9-Conversa amigável

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Quinta-feira.

Carlota me deu folga hoje, por que terão assuntos que só dizem respeito a membros da família para conversar. Aproveito e vou visitar Bel na universidade e fazer uma compras para a casa.

— E aí Le. — Cumprimenta minha irmã abrindo a porta do apartamento e eu dou um beijo em sua bochecha rosada.
Pelo visto tem apenas nós duas aqui e Isabel estava cozinhando alguma coisa.
Entro deixando a bolsa sob o puff laranja perto da porta.

— Me fala, como está sendo cuidar do branquelo ricasso. — Pergunta em tom curioso, colocando as mãos nos bolsos de trás do jeans azul.

— Está sendo complicado... tem a namorada dele. — Digo com peso e relembro os acontecimentos anteriores que presenciei.
Sento na cadeira giratório sem acento em frente a bancada e inalo o cheiro de legumes temperados das panelas. Bel caminha até mim e mostra o pulso contendo uma tatuagem nova, a primeira que fez.

— Garota, garota... você é das minhas. — Fico contente em ver que temos gostos parecidos.

Bel tatuou uma patinha de gato minimalista.

— Foi baratinha... um amigo está fazendo testes sacou. — Explica indo até o fogão risonha.

— Coragem sua dar sua pele para teste. — Opino apoiando o cotovelo sob a bancada fria.

— E por que a branquela é chata? — Questiona provando um pouco do ensopado que está fazendo.

— Ela não entende ele, fica pressionando sabe, cobrando demais precipitadamente. — Tento usar das palavras menos complexas.

Bel torce o nariz em reprovação.
— Essa gente rica e branca é insuportável na maioria das vezes. — Tenho que concordar com a convicção que diz.

— Carlota é gente boa, até me trata como da família. — Estou sendo sincera.

Bel não parece muito convicta disto agora, até porque não a conhece.

— Quem mais mora lá? — Bel mistura a panela enquanto fala.

— Só ele e a mãe, mas tem o irmão mais novo também. — Respondo não querendo falar sobre neste exato momento.
Bel me encherá de perguntas e mais questionamentos curiosos.

— Fala mais, não sou gênia da lâmpada cacete. — Pede impaciente me dando a colher para provar o ensopado.

— Tu é impaciente hein garota, caramba. — Dou risada da sua careta insatisfeita e devolvo a colher.

— Ele chama Marcos, é parecido com o Victor... menos a antipatia e o mau-humor. — Comento com minha irmã mais nova.
Enquanto o ensopado não ferve, Isa ajeita as almofadas e roupas que estão espalhadas por toda a sala, que aflição ver tanta desordem.

Parece que passou um furacão aqui e com certeza as outras que moram são bem despreocupadas em relação a organização.

— Vamos dar uma volta de bicicleta depois? Assim te mostro o resto do campus. — Bel sugere empolgada espantando poeira das almofadas vermelhas.
— Claro, quero comprar chocolates também. — Aprovo a ideia cutucando as unhas pintadas de preto, minha cor favorita que uso para maquiagem e todo resto.

— Ainda está de TPM? — Balanço a cabeça em negação.

— Tem sorte, dá última vez que a minha atrasou pensei que estava grávida. — A garota negra ergue as sobrancelhas abismada.

— Você não é virgem? — A questiono confusa.

— Sim, engraçado não é. — Isabel dá gargalha junto comigo, que garota doida.
— Em relação a isso não tenho preocupação... estou encalhada mesmo. — Murmuro sem muita importância.

𝘾𝙤𝙢𝙤 𝙚𝙪 𝙩𝙚 𝙫𝙚𝙟𝙤 [Finalizada] Onde histórias criam vida. Descubra agora