Quinta-feira.
Carlota me deu folga hoje, por que terão assuntos que só dizem respeito a membros da família para conversar. Aproveito e vou visitar Bel na universidade e fazer uma compras para a casa.
— E aí Le. — Cumprimenta minha irmã abrindo a porta do apartamento e eu dou um beijo em sua bochecha rosada.
Pelo visto tem apenas nós duas aqui e Isabel estava cozinhando alguma coisa.
Entro deixando a bolsa sob o puff laranja perto da porta.— Me fala, como está sendo cuidar do branquelo ricasso. — Pergunta em tom curioso, colocando as mãos nos bolsos de trás do jeans azul.
— Está sendo complicado... tem a namorada dele. — Digo com peso e relembro os acontecimentos anteriores que presenciei.
Sento na cadeira giratório sem acento em frente a bancada e inalo o cheiro de legumes temperados das panelas. Bel caminha até mim e mostra o pulso contendo uma tatuagem nova, a primeira que fez.— Garota, garota... você é das minhas. — Fico contente em ver que temos gostos parecidos.
Bel tatuou uma patinha de gato minimalista.
— Foi baratinha... um amigo está fazendo testes sacou. — Explica indo até o fogão risonha.
— Coragem sua dar sua pele para teste. — Opino apoiando o cotovelo sob a bancada fria.
— E por que a branquela é chata? — Questiona provando um pouco do ensopado que está fazendo.
— Ela não entende ele, fica pressionando sabe, cobrando demais precipitadamente. — Tento usar das palavras menos complexas.
Bel torce o nariz em reprovação.
— Essa gente rica e branca é insuportável na maioria das vezes. — Tenho que concordar com a convicção que diz.— Carlota é gente boa, até me trata como da família. — Estou sendo sincera.
Bel não parece muito convicta disto agora, até porque não a conhece.
— Quem mais mora lá? — Bel mistura a panela enquanto fala.
— Só ele e a mãe, mas tem o irmão mais novo também. — Respondo não querendo falar sobre neste exato momento.
Bel me encherá de perguntas e mais questionamentos curiosos.— Fala mais, não sou gênia da lâmpada cacete. — Pede impaciente me dando a colher para provar o ensopado.
— Tu é impaciente hein garota, caramba. — Dou risada da sua careta insatisfeita e devolvo a colher.
— Ele chama Marcos, é parecido com o Victor... menos a antipatia e o mau-humor. — Comento com minha irmã mais nova.
Enquanto o ensopado não ferve, Isa ajeita as almofadas e roupas que estão espalhadas por toda a sala, que aflição ver tanta desordem.Parece que passou um furacão aqui e com certeza as outras que moram são bem despreocupadas em relação a organização.
— Vamos dar uma volta de bicicleta depois? Assim te mostro o resto do campus. — Bel sugere empolgada espantando poeira das almofadas vermelhas.
— Claro, quero comprar chocolates também. — Aprovo a ideia cutucando as unhas pintadas de preto, minha cor favorita que uso para maquiagem e todo resto.— Ainda está de TPM? — Balanço a cabeça em negação.
— Tem sorte, dá última vez que a minha atrasou pensei que estava grávida. — A garota negra ergue as sobrancelhas abismada.
— Você não é virgem? — A questiono confusa.
— Sim, engraçado não é. — Isabel dá gargalha junto comigo, que garota doida.
— Em relação a isso não tenho preocupação... estou encalhada mesmo. — Murmuro sem muita importância.
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𝘾𝙤𝙢𝙤 𝙚𝙪 𝙩𝙚 𝙫𝙚𝙟𝙤 [Finalizada]
RomanceLeila, ou Le como costumam chamar, é uma mulher que tem que lutar contra problemas diários assim como todo brasileiro, porém entre tantas questões da sua vida, a maior é: o desemprego. Por mais que seja necessário, estudo não garante emprego após se...