Capítulo Vinte e Cinco

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Andávamos reto para ver se encontrávamos uma alma viva. Nós estávamos literalmente no fim do mundo, Regina, havia dito que sua intenção era ir até a sua antiga casa como nós fomos da primeira vez, porêm ela não tinha reparado na gasolina.

Segundo ela, sua pressa de sair do meio daquele ninho de cobras era enorme...

— Só falta nós sermos assaltadas. — Murmura.

— Não pensa desse jeito se não pode atrair mais coisas ruins.

A ruiva dá de ombros.

— Meus pés já estão doendo.

— Então tira os seus sapatos, deve ser horrível caminhar de salto alto, ainda mais na estrada de terra.

— O quê? Você está dizendo para eu colocar meus pés delicado nesse chão imundo? — Pergunta e eu assinto. — Jamais! — Ela solta uma risada irônica.

Sorrio revirando os olhos e me aproximando da ruiva. Seguro a sua mão timidamente olhando para frente enquanto andávamos. Regina acaba aceitando de bom agrado o que faz meu coração ficar quentinho.

Andamos por mais um tempo até encontrar um barzinho.

— Finalmente! — Sorrio aliviada e andando em sua direção.

Mas sinto Regina me puxar.

— O quê você pensa que está fazendo? — Ela me encara.

— Indo pedir ajuda, oras...

— Hope, você não está vendo? — Aponta sutilmente. — Lá está infestado de homens bêbados e mal encarados.

— E o quê tem?

— Hope, eu falei que está infestado de homens! Você está vendo alguma mulher lá dentro? — Pergunta e eu nego. — Pois então! É muito perigoso e eu não consigo confiar.

Assinto. Regina estava certa, podia ser perigoso demais, duas mulheres no meio de todos aqueles homens. Mas eu estava tão cansada que acabei nem pensando direito. A ruiva então segurou forte a minha mão, me conduzindo.

E foi dito e feito, aqueles homens não eram confiáveis, eles eram o oposto disso. Enquanto passávamos eles assobiavam e começavam a nos chamar por apelidos horríveis e nojentos, fazendo meu estômago se revirar. O que me deixou mais furiosa foi o fato deles comentarem sobre a Regina.

— Ô lá em casa! É das ruivinha que nós gosta! — Falavam amontoando.

— Eu fico com a mais nova!

— As duas são gostosas!

Minha vontade era de matar uns miseráveis desses. Por quê era tão difícil ser mulher? O quê é tão complicado? Eles não podem simplesmente nos respeitar? Nós somos ser humanos como eles e não objetos.

Por sorte nós conseguimos passar sã e salva, indo por outra rua.

— Eu nunca me perdoaria se eles se atrevessem a te tocar, não sabemos o quê homens como esses são capazes de fazer.

— O que importa é que nós conseguimos passar por eles, Regina. 

— Isso está se saíndo pior que a encomenda, se eu soubesse que isso aconteceria eu jamais teria tirado você da boate.

— Não, Regina, não faz isso!

— Isso o quê?

— Isso de ficar se culpando. Essas coisas acontecem e daqui a pouco nós daremos um jeito. — Vou ao seu encontro depositando um selinho em seus lábios e sorrindo. — Vai dar tudo certo, ruiva...

Querida, Johansson Onde histórias criam vida. Descubra agora