38-Nova Orleans ou Miami? Eis a dúvida

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Quando voltamos para casa da Ofélia, ela tinha preparado um bolo delicioso de chocolate com maracujá, o cheiro estava invadindo meu nariz e me enfeitiçando antes mesmo de pisarmos na sala.

Na hora de dormir, Victor me perguntou o que eu achava da ideia de dormir junto à ele, já que agora somos namorados oficiais.

Fiquei com o pé atrás, não por ele, mas porque iniciamos agora, e Victor insistiu, dizendo que se eu não aceitasse, ele dormiria na beira da minha cama como segunda alternativa, eu dei tanta risada.

10:20.

Já estou acordada faz um tempinho, Victor ainda está dormindo, de frente para mim.

Gosto de ficar mexendo no cabelo dele enquanto dorme, é tão macio e cheiroso.

— Virei seu ursinho de pelúcia. — Não foi exatamente uma pergunta da voz preguiçosa que me diz, acordando.

— Eu te acordei? Pensei que não tivesse percebido. — Falo distanciando a mão dos fios dele e recebo um beijo na bochecha.

— Não, acordei sozinho, e mesmo dormindo, sabia que estava aqui, Le. — Responde se espreguiçando sob a cama.

Não vou perguntar como ele sabe, porque já sei a resposta, em meio a tantas outras que poderia ser dadas caso as coisas fossem diferentes entre nós, e nele particularmente.

Levanto da cama e abro a janela.

— O dia lá fora está lindo. — Deduzo mesmo sentindo falta das manhãs brasileiras, Victor sorri ainda largado na cama e suspira preguiçoso se erguendo.

— Vou pentear o cabelo e ajuda sua tia. — Digo a ele, calçando os chinelos do outro lado do quarto, coisa que é milagre vindo dele, pois nunca o vejo sem estar descalço.

Como ultimamente meus cachos voltaram a crescer, eu vou deixá-los assim, terminar a transição e ficar com meu Black Power.

Escuto algumas batidinhas na porta enquanto visto minha camisa azul escura.

— Me disse que queria conhecer Nova Orleans, o que tem de legal lá? — Fala Vi, bocejando logo em seguida, indo ao banheiro para se ajeitar melhor.

— Tia Leila, minha mãe disse para vocês virem tomar café da manhã. — Escuto a voz de Nandinha atrás da porta.

Termino de pôr meus brincos e sorrio.

— Já vou docinho, obrigada. — Respondo me sentindo uma pessoa cruel por quase ter esquecido dela atrás da porta.

Escovo meu cabelo castanho o deixando para o alto mesmo, bem cheio, do jeito que eu gosto —, e procuro minha escova de dentes que trouxe ontem na pequena mudança que fiz para o quarto dele.

— Respondendo a sua pergunta, lá tem muitas coisas que poderíamos ver, uma delas é por exemplo; o vodoo, tipo daquele personagem de; A princesa e o sapo sabe?
— Explico ajeitando os edredons da cama.

— Você não é atéia? Pensei que não acreditasse em nada superior. — Diz ele enxaguando a boca cheia de pasta de dente, eu digito uma resposta para mensagem de Isabel no WhatsApp, antes de responder a pergunta do bonito.

— Não, eu sou agnóstica, acredito em forças maiores, mas não sigo nenhuma delas ou escolhi uma, saca? — Uso a gíria por preguiça, Victor termina e guarda sua escova no suporte que trouxe.

— Entendi...podemos viajar para lá e parar em Miami, acho um ótimo lugar. — Vi coloca o utensílio na cômoda e vem até mim, como acordei antes, já escovei os dentes, só não tinha penteado o cabelo.

𝘾𝙤𝙢𝙤 𝙚𝙪 𝙩𝙚 𝙫𝙚𝙟𝙤 [Finalizada] Onde histórias criam vida. Descubra agora