Atenção, capítulo com conteúdo sensível. +18
Me contem no final, o que acharam da relação do Vi e da Bel nesse cap🖤
Vɪᴄᴛᴏʀ.
Preparar uma surpresa para a Le, é fácil e difícil, ao mesmo tempo. O bom, é que tenho a ajuda da minha cunhada. A pessoa que melhor conhece os gostos da Le.
— Aí, não é difícil? Tipo, ter perdido a visão tão novo. — Isabel pergunta, receosa por receber uma resposta nada amigável minha. Não preciso ser ignorante com ela.
— Na verdade, foi bem difícil, no início eu teimava com sua irmã, toda vez que íamos começar a treinar para decorar os cômodos da casa devido à minha mobilidade, dizendo que não conseguiria, que era inútil continuar tentando e eu, ficaria condenado a ficar sentado e trancafiado no meu quarto para o resto da vida. — Digo para Bel, exaltando um pouco a voz, porque o eco de várias vozes misturadas neste shopping, interfere na potência do som da minha voz.
— Me dá o braço, vamos descer a escada rolante. — Pede em um tom gentil, não tenho costume de sair de casa, então é melhor ter o auxílio dela nisso, será muito melhor do que a vara por si só.
— Deixa eu adivinhar, ela insistiu para te deixar muito mais empolgado e tentar mais, acertei? — Ela solta uma risadinha.
— Sim, nós discutimos várias vezes por isso, Leila é a pessoa mais perseverante que eu já conheci. Inclusive, aprendi com ela a não ser não ser tão mole para certas situações, Leila não desistiu de mim, isso me motivou a também não desistir. — Acrescento, enquanto esperamos a escada nós levar até o fim, vamos ao outro andar do shopping, para procurar o presente da Leila. Como é surpresa, tivemos que mentir para vir juntos comprar o presente dela.
Eu disse que ia à uma consulta e Isabel, disse que estaria ocupada com um trabalho da faculdade. Minha mãe fingiu de boba também, inclusive falou que Le perguntou sobre a veracidade da minha justificativa. Obviamente minha mãe disfarçou bem.
O complô perfeito.
— Às vezes precisamos de um empurrãozinho para mudar certas coisas, alguém que insista em nós, por amor. — Comenta a garota simpática.
Isso me lembra algo desagradável...
— Depende muito da pessoa, meu pai... Otávio, não mudaria nunca por nós, nem que tivesse todo o amor do mundo... E, ele teve, minha mãe foi um tapete para aquele patife, por tantos anos, aquilo a destruiu, apagou todo o brilho dela. — As lembranças que invadem minha mente, são como balas, uma multiplicação semelhante à bala que eu levei na cabeça. Ver alguém que você ama sendo humilhada, rejeitada, desvalorizada, agredida, é pior do que se fosse consigo mesmo. Odeio lembrar do passado, mas, infelizmente ele faz parte de quem eu sou. Sem um passado, não há presente ou futuro.
Bel fica em silêncio por alguns minutos, até suspirar pesado.
— Vocês são feitos um para o outro e uma coisa que têm em comum, é o quanto são corajosos sabia? Minha irmã já trabalhou em hospitais e viveu muitas experiências nada fáceis, eu ficava abismada com o estômago que ela tinha nessas situações. Teve uma vez que, ela me falou de um cara que chegou lá com uma fratura exposta, toda ensanguentado e desesperado. — Não posso ver a expressão de repulsa dela agora, mas tenho certeza que a fez, pelo barulho que emitiu. Admiro a coragem e o carinho da minha noiva, pela profissão.
— Uma vez, ela me contou sobre o dia em que cuidou de uma pessoa com infecção generalizada, fiquei arrepiado apenas de escutar... não teria coragem, teria tanta pena dessa mulher, ia ficar martelando isso ao ponto de não conseguir dormir. — Lembro de cada detalhe do que Le disse, era nítido o quanto foi pesada aquela experiência, entretanto, Leila Tavares não brinca em serviço, é excelente profissional.
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𝘾𝙤𝙢𝙤 𝙚𝙪 𝙩𝙚 𝙫𝙚𝙟𝙤 [Finalizada]
RomanceLeila, ou Le como costumam chamar, é uma mulher que tem que lutar contra problemas diários assim como todo brasileiro, porém entre tantas questões da sua vida, a maior é: o desemprego. Por mais que seja necessário, estudo não garante emprego após se...