Capítulo 03 - Se reerguendo entre as cores

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Olá, meus amores. Como vcs estão? :3

Hoje, eu vim mais cedo, por causa do feriado (não feriado), e também pq estou mto ansiosa com a entrada de certa pessoa na história. Agora que a coisa começa \o/

Como eu disse, essa fic vai abordar muitos temas que nunca trabalhei, embora poliamor seja algo com o que já estou familiarizada. Então, por favor, apoiem a unnie aqui :"D

Os votos, as curtidas e as indicações de vcs são MTO importantes!

Espero que gostem desse capítulo tanto quanto eu gostei de escrevê-lo <3

Com vocês:


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TAEHYUNG


Pego o envelope no topo da pilha, em cima da mesa bagunçada, e suspiro.

Acho que não existe nada mais desesperador para um adulto do que ver as contas se amontoando e vencendo dia após dia, e ter plena consciência de que não conseguirá pagar nem metade delas. Óbvio que, lamentável e ironicamente, essa é a minha atual situação. Puta que merda, viu!

O mais triste é que, não importa o quanto eu economize ou corte gastos, sempre brotam mais.

Ah, as felicidades da vida adulta.

Ciente de que ficar chorando não vai adiantar de nada, jogo o envelope de volta na pilha e dou outro gole no chá que acabo de esquentar. Respiro fundo. É melhor não ficar pensando muito sobre isso – ainda que seja inevitável – e seguir trabalhando. Preciso aproveitar o tempo livre.

Yeotan, meu cachorrinho da raça Pomerânia, abana o rabo e corre ao redor das minhas pernas enquanto caminho de volta para o cavalete. Dou mais um gole no chá e ponho a caneca em cima do aparador. Afago sua cabecinha peluda antes de sentar no banquinho e apanho meus materiais. Encaro a tela diante de mim, o pincel ainda inerte em minha mão, a mente gritando.

A primeira pincelada depois da pausa vem.

Frank Sinatra toca ao fundo, preenchendo o ambiente, à medida em que me perco entre as cores e traços. Me recupero através deles. É como se minha mão tivesse vida própria, passeando pela tela, exteriorizando minhas ideias mais loucas. Minhas dores, minhas mágoas e meus pesares.

Os arrependimentos que carregarei até o fim.

Eu tinha uma boa vida, mas decidi me desvincular de tudo depois do que aconteceu, dos horrores que experimentei. Me mudei para a França com o intuito de realmente recomeçar, como se àquela época não tivesse sido mais do que um pesadelo, embora seja óbvio que os fantasmas do passado e da verdade continuarão me perseguindo. Afinal, mesmo tentando com todas as minhas forças, jamais poderei fugir de mim mesmo. E, sendo honesto, estou cansado dessas fugas. Pois, foi devido a elas que acabei parando no fundo do poço, de onde quase não voltei.

Até hoje, considero aquele momento de lucidez um verdadeiro milagre, porque não há outra explicação. Não sou daqueles que acreditam fervorosamente em seres superiores, mas preciso admitir que tal episódio teve a intervenção de algum deus, já que foi basicamente sobrenatural.

Talvez uma força superior ainda acreditasse em mim.

De tão compenetrado, mal vejo o tempo passar enquanto as pinceladas deslizam sobre a tela, e é o alarme do celular que rompe meu entusiasmo. Me estico para alcançar o aparelho e confiro a hora no visor trincado. Deixo a paleta em cima do pequeno gaveteiro que mantenho perto do cavalete e tomo um instante para observar a pintura. Estou longe de terminá-la e, mesmo que vontade não falte para continuar, preciso tomar banho se não quiser chegar atrasado no bistrô.

Triple AmourOnde histórias criam vida. Descubra agora