fora passar- o motorista avisou.

-Tudo bem senhor, a gente entende- concordei sem reclamar.

Uma pena que vamos ter que se virar pra achar a casa com o GPS do celular uma hora dessas. Em cerca de 6 minutos o homem parou seu carro, já sabíamos que era a entrada. Descemos do carro e pegamos nossas bagagens. Lhe dei uma nota de 50 e mandei ficar com o troco.

Rapidinho o cara foi embora, agora só nos resta correr atrás. Abri o Google maps e seguimos o caminho.

-Ei, vocês, quem deu permissão de entrar?- um cara barbudo com uma arma na cintura perguntou.

-Alugamos uma casa aqui, achei que a dona já tinha avisado- tomei a frente da situação.

-Quem é a dona da casa que tu alugou?- perguntou curioso.

Expliquei qual casa era e o nome da mulher, aí ele deixou a gente passar. Suspirei aliviada. Seguimos nosso caminho. Não tem uma alma na rua, maior medo de ser assaltada, nem parece que sou a filha do JG Haha, medrosa desse jeito. Amanhã cedo vamos atrás da tia.

É tantos becos que já estou com medo de se perder aqui. Diz o GPS que a casa é na próxima rua, espero mesmo que seja, estou cansada. Da próxima vez irei ficar na minha, deixa a Marcela vim sozinha mesmo.

-É essa casa aqui- Marcela afirmou parando em frente a uma casa branca.

-Finalmente- suspirei.

Ela pegou a chave dentro de um vaso de plantas que tem aqui na frente e abriu a porta. Entramos finalmente em casa, cai de vez no sofá, eu poderia facilmente fácil nesse sofá, mas deixo pro Matheus mesmo.

-Até amanhã gente, por favor não me perturbem- pedi.

Fui até o quarto com a minha mala. Sentei na cama, tirei o tênis e joguei longe. Queria muito ter energias pra trocar de roupa, mas não vou conseguir.  Deitei na cama, me enrolei com o edredom e me entreguei ao sono...

...

Marcela.

Acordei com o meu celular tocando, esqueci de tirar a porcaria do alarme, pra minha tristeza. Olhei a hora e ainda são 9 da manhã. Mesmo sem um pingo de coragem, levantei da cama. Estou esperando a alma voltar pro corpo Haha. Fui até o banheiro, fechei a porta, tirei minha roupa e fui fazer xixi.

Está super frio hoje, espero mesmo que esse chaveiro seja no mínimo elétrico. Escovei meus dentes em frente ao espelhinho que tem aqui. Estou acabadinha, e com uma olheira terrível, só maquiagem na causa... Terminei de escovar os dentes e fui tomar logo banho. Liguei o chuveiro no modo de água quente e pra minha sorte esta funcionando.

Suspirei aliviada. Hoje não passo frio, só saio dessa casa se for toda empacotada. Passei o sabonete líquido que tem aqui no banheiro, me esfreguei toda e em seguida tirei tudo com a água. Limpinha e sem tanto frio por enquanto. Fiquei por mais alguns minutos em baixo do chuveiro até decidir sair.

Desliguei o chuveiro, me enrolei na toalha e sai do banheiro. Fui logo pra o meu quarto. Nessa casa tem dois quartos, eu fiquei com um, a Michelli com outro, já o Matheus teve que dormir no sofá, tadinho. Me enxuguei, coloquei um conjunto de lingerie rosa, uma calça jogger preta, uma blusa de manga e um moletom.

Calcei meu tênis por precaução, agasalho nunca é demais. Penteie meus cabelos, passei rexona e perfume. Reboquei um pouco o rosto pra tirar aquela aparencia de morta que eu tava. Peguei a minha carteira e saí do quarto. Passei por a sala onde vi o Matheus dormir todo torto.

-Matheus, vai dormir na minha cama- mandei balançando seu braço.

-Tá bom, valeu- agradesceu.

Ele se levantou todo sonolento e foi pro meu quarto. Abri a porta e saí de casa, vou na padaria mais próxima comprar algo pra a gente tomar café da manhã. Acho que ainda sei andar por aqui sem me perder, pelo menos espero. Esse lugar me trás lembranças péssimas, da até um nó na garganta. 

-Moça, você sabe onde tem uma padaria por aqui?- perguntei pra uma mulher.

-No final da rua tem uma- comentou.

-Tá bom, obrigada- agradesci.

Segui andando até o final da rua. Parei em frente a tal padaria e entrei, tinha algumas pessoas comendo e outras comprando. Pedi pra moça pão de queijo, pão francês, queijo, presunto e uma caixa de achocolatado. Fiquei esperando ela pegar tudo e calcular quanto deu a minha conta.

-Marcela?- ouvi uma voz de mulher me chamar.

Olhei pra trás de imediato e vi ela, fiquei sem acreditar com tamanha conhecidencia...

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Meta, 60 estrelinhas e 50 comentários para mais capítulos. 💛