Finalmente tínhamos terminado de guardar as coisas que estavam nas caixas. Regina, possuía muitas coisas para um simples apartamento, e pelo visto ela também pensava dessa mesma forma, pois durante as próximas três horas tudo o que ela fez foi reclamar.
— Meu closet tinha duas vezes o tamanho do meu quarto. Nunca pensei que teria que guardar minhas roupas num guarda-roupa!
— Mas guarda-roupas servem pra isso, não é mesmo?
Regina revirou os olhos.
— Você me entendeu, Hope. — Falou enquanto ajeitava uma moldura na parede.
— Mas desembucha, por quê a senhora veio morar num lugar como esse? — Perguntei fazendo com que automaticamente ela parasse o que estava fazendo.
A mesma franziu a testa confusa.
— Desembucha? Mas que tipo de vocabulário é esse?
— Que espertinha, não muda de assunto. — Sorri me aproximando e cruzando os braços.
Percebi o quanto Regina ficou tensa com a minha pergunta. Ela tentou disfarçar e mudar o rumo da conversa, mas eu simplesmente não permiti, minha curiosidade estava sem limites. Tudo o que eu mais queria era saber o que fez uma mulher como ela, se mudar para um bairro como esses.
Mas após perceber que eu não desistiria, Regina resolveu abrir a boca.
Mas quando ela foi dizer o que havia acontecido...
— Querida, cheguei! — Seu esposo anunciava a sua chegada.
Senti meu sangue ferver.
— Que bom, amor. — Disse a ruiva em um tom meloso, indo em direção ao homem e o cumprimentando com um selinho.
Revirei os olhos. O homem então não deixou de notar, e com a testa franzida ele perguntou o que eu fazia ali. Respondi um "Nada" e me preparei para ir embora. Regina em um movimento rápido, segurou em meu braço me trazendo de volta a sua presença.
— Ela veio me ajudar com a mudança. — Sorriu enquanto passava a sua mão pela minhas costa.
— Que ótimo! Fico feliz em saber, Regina precisava mesmo de uma mão amiga, nesse admirável mundo novo.
Fiz uma careta ao ouvir suas palavras.
— É... eu acho que sim.
— Em falar nisso, ficaria feliz em convidá-la para jantar conosco. — Sorriu.
— Obrigada, mas não! — Devolvi o sorriso me afastando de Regina, que agora me encarava com uma expressão de surpresa. — Foi um prazer, ajudar a senhora, mas eu já estou de saída.
Fui em direção da porta, me retirando logo em seguida. Segundos depois a porta voltou a se abrir, e antes que eu entrasse, Regina me parou.
Me virei dando atenção a mesma.
— Por quê recusou o jantar?
— Eu só não estou afim.
— Olha se for pelo o que você viu... Eu já volto a dizer, meu marido não me bate, ele não é um homem ruim. — Cruzou os braços. — Então se quiser aparecer para um jantar...
— Não mesmo! — Sorri para a ruiva indo em direção à meu ap. Assim que abri a porta, Regina tentou dizer mais alguma coisa, mas eu simplesmente ignorei. — Tchau, Regina!
Me despedi fechando a porta sem aviso prévio.
(...)
Era entorno de 23:00 horas, quando resolvi colocar um filme para passar. "Azul é a cor mais quente." E sim, esse era o primeiro romance lesbico que eu assistia.
E de verdade, eu não sabia dizer o motivo que me levou a ver algo desse tipo. Nunca havia passado pela minha cabeça, mas eu acho que pra tudo nessa vida tem uma primeira vez. A questão é que desde que, Regina, apareceu na minha vida, eu comecei a ter atitudes e pensamentos estranho.
E por favor, não me julguei, porque se vocês vissem essa mulher... com toda certeza vocês também duvidariam da sua sexualidade.
*Gritos são ouvidos*
Me levanto em um pulo para ver o que estava acontecendo, parecia tudo bem, até eu ouvir um casal discutindo.
—...ENTÃO SE VOCÊ NÃO ESTÁ FELIZ, PORQUE NÃO ARRUMA OUTRA MULHER!?
Abri a porta do meu ap e avistei, Regina.
— Eu deveria ter feito isso a muito tempo! — Esbravejou, descendo as escadas em seguida.
Regina, tentou ir atrás do homem mas acabou desistindo no meio do caminho. Ela se sentou no chão com certa dificuldade, percebi que sua mão direita segurava uma garrafa de vinho.
Ela estava bêbada.
— Regina? — Me aproximei me ajoelhando na sua frente.
— Hope. — Me encarou com os olhos marejados e dando outro gole no vinho.
Tirei a garrafa de sua mão.
— Já chega. — Falei me levantando e à ajudando. — Vem comigo. — Pedi a conduzindo com dificuldade para dentro do meu ap.
— Para onde você está me levando? — Perguntou com a voz entrecortada. — Eu estou bem...
— Não, Regina, você está bêbada, alterada e seu marido ainda foi embora... Você não pode ficar sozinha nessa situação.
A coloquei no sofá e fui até o banheiro, para deixar o chuveiro aberto e levá-la até lá em seguida.
Assim que voltei, senti minha bochecha corar violentamente. Pois agora na TV passava uma cena de sexo entre as duas protagonistas do filme.
— Por quê tem duas mulheres transando na sua TV? — Me perguntou grogue.
Corri até lá e fui na frente da TV.
— Que mulheres? Você está bêbada e imaginando coisas... — Desliguei o filme, e soltei o ar pela boca aliviada pelo o ato.
— Por quê você desligou? Tava legal.
Arregalei os olhos surpresa e sorri sem graça.
— Eu... vou... pegar uma toalha pra você tomar um banho frio. Isso vai te ajudar.
Regina concordou, passando a mão pelos seus cabelos bagunçado. Fui até meu quarto e peguei uma toalha. Respirei fundo antes de retorna a sala.
Eu ainda estava envergonhada.
Após retornar, encontrei a ruiva deitada sobre o sofá, ela havia acabo de pegar no sono. Sorri com a cena, me aproximei e me abaixei ao seu lado, observando-a dormir profundamente.
Antes de ir pegar uma coberta e desligar o chuveiro.
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Querida, Johansson
RomanceApós perder sua herança, Regina Johansson, se vê obrigada a largar a sua vida de luxos para se aprofundar numa vida completamente oposta do que ela vivia, até que ela consiga recuperar a sua fortuna. A ex magnata acaba se mudando para um apartamento...