Capítulo 63 - Esses pensamentos me colocam no inferno

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TAEHYUNG


— Você vai fechar o contrato ou seduzir a curadora da galeria?

Sou incapaz de não rir com o comentário que Ève faz.

— Isso é uma demonstração de ciúme? — provoco.

— Claro que não. — seus lábios formam um biquinho emburrado, que não me contenho em beijar em beijar. Ela sorri — Estou brincando. Você está lindo, TaeTae. Muito elegante.

— Obrigado, ma puce.

Hoje, enfim, vou encontrar a Madame Eléa para entregar-lhe o contrato e firmar de uma vez minha parceria como próximo artista expositor da 'The Red House'. Admiro que estou nervoso. Ève pediu a um conhecido que cuida da parte jurídica da oficina e ele me ajudou a entender algumas das cláusulas, só para ter certeza de que estava tudo okay. O que foi bom porquê, considerando a quantia, fiquei com receio de que algo não estivesse certo – e não é incomum artistas não tão conhecidos sofrerem golpes. Claro que eu não esperaria isso de uma galeria tão conceituada do país, mas, como dizia meu saudoso sogro: "Melhor prevenir do que remediar".

— Assim que o jantar terminar, volto direto para cá, está bem? Tranque a porta.

Jungkook foi para a casa do Jin. Os dois passarão a noite trabalhando em alguns detalhes do projeto que encabeçam. Mesmo sabendo que Ève é adulta, não posso deixar de me preocupar.

— Não é como se eu já não tivesse ficado sozinha antes. — revira os olhos.

— Mas o Jungkook não voltará hoje e...

— Ei! Não seja dramático. Ficarei bem e o Tannie está aqui para me proteger. Não é, Tannie?!

Ève esfrega a bochecha no pescoço peludo de Yeotan, que chia em resposta.

'Tá, reconheço, estou sendo dramático. Mas ela é nosso tesouro.

— Estou confiando a segurança dela a você, companheiro. — coço atrás de suas orelhas felpudas e ganho um latido em troca; olho para ela — Trarei algo gostoso para você comer.

— Ao invés disso, prefiro que você me coma gostoso.

Acho que a vizinhança inteira escuta a gargalhada que solto. Ève tem um jeito engraçado e desconcertante de quebrar nossas expectativas. É um talento inerente dela; tiro Yeotan de seus braços só por um momento e a aconchego nos meus. Observamo-nos cheios de promessas.

— Pode ter certeza que farei isso.

— Estarei esperando.

Nossas bocas se encontram num beijo apaixonado e, por um breve instante, quero largar tudo para cumprir exatamente o que acabo de dizer. Seria perfeito fodê-la escorada ali na mesa.

Mas quero fazê-la gozar com calma – apesar da ideia de uma rapidinha ser convidativa.

Tenho que controlar meu pinto.

— Me ligue se houver algum problema.

— Okay.

Ela solta uma risadinha anasalada e fica nas pontas dos pés para me beijar de novo.

— Ah! E para comer, gostaria de Saint Honoré*.

— Trarei quantos quiser.

— Não exagere! — dá risada — Traga apenas o suficiente para uma semana.

Sou eu quem sorri de novo.

Como não sorrir com essa mulher?

Depois de receber um "Boa sorte!", seguindo de um "Fique tranquilo", monto na Tiger e parto rumo ao restaurante em que combinamos de nos encontrar. No entanto, uma vez diante do 'Matignon', começo a me perguntar a razão de não insistir para que o jantar fosse em um lugar mais modesto. Sei que é uma grande ocasião, mas acho que meu bolso não vai acompanhar toda essa grandeza, até porque estou economizando para a nossa futura viagem.

Triple AmourOnde histórias criam vida. Descubra agora