15:30.
Ofélia, Victor e eu nos sentamos na varanda para jogar xadrez enquanto conversamos, esperando o café ficar pronto para beber.
Victor gira uma caneta entre os dedos finos, mantendo as sobrancelhas franzidas.
Eu não consegui parar de pensar em ontem, em como ele me causou aquelas sensações, me dá até raiva, argh Victor!
— Esse jogo é para idosos que não tem nada para fazer o dia inteiro, Leila...— Apela Victor já sendo rabugento como um idoso.
Ofélia deu risada. Vou relevar que ele me chamou de desocupada mesmo tendo que cuidar do boneco o dia inteiro né.
— E você tem algo para fazer por acaso branquelo? — Replico franzindo o cenho.
Victor solta um sorriso provocativo e gira a caneta entre os dedos onde um anel está presente no anelar, sinto seu joelho encostar no meu debaixo da mesa. O sol forte faz suas sobrancelhas se erguerem em uma brincadeira sutil quando o atinge.
— Não, mas posso tentar conseguir em dois minutos... sabe do que estou falando. — Provoca mordendo o lábio inferior avermelhado, lhe dou um cutucão debaixo da mesa que faz seu sorrisinho aumentar mais ainda, Ofélia finge não ver ou não viu.
Que isso, nem parece que eu sou uma moça de família, o que este filho da mãe está pensando? Que pode me tentar me seduzir assim tão fácil e eu vou cair na tentação?
É... sim.
— Você me disse quem uma irmã, Leila? Ela se parece com você? — A mulher das roupas laranja e vermelhas puxa papo.
Victor perde o interesse no jogo e boceja.
— Somos inseparáveis, a Bel é uma garota muito amorosa, inteligente e esforçada... até acho que se parece comigo um pouco. — Respondo, mesmo não tendo palavras para expressar o quanto Bel é incrível.
— Eu vou beber água, já sou cego, se meus rins pararem será uma lástima. — Anuncia Victor em tom sarcástico, indo até a sala.
Dramático, não?
Parece a novela das seis.
— Ele é todo meigo quando está com você... impressionante como o trata com tanta paciência. — Fala Ofélia, impressionada, parecendo apreciar o carinho entre nós dois, nossa amizade.
— Ah! Eu tenho paciência sim, mas se ele sabe que tem que se comportar direitinho, senão, coloco ele na linha. — Brinco com a situação, acabamos dando risada por tal.
Termino a partida com Ofélia e sorrio gentilmente indicando que vou me retirar da mesa, mas antes, ela segura minha mão.
— Fofinha, posso ler sua mão? — Diz a mulher dos olhos pretos simpáticos.
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𝘾𝙤𝙢𝙤 𝙚𝙪 𝙩𝙚 𝙫𝙚𝙟𝙤 [Finalizada]
RomansLeila, ou Le como costumam chamar, é uma mulher que tem que lutar contra problemas diários assim como todo brasileiro, porém entre tantas questões da sua vida, a maior é: o desemprego. Por mais que seja necessário, estudo não garante emprego após se...