Capítulo 14 - O mundo não dá a mínima para o que fazemos

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Olá, meus amores <3 UFA! Quase que não venho de novo.

MAS AQUI ESTOU! *dança da vitória*

Mais uma vez, tô acabada, e não vou falar muito :'D... Espero que gostem do capítulo.

BJOKAS *3*

P.S.: Com sempre, de verdade, muito obrigada pelos votos e os comentário!!!

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JUNGKOOK

— Isso, Amelie. Agora desvia.

Dou primeiro um cruzado de esquerda, depois um de direita, tomando cuidado para que a velocidade seja condizente com os movimentos ainda descoordenados dela.

Bato uma pata de urso na outra, nome que damos as luvas de foco, incentivando Amelie a revidar com jabs*, um dos golpes básicos que lhe ensinei na aula do final de semana retrasado.

— Lembre-se de girar o quadril e, em seguida, dê um giro com o ombro.

A menina, que não deve ter mais de doze anos, se empenha para realizar o exercício. Ela está determinada, assim como as demais crianças espalhadas na pequena quadra esportiva que utilizamos para as atividades da ONG; repetimos mais algumas vezes os mesmos golpes.

— Muito bem, campeã! — elogio — Agora vá se juntar aos demais para o alongamento.

Acaricio de leve seus cabelos. Ela assente e sai correndo para junto das outras crianças.

Aproveito o tempo de pausa para descansar um pouco. Sento em um dos degraus de pedra da arquibancada e apanho o squeeze de dentro da mochila. Depois de matar a sede, apoio os cotovelos no degrau de cima, e fico observando as crianças se exercitando por um instante.

Dar aula na ONG me ajuda a dispersar um pouco as preocupações e a ansiedade, que calharam de vir o dobro essa última semana. Primeiro e o mais importante: o pedido da mãe de Ève.

Minha esposa conversou com o pai durante a semana, depois de responder sua mensagem, mas se negou em dar uma chance para a mãe e alegou que não há motivos para se encontrarem.

Ela está irredutível.

Tentei fazê-la pensar melhor na situação, enxergar que essa talvez seja a oportunidade de livrar-se do ressentimento tendo as respostas que tanto desejou ao longo desses onzes anos, mas não posso obrigá-la a concordar com o que digo, apenas porque acredito ser uma possibilidade.

Ève sofreu com a ausência abrupta da mãe, não somente pelo modo como aconteceu, mas pelas consequências que tal decisão acarretou. Ela passou boa parte da infância e adolescência suportando o bullying no colégio, não teria qualquer amigo se não fosse o Jimin e se viu obrigada a lidar com o abandono muito cedo. E mesmo que Yohan tenha se esforçado para tampar o buraco criado pela ex-esposa em seu coração, lá no fundo, ainda existe um vazio.

Por isso, devo respeitar seus sentimentos e, acima de tudo, sua decisão. Não podemos basear nossas opiniões naquilo que nunca vivemos, pois, apenas quem de fato viveu conhece sua dor.

Apenas Ève conhece a própria dor.

Mesmo que eu queira tomar as dores da minha esposa, isso é algo que jamais serei capaz de fazer, logo, só resta ampará-las. Yohan também está dando o espaço e o tempo que ela precisa. Compreende que não é fácil para a filha assimilar e aceitar o retorno da mãe, menos ainda ir de encontro a ela depois de tudo o que aconteceu e tantos anos separadas, sem nenhuma notícia.

Triple AmourOnde histórias criam vida. Descubra agora