Lᴇɪʟᴀ.
É complicado ter que conversar com Victor, pois, este assunto é delicado.
Entretanto, ele tem muita maturidade para compreender e discutirmos numa boa, sobre tal coisa.
— Amor, senta aqui. — Peço, o conduzindo para o sofá branco. Victor senta e fica aguardando em silêncio.
— Já dei os remédios da sua mãe, ela está descansando, disse que não consegue mover da cintura para baixo. — Serei sincera com ele, a situação tende a piorar. É uma doença progressiva, então...
— O que você queria me dizer? — Pergunta ansioso, mexendo no canto dos olhos.
Respiro fundo. Minha garganta está seca.
— Nós precisamos falar sobre meu trabalho, se vamos nos casar, as despesas serão mais altas e não vou poder continuar somente com o salário que me pagam. — Começo a falar, Victor está sonolento, porém, presta atenção.
— Eu posso voltar a trabalhar no teatro, daremos conta juntos. — Sugere meio apreensivo pela ideia. Somos muito apegados, porém, é algo necessário.
Seguro sua mão e acaricia as bochechas tão claras quanto flores de baunilha. Sem dúvidas, ele necessita tomar muito sol.
— Eu não vou continuar como sua homecare, vou trabalhar fora, em um hospital provavelmente, compreende? Vamos encontrar uma maneira, de você ficar seguro e podermos administrar o dinheiro que entrará em casa. — Arrumo os fios escuros que insistem em cair nos seus cílios, por serem tão lisos.
— Se é isto o que você, tudo bem. Mas, não ficará pesado? Quero que continue trabalhando com o que ama e bem. — Esse receio demonstra o quão inesperada foi minha informação para ele.
O puxo carinhosamente para um abraço.
— Fique tranquilo, já trabalhei em um hospital e ficarei meio período fora, no começo será difícil se adaptar, mas já tive uma ideia que poderá ser de muita ajuda. — Essa ideia surgiu após algumas pesquisas no celular, já vi muitos deficientes visuais, optarem por esta ajuda.
— Não preciso de outra enfermeira, se é o que está pensando... Posso me virar sozinho por quase um dia todo Le. — Diz mais seguro e confortável, o tranquilizou um pouco sobre esta mudança.
— Não ia sugerir isso agora, porém, um cão guia será de grande utilidade, até você se acostumar com a casa. Se quiser sair também... Irá dar tudo certo. — Vejo em sua expressão, como está tenso e preocupado.
— Minha mãe, ela precisará de cuidados, como faremos? — Lágrimas escorrem pelos olhos dele, quando se distancia do meu ombro. Preciso pensar sobre isso também.
Carlota não poderá ficar sob os cuidados de qualquer pessoa.
— Vou cuidar disto, não se preocupe, sua mão vai ficar segura, prometo. — Dou um selinho calmo nele, o cheiro do perfume suave acaba me deixando estranhamente enjoada. Deve ser novo, não estou acostumada com este cheiro adocicado.
— Confio em você, sei que fará o que for melhor para ela. Vou trocar minha roupa. — Avisa, sorrindo desanimado.
O deixo ir trocar o pijama cinza, apesar de ficar fofo nele, não pode ficar assim o dia todo. Até porque, tem consulta marcada hoje, com o neurologista.
Sigo para o quarto para ver Carlota, entretanto, no meio do corredor me dá uma vontade anormal de fazer xixi. Corro para o banheiro e quase não me seguro.
Será que estou com infecção urinária?
— Leila. — Escuto minha sogra chamar.
— Já vou Carlota! — Digo o mais o possível, para saber que estou perto. Caso seja uma emergência. Estou tão enjoada, que náusea terrível... Deve ter sido algo que comi.
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𝘾𝙤𝙢𝙤 𝙚𝙪 𝙩𝙚 𝙫𝙚𝙟𝙤 [Finalizada]
RomanceLeila, ou Le como costumam chamar, é uma mulher que tem que lutar contra problemas diários assim como todo brasileiro, porém entre tantas questões da sua vida, a maior é: o desemprego. Por mais que seja necessário, estudo não garante emprego após se...