Ameaças

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POV.NARRADORA

- Alô, Voltan? - Mob chamou a amiga do outro lado da linha do telefone. Minutos de silêncio se passaram apenas a respiração de ambos era ouvida. Mob encarou a tela do celular com dúvida chamando a amiga mais uma vez, antes de Voltan responder :
- Oi Mob - Voltan sorriu ao ouvir a voz do amigo.
- Até quem fim lembrou da gente né, lembrou que tem família aqui também - Mob falou e Voltan riu baixinho - Pensei que teria se esquecido de mim e Milena, que está aqui em casa, me pertubando - Mob falou com humor tirando uma risada de Voltan.

Milena sorriu e gritou um "oi"

- Eu não esqueci - Voltan falou fungando.
- Você está bem? - Voltan apenas fez um som nasal, de um "tudo bem", de forma vaga, o que não deixou Mob convencido o suficiente.
- Sim. Eu apenas queria matar a saudade - Voltan falou com a voz de choro fazendo o amigo se assustar com aquele ato repentino.
- Me fala a verdade. O que está acontecendo? - Mob questionou. Seu tom de voz transmitia da mais pura preocupação.

Voltan respirou fundo antes de dizer :
- Eu estou com medo - Entre fungadas, Voltan sentia as lágrimas molharem seu rosto.
- Medo? Medo, porque? Aquela desgraçada te fez alguma coisa? - Mob falou elevando o tom de voz pra algo bravo e rude, mas, ao ouvir o choro baixo de Voltan murchou desmanchando a pose seria, tentando passar conforto pra amiga.
- Não. Ela não fez nada, eu apenas, eu não sei, eu só... só estou com medo de tudo.

Voltan temia por tudo, por sua vida de seus amigos de seus pais e de todos.
Ela estava assustada e com medo, se sentindo culpada por muitas coisas.
Pois na sua opinião desde que se envolveu com a anjo só trouxe caos e problemas pros reinos e pra sua vida, que já não era nenhum pouco fácil.

Mas o que Voltan não sabia, era que pra anjo, ela só trouxe paz e sentimentos bons, coisa que Bárbara nunca imaginou ter novamente.

Mais cedo, Voltan recebera uma carta anônima, onde continha ameaças crueis, jogando toda a culpa pra cima dela e que havia trago apenas desgraça e tragedia para todo reino e para todos ao seu redor.

Depois da carta, Voltan caiu em um choro de culpa, não sabia o que fazer, seus pensamentos eram apenas neblina e um mar de ondas gigantes e agitadas.

Talvez a pessoa que escreveu a carta tem razão. Voltan é um problema. Era isso que a garota pensava.

- Ei, se acalma. Eu estou aqui. Vai ficar tudo bem - Mob divagava tentando acalmar Voltan da melhor maneira que podia.
- E se não ficar? - Voltan perguntou baixinho

Mob suspirou encarando os carros que se movimentavam de um lado pro outro sobre a chuva.

- Eu ainda vou está aqui - Voltan passou as mangas do moletom limpando as lágrimas de seus olhos - Porque você não vem e passa um tempo com a gente? - Mob falou animado - Estamos todos com saudades. E seu pai já está desconfiando do seu novo "trabalho" que você nunca fala sobre - Mob falou com o tom brincalhão fazendo Voltan rir.

Voltan falou pros seus pais que tinha conseguido um trabalho novo e junto teria uma nova mudança. Seu pai desconfiava que não era apenas isso, mas Voltan não sabia, que apesar de seu pai está no mundo dos humanos ele não perdeu totalmente o contato com os submundos.

- Eu não sei, Babi precisa de mim.
- Ah, vamos lá. Você precisa de um tempo disso tudo, e creio eu, que ela vai se virar bem sozinha - Voltan deitou na grande cama abraçando um dos travesseiros macios que a anjo usava nas noites para apoiar sua cabeça durante o sono, abraçando-o inalando o cheio amadeirado e refrescante de Bárbara, antes de concordar, aceitando o convite de Mob.

Mob talvez esteja certo. Voltan precisa de tempo, de tudo e de todos, com seus pais e amigos, ter um pouco de sua vida antiga novamente, onde anjos e demônios não fiquem aos seus olhos.

O fruto da macieira velha - Babitan G!POnde histórias criam vida. Descubra agora