Voltei. (cptl 55) 🦋

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Michelli.

Acordei com uma dor de cabeça infernal, o ruim de beber é no dia seguinte ter que aturar a ressaca, sem contar que o Gui quase não me deixou dormir, se é que vocês me entendem...

Olhei para o lado e lá está ele dormindo feito um anjo, e babando oque me faz rir, olhando assim nem parece que já matou inúmeras pessoas, ainda bem que foi apenas quem realmente mereceu.

Não estamos morando junto mas ele adora me fazer dormir aqui, meu pai tá puto achando que o Gui vai me tirar de casa, falando nele, dançou horrores no baile de ontem, quero nem ver o tanto de comentários hoje na boca.

Me sentei na cama processando tudo e esperando a alma voltar pro corpo, eu só queria dormir o dia todo, mas metade dele já deu pro gasto. Olhei no celular que estava no criado mudo, ainda é 12:10 da tarde, meu pai nem deve ter ido pra boca ainda.

Levantei da cama na ponta de pé pro Gui não acordar. Fui até o banheiro, fechei a porta, tirei a camisa do Gui e em seguida minha calcinha. Liguei o chuveiro, senti aquela água gelada cair sobre o meu corpo me causando um leve arrepio. Era isso que eu precisava, apenas um banho, até a dor de cabeça passou.

Fiquei um bom tempo tomando meu tão precioso banho. Desliguei o chuveiro, me enrolei em minha toalha e sai de lá indo para o quarto. Gui deu um sorriso quando me viu e eu neguei  segurando a risada (tão pervertido), ignorei ele totalmente e fui me vestir.

Coloquei uma calcinha, sutiã, um croped preto e um short preto Jeans. Penteie meus cabelos, em seguida amarrei em um coque, estou com preguiça de fazer fitagem. Passei meu perfume, hidratante e rexona, cheirosa sempre.

-Vai pra onde em?- Gui perguntou cemicerrando os olhos.

-Vou na boca ué, você não vai comigo?- perguntei e ele deu de ombros.

-Vou, mas tu vai ter que me esperar se arrumar- alertou e eu bufei.

Odeio esperar, eu devia ter acordado ele antes mesmo. Calcei minha havaianas e sentei, peguei meu celular e fui jogar por enquanto que a madame não fica pronta. Quero nem ver o surto que o meu pai vai dar, rindo com respeito.

Avisei pra Marcela que tô indo na boca mas de lá vou pra casa, ela já está com ciúmes porque tô sempre com o Gui e acabo deixando ela de lado. Fiquei mexendo no celular para o tempo passar mais rápido...

Em cerca de 35 minutos o Gui estava finalmente pronto, suspirei levantando da cama, e fui saindo na frente, peguei a chave na estante da sala e sai de casa. Subi na moto e liguei ela esperando o bonito vim.

-E tá achando mesmo que eu vou deixar tu dirigir a minha moto?- perguntou incrédulo.

-Desde quando eu preciso da sua permissão pra algo?- perguntei autoritária.

-Precisa me engolir não pô- murmurou subindo na garupa da moto.

Ele nem segurou na minha cintura, apenas cruzou os braços por estar putinho, acelerei fazendo o mesmo quase cair e me agarrar de imediato, dei risada da sua reação e ele me mandou ir a merda.

-Tu putinho vida?- perguntei no deboche.

-Tomar no cu Michelli- murmurou.

-Dói- argumentei e ele franziu os olhos.

-Como tu sabe se tu ainda não me deu?- perguntou apertando minha cintura.

-Ai caramba, a Marcela que me contou- murmurei.

-Tô ligado na sua viu- deu de ombros.

Depois eu sou a louca né, vai entender. Como a boca fica perto chegamos rapidinho, parei a moto e ele desceu primeiro, logo em seguida eu desci também. Fomos adentrando a boca, mas meu pai nem chegou ainda, deve estar de ressaca.

Sinceramente, não sei se estou preparada pra essa responsabilidade de ficar no lugar do meu pai, na minha cabeça ele vai comandar isso aqui pra sempre. É triste você cair em si que querendo ou não um dia todo mundo vai embora, os pais deviam ser eternos.

Entrei na sala do meu pai, sentei em sua poltrona porque sou folgada e adoro desafiar a morte, ele tem mó raiva quando sentam no lugar dele. Fiquei marolando nas redes sociais até ouvir vozes. Levantei para ir ver oque é.

-Pô JG, vocêe dançando até o chão me deixou doido- Fábio tirou onda e eu segurei o riso.

-Qual foi filho da puta, tu não tem medo da morte não?- meu pai perguntou incrédulo.

-Vai me dizer que cê não lembra? Ontem tava se revelando, tô te estranhando em chefe- Matheus tirou onda.

-Vão se fuder, e quem vinher com esses papos novamente pode entregar o fuzil e vazar- meu pai falou já estressado entrando em sua sala.

-Relaxa pai, você não devia dar tanta importância pra essas brincadeiras bobas- argumentei e ele respirou fundo.

-Tô sem paciência, mas oque tu quer por aqui?- perguntou curioso.

-Nada ué, só vim fazer uma visita ao meu paizinho querido- falei cínica.

-Fala logo oque tu quer, te conheço e não é de hoje- disse serinho e eu fiz careta.

-Você acha que eu sou uma interesseira né?- perguntei ofendida.

-Não, mas não sou bobo, sei que tu quer algo- franziu os olhos.

-Só queria passar mais tempo com você, aprender mais sobre os bagulhos da boca- dei de ombros.

-Pode crê, vai ser bom tu aprender mermo, meus planos é de tu ficar no meu lugar quando eu estiver ausente- admitiu e eu engoli em seco.

Quanta responsabilidade, minha cabeça diz que eu não vou conseguir, mas ao mesmo tempo eu sei que eu consigo tudo que quiser, basta colocar na cabeça.

-Tá me ouvido?- meu pai perguntou me tirando dos meus pensamentos.

-Desculpa, eu tava distraída- falei e ele riu.

-Sempre no mundo da lua, imagina se fumasse- meu pai falou incrédulo .

Minha mente "imagina se ele soubesse que eu fumo um verdinho de vez em quando"...

𝓟𝓞𝓓𝓔𝓡𝓞𝓢𝓐Onde histórias criam vida. Descubra agora