Capítulo 08 - Fantasma que paira sobre nós

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Oláááá meus amoooreess... Unnie na área, yo!!! \o/\o/\o/

Como vcs estão? Passaram bem a semana e o feriado? 

Espero que sim <3

Só pra avisar que o encontro que vcs tanto esperam está chegando hehehe... Mas, antes disso, as tretas começam a dar o ar da graça por aqui HAHAHAHA

Muito obrigada quem está acompanhando, votando e comentando <3

Espero que gostem do capítulo.

BJOKAS *3*


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ÈVE


Adoro visitar o meu pai.

Embora a casa em que cresci e passei boa parte da vida guarde memórias dolorosas, também foi onde fiz algumas das minhas melhores lembranças, assim como algumas constrangedoras.

Como não tive uma mãe presente, simplesmente porque ela achou que seria mais interessante fugir com outro homem, também não tive alguém com quem pudesse conversar sobre as mudanças do meu corpo e todo o processo esquisito que a adolescência significa, precisei aprender bastante coisa sozinha e enfrentar o desconforto daquelas longas e embaraçosas conversas com o meu pai. A senhora Park tentou ajudar algumas vezes, porém, não funcionou.

Ela geralmente ficava mais encabulada do que eu.

Mesmo tentando manter a normalidade dos assuntos, sendo adolescente, era horrível falar com ele sobre menstruação e pêlos crescendo em tudo quanto é canto de mim. Lembro de ele falando que, perto dos meus ciclos, eu poderia achar meus amigos e até ele mesmo irritantes e intoleráveis. E estava tremendamente certo, pois, não suportava nem ouvi-los respirar direito.

Jimin e meu pai sofreram com a minha TPM ao longo dos anos.

Ah, claro, também tiveram as famigeradas conversas sobre sexo.

Depois que fiquei mais velha, percebi a bobagem que era sentir vergonha de momentos como àqueles. Sendo meu pai, só queria me orientar, e que eu sentisse meu corpo como normal e natural. Mas, apesar do constrangimento sempre presente nesses diálogos, ele não desistiu.

Tanto que houve um programa no colégio, no segundo ano, que visava oferecer informações sobre o processo do crescimento, assim como uma preparação para as mudanças que estavam por vir na vida das alunas e seus corpos. Um evento povoado exclusivamente por mulheres.

Meu pai era o único pai, em meio a uma enxurrada de mães.

Eu deveria ter ficado nervosa, mas, ao invés disso, se tornou uma das melhores lembranças que tenho com ele. Pois, ao contrário dos demais pais que conheci, o meu não tratou os temas menstruação e puberdade como uma doença contagiosa, e, mesmo com a embaraço que sentia na época, sei que seu modo de falar abertamente e sem tabus influenciou para que eu fosse mais segura em relação ao meu corpo e suas mudanças naturais. A confiança que sempre nutrimos um pelo o outro, que manteve a comunicação fluindo livremente entre nós desde então.

Em vez de tratar como um segredo sujo, ele tratou como algo valioso.

Porque, tal como disse, eu também era exatamente isso: valiosa.

Triple AmourOnde histórias criam vida. Descubra agora