10-Escolha para ela

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Por sorte, não tem aparentemente nada errado com o coração gelado do Victor, mas o médico pediu exames mesmo assim, acabamos não conseguindo ir até a joalheria escolher o anel da barbie, porque começou a cair uma tempestade feroz e iríamos ficar alagados se não voltássemos.
Descobri mais uma coisa do branquelo, ele morre de medo de tirar sangue, chegou a ficar pálido na hora do exame ser realizado.

Na joalheria.

— Acho que sua namorada vai gostar deste aqui, não é senhorita? — Se referiu a mim como namorada dele.

Victor apenas sorri fraco em resposta e eu não obtenho reação de imediato.
A mulher dos olhos escuros me entrega o anel de rubi que achei belíssimo dentro da vitrine.

— Acho que ela vai gostar deste. — Digo a Victor analisando o pequeno acessório que é a cara da chatinha.

Agarro a mão direita de Victor e entrego a aliança para que ele sinta a textura.

— É um rubi quadrado na ponta, bem discreto. — Informo o vendo sentir o objetivo com atenção.

A vendedora apenas sorri preguiçosa em reação.

— Tem certeza que ela vai gostar? — Ele parece querer depositar em mim tal confiança... não sei ao certo.

— Está é uma joia rara das escavações do...— Diz a mulher branca de cabelo preso em um redinha, atrás da vitrine.

Este diamante é tão caro que pagaria todas as minhas contas e ainda sobrava para comprar uma casinha meia boca.
Horas depois.

Decidi voltar naquele assunto para que nós ainda não falamos sobre.

Todos dentro daquele shopping ficavam me olhando feito um bicho, me senti tão desconfortável, preciso distrair a mente.

— Então... como aconteceu o acidente. — Pergunto a Victor, observando sua ansiedade para chegar em casa e ver Júlia, apesar de não planejar pedir ela em casamento hoje.

— Não foi um acidente, foi um assalto e eles atiraram em mim. — Explica Victor com pesar igual a de correntes grossas.

— Quase morri, se não fosse por minha mãe eu não estaria aqui hoje. — Revela pendendo a cabeça para baixo, parecendo envergonhado.

— Você é muito forte. — Falo com toda sinceridade, porque sobreviver a um tiro na cabeça é uma obra do universo bem impressionante... acredito em alguma força maior, porém não a nomeio ou sigo, apenas acredito que haja algo regendo o universo acima de nós.

Victor não responde, silencioso feito o frio que assola as ruas.

Em casa.

Volto do banheiro e ouço uma melodia invadindo cada cantinho do corredor extenso.

— Leila. — Sinto dedos envolverem meu braço e recuo alguns passos para dar atenção.

— Sim, senhorita Martins. — Articulo olhando os seus dedos ainda envolvidos em meu braço e Júlia não demora a me soltar.

— Queria te pedir desculpas, eu não quis
dizer aquelas coisas para você... estava nervosa e apenas queria conversar com Victor e acabei descontando em você. — Justifica a barbie parecendo realmente arrependida.

— Também devo desculpas, não deveria me intrometer em seu relacionamento. — Peço sem nenhum orgulho fazendo barreira, errei e admito isto.

Júlia repuxa um sorrisinho de canto e estende os braços curtos para mim.

— Amigas? — Supõe carismática e humilde aguardando meu corpo abraçar o seu que é um pouco mais baixo.

— Sim. — Confirmo sem muita firmeza ainda, porque preciso conhecê-la melhor para concluir esta aproximação.

𝘾𝙤𝙢𝙤 𝙚𝙪 𝙩𝙚 𝙫𝙚𝙟𝙤 [Finalizada] Onde histórias criam vida. Descubra agora