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Capítulo 45🦋

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Michelli.

Já se passou um dia depois do ocorrido, hoje estamos indo embora de São Paulo, psé quando eu fiquei sabendo da tragédia vim correndo, não podia deixar a minha melhor amiga sozinha.

O coringa não morreu só levou um tiro e já se encontra na boca, acho que a Marcela vai se vingar melhor que qualquer um.

A mesma ficava olhando para aquela janela do avião, seu olhar era tão vazio, não tinha mais aquele brilho que encantava todos e todas.

Segurava sua mão enquanto escutava aquela música triste no fone, nada melhor que uma música bad pra te deixar pior não é mesmo?.

-E agora? Como vai ser daqui pra frente? Ainda estou sem entender?- perguntou confusa.

-Vamos lutar pra seguir em frente, sem essa de esquecer, mas vamos aprender a lidar com a ideia que não vamos mais ter um neném na nossa família- falei alisando seu cabelo.

-Nunca vou conseguir esquecer de tudo isso, talvez seja culpa minha, eu sabia que querendo ou não alguém ia se ferrar, mas eu não tava ligando se fosse eu. Podia ser eu, mas nunca o meu maior amor- a mesma disse sem reação.

-Xiu, não é culpa sua, cada um tem seus motivos pra fazer algo, talvez Deus tem planos diferentes dos seus pra você- argumentei e ela baixou a cabeça.

Abracei ela e ficamos assim, até o avião pousar e a gente descer indo preocurar o Gui que veio buscar a gente no aeroporto.

Passamos uns 20 minutos preocurando o bonitão, mas logo vimos sua BMW preta, bati no vidro e ele baixou o mesmo dando um sorriso de lado.

Revirei os olhos e entramos no carro, o Guilherme colocou um brega funk pesado pra tentar descontrair o clima, mas só piorou, bem a cara dele né.

-Amanhã tem baile no morro do Pipa, achei que seria bom sair um pouco né meninas- falou com voz de gay.

Só esse cara pra tirar um sorriso meu nessas horas, é ele gente, tenho que investir.

-Se a Ma for eu vou, caso contrário vou ficar em casa comendo brigadeiro e assistindo série- disse e ela negou.

-Não vou, foi mal galera, mas podem ir, não vou ficar brava, juro- a Marcela disse normal.

-Vou chamar a galera pra ir ficar com vocês lá então, só os mais chegados, noite das pizzas e afins- disse o Gui e eu concordei.

Vai ser bom, eles estão sempre soltando unas piadas merdas que a gente acaba dando risada, quero ver a Marcela sorrindo logo.

-Chegamos gatonas, porque o pai aqui é o flash- falou convencido e descemos do carro.

Achei um milagre não terem parado na barreira, mas devem ter conhecido o carro do Gui.

Me despedi do meu gatão com um beijo e ele foi embora, entrei em casa junto da Marcela, o Miguel já correu pra abraçar a Ma, esse menino é um babão da Marcela véi.

A minha mãe também foi abraçar ela, até os gêmeos gente, e olha que eles nem são muito chegados nela, oque não falta aqui é amor e cuidados.

Puxei a mesma até o quarto, ela sentou na cama e eu resolvi contar que o coringa ainda está vivo e na boca aqui do morro.

-Ma, preciso te contar uma coisa- disse e ela assentiu -O coringa tá vivo, aqui na boca do morro, e se você quiser pode se vingar, não sei- falei um pouco sem jeito.

-Porque não me falou antes? É claro que eu quero, ele vai se arrepender de ter nascido, eu vou fazer ele implorar pra viver, mas no final vai morrer de qualquer forma.

Eu via ódio em todas suas palavras, seu olhar mudou completamente, qualquer um podia ver que ela quer matar ele mais que todos nós juntos.

-Calma meu amor, deixa isso pra amanhã, ok?- perguntei e ela apenas balançou a cabeça confirmando.

-Onde vocês deixaram o Rafael?- perguntou me olhando.

-Enterraram ele lá em São Paulo mesmo amiga.

-Um dia irei lá, apenas pra visitar o túmulo do mesmo, vou agradecer por ele ter cuidado de mim por tão pouco tempo, ele tentou sabe?- perguntou e eu assenti.

Vi as mensagens do Guilherme chegando em meu celular e fui olhar, fiquei surpresa pelo que eu li.

-O Pipa cancelou o baile, e vai vim pra cá amanhã- falei e a Marcela sorriu de lado.

-Quem vê até pensa que é mentira. Espero que o Neiff não apareça aqui, só de lembrar que ele nunca fez questão do próprio filho...

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