39-Porque sim (+16)

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Victor e eu decidimos dar um passeio de ônibus Londrino, acordei super empolgada. Disse a ele também para conversamos sobre a oportunidade de emprego para Bel.

Ela merece essa chance por seu esforço diário para se manter na faculdade.

Nandinha veio conosco, é uma criança educada, portanto não tenho que ficar chamando sua atenção para obedecer minhas ordens e ficar quieta do meu lado.

Expliquei para ela que o Victor não enxerga, absolutamente nada, assim fica mais fácil dela lidar com ele sem o deixar bravo ou acabar sendo indelicada, embora crianças sejam assim às vezes, por natureza, é melhor explicar desde já né.

— Fica aqui, vou comprar uma coisa e já volto. — Alerto Victor, avistando uma loja de doces que trás um cheiro delicioso para o meu nariz, ou melhor dizendo, uma padaria bem movimentada, solto a mão dele e antes que Victor proteste, o mando segurar a mão de Nandinha e não mover um passo, antes que eu retorne com as coisas que vou comprar, Nandinha irá obedecer, tenho total certeza disso.

Cinco minutos depois.

Ligação:

— Leila, onde você está? Foi colher o trigo do pão direto da plantação foi? — Eu não acredito que ele está me ligando, nossa!

— Victor, estou no caixa da padaria, deixa de ser impaciente que daqui a pouco eu volto. — Falo enquanto espero a fila andar.

Escuto Nandinha fazer várias perguntas e gargalhar do outro lado da linha.

— Minha linda, você não está entendendo... Eu quero devolver essa criança para mãe dela o quanto antes. — Reclama o resmungão, parece um velho antipático.

— Victor! Deixa de ser dramático vai, é só uma garotinha, ela não vai te matar. — Replico já sem paciência para chatice dele.

Victor bufa, incrédulo.

— Ela me perguntou como o patinho feio fica bonito se ele é um cisne, Leila! Eu nunca vi esse raio desse filme, como vou saber! — O branquelo reclama mais, eu dou risada.

Imagino ele tendo um filho... Nem quero imaginar no que isso resultaria...

— Já estou indo donzelo! Aguenta mais um pouquinho! — Replico enquanto tento equilibrar as coisas escolhidas e o celular.

— Vai ter troco, Le! Me aguarde! — Brinca Victor, bravo por eu ter deixado Nandinha com ele. Que exagero, misericórdia.

Desliga.

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Victor está com uma cara emburrada e Nandinha sentada no chão, entediada, balançando o pé direito insistentemente.

— Voltei. — Falo analisando o conteúdo das sacolas para ver se está tudo certo nelas.

— Finalmente. — Resmunga Victor.

Vou ignorar para não xingá-lo, chato.

— Você vai continuar reclamando? — Pergunto já me preparando para ignorar.

Victor ergue as sobrancelhas, sarcástico.

— Depende de você, amor. — Ele diz em tom engraçadinho, reviro os olhos e lhe entrego duas sacolas e uma para Nandinha.

— Por que eu tenho que carregar sacolas? — O branquelo parece ser de vidro, aff.

Nandinha dá risada dele com seu sorrisinho banguelo aparecendo.

𝘾𝙤𝙢𝙤 𝙚𝙪 𝙩𝙚 𝙫𝙚𝙟𝙤 [Finalizada] Onde histórias criam vida. Descubra agora