Capítulo 68🦋

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Michelli.

Dia seguinte...

Já estamos nós três voltando pra casa, a Marcela está com uma puta ressaca, e já levantou umas duas vezes pra ir no banheiro vomitar, já o Matheus só dorme, parece até que morreu. E eu? Eu estou a única normal entre os dois, sou aparentemente a única responsável por aqui.

Tô doida pra chegar logo em casa, ver os pestinhas dos meus irmãos, a minha mãe, o meu pai e o meu namorado ciumento. É bom viajar de vez em quando, mas não consigo ficar muito tempo longe deles, não mais.

Acho que já estou me acostumando a andar de avião, antes morria de medo, mas nem ligo mais. A Marcela voltou do banheiro pela terceira vez e fez bico pra mim, tá com uma cara de acabada, a coitada, mas quem manda beber como se não houvesse amanhã né? Pois bem.

-Tá melhor?- perguntei vendo a mesma se ajeitar em sua poltrona.

-Depois de ter colocado até meu estômago pra fora, acho que sim. Nunca mais vou beber desse jeito- ela murmurou com a mão na cabeça.

-Eu avisei, mas você não escuta ninguém, depois vai e faz de novo- resmunguei dando de ombros.

-Aí Michelli não vem me dar bronca, tô morrendo de dor de cabeça- a mesma reclamou chateada.

-A gente já tá chegando, melhor você se recompor- avisei olhando pra janela.

O avião está pousando, me arrumei na poltrona e apenas esperei. Minha bunda já estava doendo de tanto ficar sentada...

Por fim a aeromoça abriu a porta e os passageiros começaram a descer, fui uma das últimas porque não gosto que ninguém fique esbarrando em mim. Peguei minha mochila e saí junto com a Marcela. O Matheus ficou dormindo na poltrona e eu deixei, ele desceu por último, só quando a aeromoça foi chamá-lo.

Ri muito com a Marcela, mas bem que foi merecido, ninguém mandou ficar me dedurando pra ninguém. Fomos pegar nossas malas e em seguida para o estacionamento sem esperar o Matheus.
Avistei de longe os dois caras que vinheram buscar a gente.

Infelizmente antes de chegar no carro dois homens com farda de polícia me pararam e eu gelei. Engoli em seco e olhei bem para os dois homens já barbados, aparentemente são da federal.

-Senhora Michelli?- um deles perguntou me olhando de baixo a cima.

-Sou eu- disse me afastando um pouco.

A Marcela segurou a minha mão e encarou ambos com seu olhar desconfiado, ela sabia que não queriam coisa boa comigo.

-Precisamos que vá até a delegacia prestar depoimento- o outro afirmou mostrando uma intimação escrita em uma folha.

Engoli em seco e olhei em direção aos homens do meu pai que estavam fora do carro já em posição de atirar, fiz sinal pra eles relaxarem sem que os policiais vissem.

O Matheus passou por a gente sem dar nenhuma palavra, não podia ser preso por bobeira, fez o certo.

-Ok- apenas concordei.

-Como assim ok?- a Marcela perguntou incrédula. -Qual é o motivo dessa intimação?

-Esse assunto não cabe a terceiros, agora vamos logo senhora, antes que precise usar a força- o policial murmurou.

-Ma, vai indo na frente, não se preocupa comigo- tentei confortar a mesma.

-Não vou sem você Michelli- ela afirmou segura.

-Vai logo- pedi firme.

Ela bufou, me deu um abraço e saiu em direção ao carro que meu pai mandou. Respirei fundo e segui os dois policiais, sinceramente não esperava que esse tipo de coisa fosse acontecer comigo, nem imaginava que esses vermes estavam de olho em mim.

Um dos policiais abriu a porta de trás da viatura e eu entrei. Pegaram o meu celular assim que tirei da bolsa, olhei incrédula e já sabia que não estavam pra brincadeira.

JG.

A minha filha está voltando hoje, já tava com saudades da minha cria, passei tanto tempo longe dela que agora só quero perto de mim. Sai da boca e deixei o Menor tomando conta de tudo, estou indo pra casa porque mais tarde tem baile e eu quero ficar um pouco com a minha família.

Ultimamente a dona encrenca vulgo Bia disse que eu não tô dando tanta atenção pra ela e as crianças, sendo que toda hora eu paro tudo pra ir ver ela, a mulher tá paranoica, e ai de mim se disser que não é verdade, eu que lute com a mudança de humor dela.

Tá tendo vários b.o nesses últimos dias, minha cabeça só falta explodir de tanto estresse, mas tô resolvendo tudo como sempre.

Parei a moto em frente a minha casa e fui entrando. Quando abri a porta já avistei meus gêmeos, correram pra me abraçar e dei um beijo na testa de cada um, não sei qual dos dois apronta mais, tem energia pra dar e vender.

-Cadê a patroa dessa casa?- perguntei alto indo em direção a cozinha.

Não obtive respostas, mas avistei minha mulher com um fone de ouvidos, e um pijama minúsculo enquanto recheava um bolo, aposto que é pra Michelli, essa daí mima os filhos mais que tudo.

Abracei ela por trás que tomou um susto e se virou pra mim com a mão no peito, soltei uma risada sincera e ela me deu um tapinha no meu braço.

-Quer me matar do coração?- ela perguntou se recuperando do susto.

-Do coração não, mas de outra coisa eu bem que queria- disse com um sorriso malicioso e ela franziu os olhos.

Dei um beijo no seu pescoço pois sei que é o ponto fraco dela. Segurei seus cabelos com uma mão e a outra foi diretamente pra sua cintura, lasquei logo um beijo nela e a mesma nem êxito em continuar.

O tanto que ela me da tesão não tá escrito, fico maluco, mesmo após anos é ela quem eu penso antes de dormir e depois de acordar, papo de boiola mermo. Sentei a mesma no balcão e me encaixei no meio das suas pernas.

-Pai vamo jogar bola- o Victor veio correndo da sala pra cozinha.

Me soltei da Bia na velocidade da luz e sorri pra ele que estava empolgado com a bola de futebol na mão. Respirei fundo me recompondo, agora quem tomou o susto foi eu, nisso que dá ter logo quatro filhos.

-Vai lá brincar com os meninos- a Bia mandou descendo do balcão.

-Mãe, o que você tava fazendo sentada aí em cima?- o Victor perguntou e eu ri.

É nessas horas que os pais têm que ser muito criativos. A Bia me olhou com cara de "inventa algo ".

-Vamo logo filho que tá ficando tarde- chamei ele saindo da cozinha.

Ele veio atrás de mim e a Bia suspirou aliviada.

Escutei o freio alto de um carro parando em frente a minha casa e olhei pela janela, as meninas chegaram, finalmente.

-Ó Bia, chegaram- gritei da sala.

Me sentei na poltrona e coloquei o Victor no colo pra ele não dizer que deixei a brincadeira de lado por causa da irmã.
Avistei a Marcel e o Matheus entrando, mas não vi a Michelli, me levantei logo.

-Cadê a Michelli?- perguntei sério.

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Comenta pra eu saber se estão gostando.

𝓟𝓞𝓓𝓔𝓡𝓞𝓢𝓐Onde histórias criam vida. Descubra agora