O fruto da macieira velha - Babitan G!P

Outro lado

POV.NARRADORA

- Você sabe o que você fez não sabe? - GS questionou.
- Sim. Eu sei tá legal - Babi falou colocando o rosto nas mãos e negando.
- Você está causando terror em todo o reino Babi - GS falou.
- Eu não me importo. Não vou deixar que toquem em Voltan - Babi falou se levantando bruscamente.
- Mas você não pode simplesmente sair matando quem for.

- Não questione sobre o que eu faço ou deixo de fazer - Babi falou perdendo a paciência e GS apenas assentiu.

- Tudo bem. Faça o que quiser. Olhe para si mesma, você não está sendo mais a mesma - Babi encarou GS se aproximando.

- Eu sou isso! Eu machuco as pessoas ou acabo com elas, eu também sou um demônio GS, é isso que demônios fazem - GS deu um passo a frente colocando a mão sobre o ombro de Babi antes de dizer :

- Você não é igual os outros. Não acabe com tudo, não acabe com o amor entre você e Voltan, não o jogue fora. É só isso que te digo - GS sorriu com os lábios em linha reta, saindo da sala deixando Babi sozinha com seus pensamentos turbulentos.

A anjo sabia que algo dentro dela estava sumindo.
Ela podia sentir.

Babi sentou no sofá novamente encarando o quadro de Rãmino que estava sobre a parede por longos minutos, antes de sentir a sensação de queimação muito forte em seu peito voltar.

- Merda - Babi sussurrou caindo no chão com a mão no próprio peito enquanto grunia de dor - De novo não - Babi fechou as mãos em punhos tentando dispensar essa dor que atingia em todos os lugares de seu corpo.

Bárbara deitou no chão tentando controlar sua respiração, sem sucesso algum.

Tenebris entrou na sala cantarolando uma música antiga, assim que abriu os olhos viu Babi deitada no chão, se assustando ao ver o estado da anjo deplorável.

Babi tinha suor por todo seu corpo, seu rosto estava em total cor vermelha, suas pupilas extremamente dilatadas e sua forma trocava o tempo todo, assim como seus olhos que iam de castanho para vermelho em segundos.

- Por Rãmino Bárbara - Tenebris falou correndo até Babi se agachando ao lado da anjo, sentando-a.

- Olhe pra mim - Tenebris falou batendo no rosto da anjo de leve.

Bárbara tinha os olhos quase fechados e respirava pesadamente de forma que saiam em bufos.

- Bárbara - Tenebris falou batendo no rosto da anjo fortemente - Desculpa - Tenebris disse ao ouvir o gemido da anjo.

Babi gruniu alto sentindo todo seu corpo queimar em chamas.

Tenebris se levantou, mas sentiu seu pulso ser agarrado e seu corpo ser puxado com brutalidade indo de encontro ao chão.

Bárbara agarrou os dois pulsos de Tenebris prendendo-os contra o chão com força e subiu em cima da Deusa da sensualidade sentando sobre as pernas da mulher.

- Aquele tapa doeu - Bárbara falou rindo sem humor algum, sua risada era áspera.

- Bárbara - Tenebris disse encarando os olhos da anjo que estavam em cor de sangue, sua pele vermelha e veias saltadas e suas asas na cor preta. Bárbara estava mais forte do que o normal, seu corpo estava mais forte do que o normal.

- Bárbara - A anjo repetiu afinando a voz de forma indiferente se aproximando do rosto de Tenebris - Ela está em algum lugar - Babi falou soltando uma das mãos de Tenebris, descendo as próprias mãos pelos ombros da Deusa lentamente.

- Me solta - Babi riu alto ao ouvir as palavras ditas por Tenebris.
- Você me quer tanto quanto eu te quero Tenebris - A anjo falou e Tenebris negou fazendo Babi rir de forma maléfica mais uma vez - Você é a Deusa da sensualidade, não pode resistir a mim - Babi encarou os olhos azuis da mulher sorrindo de lado.

Babi inclinou a cabeça pra frente tocando o ombro de Tenebris com os lábios em um beijo, subindo a língua de forma erótica pelo pescoço da Deusa.

Tenebris fechou os olhos, tentando resistir aquela tentação que sentia naquele momento, na tentativa de abster os pensamentos impuros que sentia em relação à anjo, parando Babi com a mãos.

- Você sabe que não posso resistir. Mas se você fazer isso, tenho certeza que vai se arrepender amargamente Bárbara. Pelo resto de sua vida - A anjo encarou Tenebris por longos minutos, e Tenebris podia jurar que naquele momento viu a Babi que ela tanto queria ali, presente naquele momento, a verdadeira Babi.

A anjo piscou deixando os pensamentos irem embora se aproximando mais dos lábios da mulher ignorando o que foi dito.

Antes que Bárbara pudesse encostar os lábios no de Tenebris, a porta se abriu, revelando Voltan com um lindo sorriso em seus lábios que logo se desfez como pó, ao ver aquela cena em sua frente.

Babi e Tenebris olharam pro lado vendo Voltan parada na porta sem expressar qualquer reação.

- Voltan - Bárbara sussurrou antes de encarar Tenebris e sair de cima da mulher bruscamente.

Voltan deu as costas e correu dali depressa sentindo as lágrimas cairem de seu rosto e seu peito doer.

Bárbara não sabia o que fazer, estava apenas parada encarando a porta por onde Voltan tinha passado segundos atrás.

Tenebris se levantou parando na frente da anjo segurando os dois ombros de Bárbara e os balançando.
- Vai atrás dela porra - Tenebris gritou tirando Babi de seus devaneios.

Bárbara piscou e correu na direção da porta.
- Voltan - A anjo gritou chamando a atenção de quem passava por ali.

Bárbara olhou de um lado pro outro sem saber por onde ir. Bárbara correu até o quarto abrindo a porta sem hesitar.
- Voltan - Bárbara chamou procurando a garota por todo quarto sem achar qualquer sinal de que Voltan esteve ali. Ah não ser por sua bagagem em cima da cama.

- Ela iria embora?

- Merda - Bárbada gritou acertando um soco na parede - Eu preciso de você - Bárbara sussurrou para si mesma.

Como Tenebris havia dito, Bárbara se arrependeria amargamente pela eternidade.

E todo terror e caos na vida da anjo, estava apenas começando.

Do outro lado, no reino dos humanos, Cáli, Pedro e a demônio que entregou o bilhete para Bárbara estavam reunidos ao lado de outros anjos que não gostavam naquele reinado.

Ou demônios que Cali envenenou a mente com mentiras para estarem lá.

Quanto mais anjos e demônios melhor seria para Cali se livrar da morte que o esperava. Era isso o que ele pensava.

Cáli riu ao ver todos reunidos, sussurrando para si mesmo :

- Ela está vindo.