Capitulo 69🦋

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JG.

-Cadê a Michelli?- perguntei sério.

A Bia veio pra sala e parou assim que escutou a minha pergunta, essa daí é bem mais nervosa que eu.

-Os cana levaram ela pra interrogar, só não sei sobre o que- o Matheus respondeu antes da Marcela.

-Como assim vocês deixaram porra?- perguntei incrédulo já puto.

-Escuta aqui João Guilherme, você vai trazer a Michelli de volta agora- a Bia disse em um tom auto.

-Calma porra, vou resolver essa merda- falei já sem paciência pra nada.

-A gente não tinha muito o que fazer, foi os caras da federal que levaram ela- Matheus argumentou.

Me afastei um pouco de onde eles estavam, tirei o celular do bolso e apertei diretamente no contato do nosso advogado, senhor Carlos, o cara é o melhor aqui no Rio.

Ligação on.

-Senhor Carlos preciso que tu resolva uma parada pra mim agora, é urgente.

-Você sabe que estou de férias cara.

-Se vira, vai logo pro endereço que vou te mandar, trás minha filha que tu vai ganhar muito, como de costume.

-Ok.

Ligação off.

Fui diretamente pro WhatsApp e mandei todas as informações que ele necessita saber. Agora infelizmente só me resta esperar. Respirei fundo e voltei pra onde eles estavam calados.

-O senhor Carlos vai resolver essa parada aí da Michelli, nem se preocupem, pode ir Matheus- falei sério.

A Bia saiu me puxando pra cozinha e eu já sei que vem bronca por aí, sendo que não tenho nada haver com essa merda toda, é foda viu. Tô cansadão, todo dia é um bagulho diferente pra resolver.

-Se eles encostarem na minha filha, eu mesma mato esses Policiais de merda, tá me entendendo?- ela disse com ódio.

Pode mexer com quem for, mas não encosta nas crias dessa mulher, porque ela vira o próprio demônio pra defender.

-Fica tranquila, a gente nem sabe se eles imaginam que a Michelli é minha filha, ela passou muito tempo fora- argumentei.

-Não tô nem aí, tô te avisando JG, se tocarem na minha filha, vão conhecer o inferno aqui na terra- ela disse firme.

Engoli em seco e dei um abraço na mesma que deitou a cabeça no meu peito. Sei que os nervos estão a flor da pele então prefiro ficar calado, apenas confortando minha mulher.

Michelli.

Continua...

Os policiais pararam em frente a uma delegacia enorme, desceram da viatura e me puxaram nada amigavelmente. Fui entrando junto com ambos que pareciam estar com ódio. Só espero que não me machuquem.

Me colocaram em uma sala que havia apenas uma mesa e duas cadeiras, basicamente uma sala de interrogação. Uma mulher muito bonita entrou na sala e os dois homens saíram deixando apenas nós duas.

-Então você é a famosa filha do JG, um dos maiores traficantes do Rio de Janeiro- ela disse com um sorriso estampado em seu rosto.

-Eu só falo na presença do meu advogado- afirmei com um sorriso maior que o dela que fechou a cara na mesma hora.

Vim sem dar nenhum show, apenas pelo fato de saber que só iria falar na presença do meu advogado, não sou otaria, aprendi muita coisa com o meu pai.

-A, não é bem assim, a senhorita vai falar tudo que eu quero saber, porque aqui não vai ter ninguém pra me impedir de te forçar- ela disse com ódio já convencida.

-Pois eu quero ver- bati na mesa dando um susto na mesma.

-Você é uma vagabunda mesmo né? Sabe que posso te incriminar né? Você já é maior de idade, não é difícil fazer isso- me ameaçou.

-Vai se fuder- dei de ombros.

-Me diz logo onde seu pai se esconde sua vadia- ela mandou segurando o meu maxilar.

-Nem se eu me odiasse muito- disse virando o rosto.

-Quero saber todas as rotas de droga e armas que estão vindo esse mês,  caso contrário você não sai daqui nem com fiança- ela disse convicta.

Antes que eu pudesse dizer algo a mesma me deu um chute fazendo cair no chão. Senti uma dor e nem consegui me apoiar com as mãos no chão por está de algemas.

-Ou você me fala, ou aqui vai ficar igual no morro, a base de tortura- ela disse segurando meus cabelos.

-Pode até me matar se quiser- afirmei sem um pingo de medo.

Só me afronta se tiver duas buceta no meio das pernas, caso contrário é mulher igual eu, não baixo a cabeça pra ninguém.

-Então tá bom- ela sorriu me desferindo um soco na boca.

Ouvi a porta ser aberta e o senhor Carlos entrar, atrás dele vinha os dois policiais coçando a cabeça quando viu a situação.

-Sai de cima da minha cliente, sua louca- o senhor Carlos mandou me ajudando a levantar.

-A gente disse pra não usar a força contra a moça- um deles murmurou pra mulher.

-Eu vou levar a minha cliente, o interrogatório acabou- o senhor Carlos afirmou.

-Espera aí, quem liberou essa merda?- ela perguntou incrédula.

-Alguém muito a cima de você- ele disse com desdenho.

Um dos guardas tiraram as algemas e eu saí de lá junto do advogado. Aquela mulher parece ser daquelas policiais que se acha dona do mundo, não vai me deixar em paz assim tão fácil.

Entrei no banco do passageiro e o senhor Carlos deu partida indo me deixar no morro.

-Muito obrigado viu, você me savou- agradesci.

-De nada, mas agradesça mesmo ao seu pai que me ligou nas preças.

-Imaginei que ele quem teria te mandado.

Encostei a cabeça no vidro e ele me entregou uma sacolinha onde estava o meu celular, apenas agradesci pegando. Mandei uma mensagem pro meu pai dizendo que já estava voltando, e uma pro Guilherme pedindo pra ele ir me ver a noite.

Desliguei o celular e fiquei observando nossa trajetória. Deus me livre ficar com a ficha suja por agora, seria muito ruim pra mim, quero aproveitar muitos lugares ainda.

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50 estrelas e 20 comentários pro próximo capítulo!✨️
                    





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