Cheguei em casa e tomei um banho, Isabel estava dormindo no sofá com minha mãe, acordei minha mãe e disse que fosse dormir no quarto o restante da noite.
Isabel ficou no sofá. Fiquei com pena de acordá-la. O dia estava amanhecendo quando fui me deitar, às 7:00 da manhã.
— Filha, desculpa te acordar, mas estou me sentindo mal, você pode medir minha pressão Le? — Sinto meu pai me cutucar e dizer com sua voz tranquila. É óbvio que posso, sempre estou aqui para ele.
— Claro pai. — Respondo ao me levantar devagar e bocejar. Antônio me conduz carinhosamente com ele para a sala.
Meu pai é caminhoneiro, portanto, costuma ter constantemente a pressão arterial lá nas alturas.
— Como você está? Passou a noite no hospital, sua mãe me disse só de manhã para não me preocupar, não funcionou muito... fiquei mais preocupado ainda. — Sorri de maneira descontraída, o profundo sono é nítido, deve estar exausto coitado.
— Senta pai, vamos ver sua pressão e se tiver alta, já vai tomar os medicamentos. — Digo, enquanto tento me manter acordada suficiente, duas bigornas estão sobre meus olhos literalmente. Procuro pela gaveta do armário da cozinha, meu estojo contendo equipamentos para tais checagens como a de glicemia, de oxigênio e pressão arterial.
— Isabel está indo bem na faculdade, deveria ver como ela fala sobre a física. — Murmura a voz sonolenta, todo orgulhoso.
— Ela é uma garota inteligente e esforçada, não tenho dúvidas de que chegará longe. — Coloco o aparelho sobre o bíceps dele, apertando a pêra com válvula e o fazendo inflar e comprimir o braço do meu pai.
— Sua mãe e eu, vamos viajar nesse final de semana, vocês ligam? — Pergunta receoso pela minha resposta.
Meus pais raramente saem, julgo que devem aproveitar o máximo da vida. Na verdade, isso julgo à qualquer pessoa.
Somos adultas, donas dos nossos narizes, já está na hora de sairmos do pé deles um pouco. Seguirmos com nossas vidas já bem cuidadas pelos nossos pais. Se temos futuro hoje, é graças ao investimento e apoio deles. Uma forma de mostrar gratidão, seria os deixando usufruir do lazer que merecem.
— Já decidiu sobre o seu vestido de noiva? — Antônio não pode falar agora!
— Só um minutinho pai, já estou conseguindo ouvir sua pressão. — Informo, é chato interrompê-lo, contudo necessário. Interfere quando vou escutar através do estetoscópio.
Termino de verificar, tudo conforme o normal por sorte.
— Seu coraçãozinho está ótimo senhor Antônio, dor de cabeça? Se for, possivelmente foi friagem que tomou, por favor pai, vou pedir porque me preocupo com o senhor; não sai sem antes pôr blusa e touca, sabe como o clima muda toda hora em São Paulo, principalmente aqui no litoral. — Peço carinhosamente a ele, deixando um beijo sobre sua testa quentinha.
— Ok filha, além da capa de chuva, do guarda-sol, das roupas de esquimó e do apara-raios, vou tentar acrescentar uma roupa de esquimó também. — Responde em um tom de piada, me fazendo rir, é um comediante mesmo.
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𝘾𝙤𝙢𝙤 𝙚𝙪 𝙩𝙚 𝙫𝙚𝙟𝙤 [Finalizada]
RomanceLeila, ou Le como costumam chamar, é uma mulher que tem que lutar contra problemas diários assim como todo brasileiro, porém entre tantas questões da sua vida, a maior é: o desemprego. Por mais que seja necessário, estudo não garante emprego após se...