19-Mentirosa

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Está feito, o pedido foi feito e ela aceitou, não esperava outra coisa é claro.

Carlota tratando isto como um dia normal qualquer, sem nenhum ânimo diferente, pelo visto não gosta tanto da nora.

— Achei você, estava te procurando. — Diz Marcos entrando na cozinha com seu tom brincalhão.

— Vim apenas checar se...— Silencio a boca colocando a mão na frente dela, quero chorar, que vontade imbecil de chorar.

— Está tudo bem? Parece um pouco tensa. — Marcos acaba reparando em meu balançar de pé ansioso e a força que estou fazendo para não deixar as malditas lágrimas escorrerem e borrarem minha maquiagem preta.

— Agora que meu irmão vai casar... você ficará conosco, não é? — Marcos muda o tom, não está muito feliz agora.

Nego usando o indicador.

— Não exatamente, sua mãe me pediu... — Imediatamente recordo que é um segredo.

Segura essa língua grande Leila!

— O que minha mãe pediu Leila? — Questiona Marcos preocupado.

— Nada, ela disse que eu poderia ficar e ajudar em outras coisas na casa, apenas. — Mentir é necessário, ainda bem que não gaguejei de nervoso desta vez.

Marcos da de ombros, pareceu convincente suficiente para que ele não me encha de perguntas.

— E você? Quando vai sossegar? — Me refiro ao casamento, a uma esposa ou sei lá o que ele pretender futuramente.

— Sabe, se for alguém em específico que eu gosto tanto... talvez possa pensar na possibilidade. — Marcos olha para mim sugestivo, engraçadinho.

Acabo dando risada e ficando menos triste.

Marcos deposita um beijo em minha testa, carinhoso e amigável, sinto uma compatibilidade boa e aquecida perto dele.

Não estou nutrindo o mesmo sentimento por ele, como sinto por Victor, todavia é um bom amigo, sua amizade basta.

Antes que mais um movimento seja feito, meu celular vibra no bolso de trás da saia.

Marcos da uma piscadinha para mim e sai para me deixar sozinha e atender.

Ligação:

— Leila.

— Sim mãe, pode falar.

— Aconteceu alguma coisa para senhora estar ligando, meu pai está bem, a Isabel...

— Calma, fica tranquila que não aconteceu nada minha bonequinha, estou ligando porque não aprendi a mandar mensagem nesta coisa de WhatsApp.

— Que susto mãe! A senhora é teimosa, não me deixa ensinar como faz. —Me refiro ao WhatsApp e seu funcionamento que ainda é o maior mistério para minha mãe.

— Você não quer me ensinar, quer fazer e não me mostra, eu sou burra filha, não tenho toda essa inteligência que vocês jovens tem para mexer nesses trecos. — Reclama dona Ivone.

— Depois cuidamos disso, agora fala mãe, por que a senhora ligou? — Pergunto sorrindo orgulhosa da minha velhinha.

— Liguei para perguntar de quem é essa camiseta que você colocou para lavar aqui na máquina, tem cheiro enjoativo. — Relembro da bendita camiseta de poliéster.

Puts.

— É do Victor mãe, ele me emprestou porque tomei chuva e minha roupa ficou encharcada. — Explico quase atropelando as palavras.

𝘾𝙤𝙢𝙤 𝙚𝙪 𝙩𝙚 𝙫𝙚𝙟𝙤 [Finalizada] Onde histórias criam vida. Descubra agora