61-Conversa em dia

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𝘝𝘪𝘤𝘵𝘰𝘳.

Sempre que acordo, passo a mão pela cama até alcançar o rosto da Leila e me aproximo, lhe dou um beijo na testa e um cheiro, mas hoje não foi assim...

— Le? — A chamo, percebendo sua falta sobre a cama. Saio e sigo andando, tropeço um pouco, até que sinto mãos delicadas me segurarem. Aliviado por ela salvar meus dedinhos de se quebrarem todos pelos móveis aqui.

— Ei! Deveria me chamar, estamos em um lugar desconhecido, teimoso! — Escuto a bronca, sorrio por escutá-la.

— Desculpe, queria apenas ir até você amor. — A puxo delicadamente para um abraço, é tão bom tê-la comigo.

— Sobre o que aconteceu ontem, Leila eu sinto muito, me perdoe, eu não deveria levar em consideração o que a Júlia acha ou deixa de achar... — Sou interrompido por um chiado.

— Depois falamos disso ok? Estou com dor e a sua mãe ligou, dizendo que seu tio está lá. — Avisa Le, acariciando minhas costas, retribuo deslizando os dedos sobre sua bochecha quente.

Tio? Faz anos que não vejo nenhum tio ir até a minha casa.

— Ela disse que tio é esse? — Pergunto, indo com Le para a cozinha, iremos tomar café e ir embora de tarde.

— Não, disse apenas que desejava que você conversasse com ele quando voltasse... minha irmã está com ela, por enquanto tudo corre bem. — Informa Le, sua voz está diferente, a dor deve estar causando transtornos nela.

— Tome algum remédio, assim que voltar podemos passar no hospital e você retorna com o médico. — Sei que a bonita vai bater o pé e dizer que pode esperar um pouco pouco, entretanto vou continuar insistindo.

— Ok, se a sua mãe estiver bem, irei, senão, primeiro tenho que cumprir com a minha obrigação, Isabel é muito distraída, é perigoso que fique sozinha lá muito tempo. — Responde, muito passiva. Leila é calma e amorosa, contudo me parece que aconteceu algo e ela não me contou.

— Vanos mudar de assunto. — Diz, num tom bem-humorado, apesar do incômodo. Sirvo um pouco de café quente a ela e pego um pouco também.

— Podemos começar com dois assuntos muito importantes que não falamos ainda; nossa casa e o casamento. — Este é um assunto que me deixa tão entusiasmado e contente, porque sempre adorei casamentos, apesar de não ter ido em muitos e ser recluso às festas em geral, amava casamentos.

— Sua mãe me contou que você adorava casamentos, é verdade? — Questiona Le, impressionada. Bebo um gole de café e murmuro em resposta.

— Principalmente o buffet, já comeu aqueles docinhos? Bem casado o nome. — Arrisco este nome, porque esqueci como se chama. Faz anos que provei alguns desses, mas nunca esqueço a delícia que são.

— Uma vez, mas não sou muito fã de doces, por isso não curti sabe? — Murmuro confirmando.

— Vou trocar de roupa, avisei meu pai e ele vem buscar a gente. — Antes de sair rumo à cama para organizar as roupas, seguro seu pulso delicadamente.

— Seu pai não disse nada sobre estarmos aqui? — Acho engraçado ele não ter reclamado ou comentado sobre.

Leila mexe nos meus cabelos, organizando os fios que precisam de um corte urgente.

— Não, por que diria algo? Vim passar um tempo com meu noivo, qual seria a questão? — Ela estranha a pergunta.

— Ele deve imaginar que fizemos coisas indecentes neste tempo juntos, ninguém vem para um motel para jogar xadrez Leila. — Faço cócegas nela, arrancando gargalhadas maravilhosas.

𝘾𝙤𝙢𝙤 𝙚𝙪 𝙩𝙚 𝙫𝙚𝙟𝙤 [Finalizada] Onde histórias criam vida. Descubra agora