Capítulo 09 - A sorte (não) guia certos caminhos

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Oláááááá meus amores. Unnie na área, yo! \o/\o/\o/

Acabei de finalizar esse capítulo e já estou postando, pq, agora vai.

AGORA VAI!!!

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TAEHYUNG

Não importa quantas vezes eu venha aqui ou quantos anos tenham passado desde a primeira vez, sempre fico nervoso. Já se tornou meio que inevitável. Talvez até um costume, acho.

Com um dos fones no ouvido, procuro me distrair com música, algo que frequentemente uso para manter a acalma, assim como pintar. Ajuda a levar as preocupações; a sala de espera está quase vazia. Há quatro pessoas além de mim, mas não acredito que estejam aqui pelo mesmo motivo. O que é bom, porque entrarei logo, e igualmente ruim porque fico mais ansioso.

Sei que preciso enfrentar isso, mas só queria estar em casa, essa é a verdade. Sorte que a frequência diminuiu consideravelmente de um ano para cá, sendo apenas uma vez por mês.

Espero ter alta de novo, algum dia.

— Kim Taehyung?

Estremeço ao ouvir meu nome ser chamado. Respiro fundo e levanto.

"É só mais uma consulta de rotina", repito a mim mesmo. Como dizem: manutenção.

— Olá, Taehyung. — a doutora sorri logo que entro — Sente-se, por favor.

Me acomodo na poltrona a sua frente. Observo em silêncio enquanto abre uma pasta, que provavelmente é a minha, e repasso mentalmente o que vou falar. Outro costume que adquiri.

— Ainda nervoso? Quanto anos precisaremos para você se soltar, huh?! — ela pergunta em um tom brincalhão, arrancando-me um sorriso acanhado — Vamos com calma, então.

Balanço a cabeça. Ela pega a caneta e assim começamos.

— Bom, primeiramente, gostaria de saber como você está. Conte sobre o último mês.

— Agitado como sempre, mas bem.

— Trabalhando muito?

— Sim.

— Lembra do que conversamos?

— Lembro. Só que trabalhar me ajuda a manter o foco. — sou sincero — Apesar de toda a correria, estou me cuidando, além de manter uma rotina equilibrada de exercícios e alimentação. Meu sono também está regular.

Um aceno. Anotações.

— E como você tem lidado com a falta do remédio? Já fazem seis meses, certo?!

— Sim. Estou lidando melhor do que imaginava, para falar a verdade.

— Não teve qualquer recaída ou possibilidade de uma?

Nego com um gesto e, involuntariamente, esfrego um polegar no outro.

Só a possibilidade é apavorante.

Porque tenho medo de que aconteça.

Nossa conversa dura pouco mais de uma hora. Para o meu alívio – e espanto –, a doutora marca o retorno para daqui a três meses, com a alegação de que estou indo muito bem e podemos espaçar as consultas. Recebo suas recomendações escritas em uma folha de receituário e saio.

O ar volta aos meus pulmões quando coloco os pés fora do hospital. Inspiro e expiro profundamente algumas vezes. Este tipo de ambiente me traz calafrios e memórias dolorosas demais. Mesmo não querendo fugir, defrontar e remexer nelas é custoso para mim. Triste.

Triple AmourOnde histórias criam vida. Descubra agora