Como uma forma de defesa

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POV.NARRADORA

A flor não possui espinhos com a intenção de machucar, mas de se defender.
Felipe Magister

Era assim que Babi se sentia, cercada por espinhos, não como uma forma de evitar pessoas, mas como uma forma de defender seu coração, impedir que ele seja machucada de novo.

Assim como muitas pessoas fazem, pessoas que já tiveram seu coração machucado em pedacinhos, e sabem o quanto dói...

Quando seus espinhos machucaram Voltan, não foi porque ela quis que eles a machucassem, ela apenas estava se defendendo.
Seu coração estava em pedaços, ela não queria que ele ficasse incurável.

{...}

Babi sentou no chão do outro lado da porta.

Ela tinha medo, o amor não servia de nada para ela, e ele machucava, e é doloroso.

Babi não podia deixar, não queria.

Voltan era apenas uma humana, ela tinha que fazer uma simples coisa matá-la, mais falhou, e depois do que aconteceu, Babi não poderia fazer nada contra ela.

Babi começou a caminhar sem direção alguma, sua cabeça girava.

Isso estava ficando tão mais difícil para a anjo, quando mais ela tentava fugir, mas ela sentia.

O medo de rejeição, de se magoar de novo era forte e intenso.

Nem o amor por Aster foi tão forte, nem a traição de Aster estava sendo tão dolorosa quando o medo de ser rejeitada por uma simples garota.

Babi fechou uma de suas mão em punho e acertou uma árvore em sua frente, dando vários socos seguidos.

Babi só sentia algo estranho.

A anjo deitou no chão, enquanto olhava a lua cheia, derrepende não sentia mais nada, estava apenas... inerte.

Voltan não muito distante dali, chorava, e nem ela sabia o motivo de seu choro.

Porque era tão doloroso?
Porque foi tão doloroso a anjo sair sem olhar em seus olhos?

O que ela estava sentindo?

Voltan sentia um novo sentimento desconhecido nascer em seu peito, o sentimento que ela estava tentando ignorar. Voltan estava descobrindo um novo sentimento, o amor.

Voltan pegou o prato que estava na pequena mesinha e jogou contra a parede vendo ele se partir em pedacinhos.

Dois mundos diferentes, duas pessoas de lugares distântes, mais com sentimentos iguais, e verdadeiros.

Isso poderia acabar muito ruim para as duas garotas, ou daria muito certo.

Voltan não viu quando amanheceu, mas sabia que estava de manhã quando viu a luz entrar pela pequena clarabóia, também notou que o prato quebrado não estava mais ali, e que havia um outro com comida, e algumas frutas.

A anjo tinha estado ali.

E ela realmente esteve, antes mesmo de amanhecer completamente a anjo esteve naquele lugar, observou Voltan dormir por um tempo, e saiu novamente.

Voltan ignorou o prato de comida na sua frente e subiu a pequena escada.

- Babi? - Chamou enquanto batia na porta sem parar - Babi! - Não obteve resposta e voltou a sentar no sofá.

Do outro lado da porta Babi estava ali, com a cabeça escostada, ouvindo Voltan bater e chamar seu nome.

Bárbara se sentia tão perto de Voltan, mais ao mesmo tempo estava tão longe.
E isso era tão confuso e doloroso.

A tarde passou e a anjo não apareceu, Voltan então dormiu, não queria pensar.

Fora dali, Praedo e Babi conversavam.

- Quando você vai traze-la pra mim?
- Me dê tempo - Babi respondeu Praedo, que encarou ela com dúvida.
- Que porra de tempo - Praedo falou empurrando Babi pelos ombros - Você não está fazendo não é? - Praedo perguntou e Babi não respondeu - Eu sabia sua desgraça. Você não tem coragem, sua inútil - Praedo falou furioso.

- Eu mesmo vou fazer isso - Praedo passou por Babi em passos pesados indo em direção a pequena casa.

Babi olhou pra ele e puxou seu braço.
- Não vai - Babi falou e Praedo empurrou a anjo com força fazendo ela cair longe.
- Cala a boca.

Babi encarou Praedo furiosa.
A anjo partiu pra cima de Praedo derrrubando ele no chão
- Me dê tempo seu filho da puta - Babi falou com uma voz que Praedo nunca tinha ouvido antes, fazendo ele tremer e se assustar quando encarou os olhos da anjo.

Que estavam como chamas, e suas veias saltadas.
- Tudo bem - Praedo respondeu engolindo em seco. Babi saiu de cima dele e virou de costas.

Assim que Praedo viu as costas da anjo arregalou os olhos.

As costas da anjo estavam vermelhas, e o lugar onde ficavam suas asas brilhavam.

Praedo sabia o que aquilo poderia ser.
E agora começava a ficar com medo.
Precisava tomar providências.

Babi se afastou deixando Praedo jogado no chão.

Bárbara não sabia de muitas coisas, Praedo não contou tudo pra ela.

A anjo ainda tinha muitas coisas que precisava descobrir.
Bárbara não tinha nem noção do que era capaz.

O fruto da macieira velha - Babitan G!POnde histórias criam vida. Descubra agora