Lᴇɪʟᴀ.ᴘᴏᴠ
Dei um pulo na praia, hoje é minha folga e acordei cedo para fazer algumas coisas atrasadas, se eu ficar acumulando, vai chegar uma hora que não vou conseguir mais fazer. Combinei um almoço com meus pais e Victor. Ele disse que estava chegando já faz bem uns dez minutos. Que demora.
Enxaguo o cabelo outra vez, essa espuma parece que não acaba! Meu cabelo raspado era muito mais fácil de lavar, porém, prefiro o meu black natural hoje em dia.
Sinto alguém colocando a mão nos meus lábios, levo um susto que faz meu coração gelar e quase saltar do peito, como se tivesse vida própria fora de mim. Espera... ou alguém invadiu minha casa, ou é uma pessoa que teria loucura suficiente para fazer isso...
— Victor! Você endoidou? — Não estou brava pelo susto cômico que ele me deu agora, não, não, imagina...
Victor solta uma risadinha saliente.
Finalizo o enxágue e abro os olhos, dirigir o olhar para baixo, é inevitável... que homem gostoso eu tenho, que tentação!
— Como você entrou? Victor, se meus pais te pegam aqui, vão no mínimo... — Sou interrompida por um leve puxão, fazendo meu corpo nu colidir com o meu na pressão, é delicioso quando ele me pega assim. Sorrio olhando para seus lábios sensuais que me faz desejo-lo feito louca.
— Sua mãe está lá fora ocupada e me viu entrando, ela só não sabia que você estava no banho, seu pai não vi nem sinal, queria te fazer uma surpresa, pensa que esqueci do seu aniversário? — Recebo um selinho estalado. Envolvo os braços no pescoço dele e me faço de boba.
— E o que mais eu tenho direito de ganhar? — Acaricio sua pele macia, os olhos verdes me hipnotizam de uma forma tão sensacional. Victor começa a me beijar devagarinho, fazendo do jeito que só ele faz. Desligo o chuveiro, já acabei meu banho, estamos encharcados de água, e ele nu. Victor vai descendo os beijos pelo meu queixo, em seguida pelo meu pescoço.
— Não vamos fazer isso aqui. — Interrompo o momento muito bom, pela nossa segurança e principalmente, pela noção né. Imagina ir para no noticiário com o título: "casal leva queda após tentar transar no banheiro."
Seria cômico, se não fosse vergonhoso.
Me enrolo na toalha e pego uma extra que tem pendurada no box, entrego ao Victor.
— Fica bem quietinho, eu vou na frente e vejo se a barra está limpa. — Sussurro para ele que não para de me encher de beijos sensuais no pescoço. Me afasto à passos cautelosos e vou vigiando o perímetro.
— Pode vir. — Sussurro a ele, pegando em sua mão e o trazendo comigo para o meu quarto, que agora não tem mais a Isabel que pode ver coisas obscenas entre nós dois. Entramos no quarto feito dois criminosos fugindo de um carcereiro.
— Que saudade de você! — Victor me agarra e faz questão de sentir meu cheiro.
— Ainda está magoada comigo? Eu sinto muito ter te tratado daquele jeito, desculpe, eu não quero que me pense que não confio em você ou que não respeito seu jeito de ser. — Victor começa a falar baixinho.
Interrompo nosso beijo, precisamos conversar a respeito de algumas coisas, antes de continuar com isso. Se não conseguirmos manter diálogo agora, no casamento, será muito mais difícil e já sei como está história pode terminar... Não é ser precipitada, é ser responsável pela vida que construiremos no futuro.
— Vamos fazer um combinado nosso? — Pergunto olhando nos olhos dele, porque mesmo não me vendo, Victor sente isso.
— É claro que sim. — Responde de bom grado, prestando atenção em mim.
Ergo o mindinho e pego a mão dele, a colocando à altura do meu dedo.
— Sempre que tivermos qualquer tipo de problema, vamos sentar e conversar, ok? — Estou falando muito sério, espero que ele seja recíproco nesta parte da nossa DR¹.
— Sim, prometo, vamos conversar com calma e ver no que estamos discordando, tentar resolver tudo da melhor maneira. — Acrescenta com um sorriso benevolente.
Entrelaçamos os dedos e damos um selinho.
— Eu falei com a sua mãe. — Digo em tom mais alto, enquanto procuro roupa na gaveta, Victor não quer sossegar o facho, mas, agora eu não quero que tenhamos relação, estou sem preservativo, com cólica e dores horríveis de cabeça.
— E o que ela te disse? — Pergunta pausado a linha de beijos que fazia por meu ombro.
— Me perguntou, se eu aceitava cuidar dela até que precisasse se internar no hospital, respondi que iria pensar com carinho. — Me esquivo dos beijos dele, preciso trocar a calma, desgruda um pouco Vi.
— Leila, tem alguma coisa te incomodando? — Ele percebeu que ainda não arranquei sua toalha e nós se enrolamos nos lençóis, embora eu esteja com muita vontade, ao mesmo tempo, não estou a fim.
Coisas da TPM.
Coloco minha calcinha, o short jeans e o top, não costumo usar sutiã, me incomoda e não vejo necessidade.
— Na verdade sim, não estou no clima sabe... — Meia palavra basta para a compreensão do meu noivo.
A bela escultura de olhos verdes, mexe o queixo em aceitação, levando a mão à borda da toalha enrolada na cintura dele.
— Preciso das minhas roupas, ou pelo menos de parte delas. — Diz como se não tivesse a opção de ficar de toalha.
Dou risada, que safadeza hein?— Deixa eu terminar e pego para você, aliás..., o que você vai me dar de presente? — Pergunto porque sou curiosa e não consigo imaginar o que pode ser, baseado nos meus gostos (que a propósito ele sabe muito bem) deve ser algo maravilhoso.
Victor faz um biquinho, fingindo estar pensando sobre o assunto. Ainda? Já era para ter comprado né!
— Não me olha com essa cara não. — Diz ele, se fazendo de injustiçado. Termino de colocar o meu brinco e jogo uma almofada rosa nele. É bom ele estar brincando, porque eu estou com uma vontade besta de chorar. Isso não é brincadeira!
— Ai! Vou descontar isso do seu presente tá! — Resmunga entre risadas, agarrando a almofada e a jogando para o canto.
— Ah é? Mas, depois não reclama, vou ficar com raiva e te dar um gelo por duas semanas. — Já estou logo avisando.
É um caralho ficar sensível por tudo. Se eu matar uma formiga em dia de menstruação, vou ficar com dó da família dela e começar a chorar feito uma condenada. Nem dormir vou conseguir direito, sabendo que matei a coitada.
— Duas semanas só? Vou ficar cheirando mal, minha pele vai secar e desmanchar, ó minha vida, por que me condena ao martírio eterno assim? O que fiz a tu, para merecer uma morte tão dolorosa? — Victor vai curvando o corpo, fazendo uma cena teatral ridícula, porém, engraçada. Minha vontade agora é de bater nessa pele perfeita dele até deixá-lo roxo feito uma flor violeta. Me resta aturar essa graça.
— Projeto de Shakespeare, vou pegar sua roupa e vamos para cozinha, vou fazer um bolo para mim, já que meu namorado não quer me mimar! Fazer o que né, já fui mais valorizada. — Empino o nariz e saio do quarto rumo ao banheiro, escutando Victor dizer o quanto sou dramática e dar risada. Não tem graça, você vai ver quando eu decidir me vingar viu, ai de tu, Victor!
Se ele não quer me mimar, eu mesma vou.
Victor joga a cabeça para trás e bufa de modo preguiçoso, cedendo ao fato de que uma hora ou outra, virá atrás de mim, para reverter esse meu chororô. Mimada? Um pouco, mas, foi o próprio, o culpado por isso. Talvez, seja mais uma coisa que temos em comum.
— Mãe, você viu meu celular? — Pergunto da janela que dá vista ao quintal, fica em uma da pia na cozinha. Dona Ivone berra que não. Provavelmente o deixei no banheiro. Preciso pegar a roupa do "senhor nega presente para a noiva"
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𝘾𝙤𝙢𝙤 𝙚𝙪 𝙩𝙚 𝙫𝙚𝙟𝙤 [Finalizada]
RomanceLeila, ou Le como costumam chamar, é uma mulher que tem que lutar contra problemas diários assim como todo brasileiro, porém entre tantas questões da sua vida, a maior é: o desemprego. Por mais que seja necessário, estudo não garante emprego após se...