Capítulo Treze

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Seria normal sentir um desejo insaciável por uma pessoa que você ao menos conhece de verdade?

Porque independe da resposta... era isso que eu estava sentindo pela Regina. Eu juro que não entendo o que está havendo comigo desde que ela chegou para esse prédio e também como...

— Hope!

Balanço a cabeça para os lados saindo dos meus devaneios.

— Oi, o quê foi?

— Você está bem? Parece que usou droga, ficou doidona, ai o efeito passou e você entrou em êxtase. — Holly diz e depois joga um travesseiro contra mim.

Pego o travesseiro antes que ele acerte meu rosto.

— Que saco, Holly, dá para me deixar em paz?

— Tudo bem. Eu paro. — Levanta a mão em rendição.

— Você está assim desde que Regina foi embora. — Lizzy diz me analisando. — Ela falou alguma coisa que te ofendeu ou fez alguma coisa ruim com você?

— Não.

Recordo o que havia acontecido algum tempinho atrás. Minha vontade era de ir até o apartamento de Regina e pedir para ela continuar o que estava fazendo e que me fizesse sua de todas as formas, posições e lugares possíveis.

Mas como eu sei que não será possível, apenas nego as coisas que Lizzy me pergunta e em seguida me levanto e as chamo para virem fazer brigadeiro. Holly dá um pulo do sofá passando por mim em disparada.

— Eu fico com a panela! — Exclama nos fazendo rir da sua reação exagerada.

(...)

D

ia seguinte.

Acordo com o despertador gritando em meus ouvidos. Pego o travesseiro e tampo minha cara me recusando a levantar. As meninas reclamam e fazem o mesmo que eu, só que eu não permitiria que elas se atrasassem novamente no serviço.

Então eu travo uma luta contra a minha preguiça e me obrigo a levantar para chamar as duas.

— Acordem, agora! — Grito no ouvido de Lizzy e depois vou até Holly. — Anda, vagabunda!

— Só mais cinco minutos!! — Ambas pedem em uníssono.

— Nada disso, porque vocês nasceram bonitas e não rica. — Rodo um tapa na cabeça de cada uma e nada delas se mexerem. — Tudo bem, quem for a última a levantar, arruma o quarto!

Assim que digo, saio correndo. As irmãs fazem o mesmo mas para o azar de Holly, ela acaba tropeçando e caindo no meio do caminho. Pelo visto ela era a sortuda que ficaria e arrumaria o meu quarto que agora se encontrava uma zona.

Eu e Lizzy fomos preparar o café.

Conversa vem e conversa vai... até ela me pergunta.

— Você gostou mesmo de me ver com aquele vestido?

Olhei para ela tentando me recorda de quando foi isso, para enfim responder.

— Ah, sim, você ficou linda. — Sorrio colocando uma jarra de suco sobre a mesa.

— E do nosso beijo? Aquele que nós demos no dia da festa... você também gostou?

Paro tudo o que eu estou fazendo para dar atenção à ela. Confesso que foi uma surpresa pra mim ouvir essa sua pergunta. Na real eu não estava afim nem de lembrar porque foi algo que aconteceu devido o efeito da bebida e tals.

— Foi legal.

— Legal?

— Sim, mas porque a pergunta?

— Ah, não sei. — Se encosta na pia. — É que nós somos amigas a tanto tempo e isso nunca havia rolado.

— Tem razão, me desculpa, Lizzy. — Comprimo os lábios em um sorriso sem graça.

A mesma vem até mim e me abraça depositando um beijo na minha bochecha e sorrindo singelamente.

— Não precisa se desculpar, afinal foi eu quem te beijou. Nós somos melhores amigas e amigas se pegam as vezes. — Me lança uma piscadela. — E sem compromisso, mas só perguntei porque fiquei surpresa pela forma que você estava me tratando ontem a noite e eu não fazia ideia que você curtia garotas.

Sinto minhas bochechas corarem.

— É que é tudo tão novo... eu nunca soube lidar bem com o meu eu interno, ainda não tenho certeza do que eu gosto.

Mas talvez eu seja homoreginassexual.

(Risos)

— Tá certo, mas se precisar de mim eu sempre vou estar aqui para te apoiar em qualquer situação. 

Assinto à abraçando forte e sentindo lágrimas descerem sobre meu rosto, pela demonstração de afeto e carinho que Lizzy tinha comigo, e do nada, Holly brota na cozinha nos abraçando também.

— Eu não sei o que aconteceu mas eu também amo vocês. — Ela diz nos apertando e nos fazendo rir.

— É que eu falei pra Hope que estarei ao lado dela nessa fase de se descobrir.

— Descobrir o que? Se a Hope é lésbica?

— Isso.

— Mas é claro que você é do vale, amiga! — Holly diz com convicção.

Nos afastamos.

— Como você pode ter tanta certeza? — Franzo a testa.

— É porque quando você vai para lanchonete, você seca a bunda das moças o dia inteiro, só cego não vê. Você também detesta ficar com garotos, eu vejo sua cara de nojinho. E agora o pior de todos é que você adora ficar olhando para o decote da minha mãe.

Arregalo os olhos e começo a tussir me engasgando com o seco.

— O quê? Não! Nada a ver!

— Eu não falei. Hope é a pessoa mais gay que eu conheço e pelo visto ela gosta das panela véia.

Balanço a cabeça negativamente sentindo uma vergonha absurda. Lizzy coloca a mão na boca se segurando para não rir.

Por fim eu faço de tudo para mudar de assunto o que felizmente dá certo.

Tomamos café e depois eu levei as meninas até a saída do prédio. Nos despedimos após marca mais vezes para ambas virem me visitar.

Entrei no prédio novamente e assim que subi as escadas dei de cara com Regina e o seu marido ao lado. O que me fez revirar os olhos. Preston passou por mim me desejando um bom dia, eu respondi porêm seca, logo atrás vinha a ruiva com um sorriso sem graça. Talvez seja pela presença do seu "marido."

— Bom dia, Hope.

— Bom dia, Regina.

— Nos vemos de noite para o jantar?

— Sim, é claro.

— Ótimo, eu passo para te buscar. — Ela avisa e eu assinto.

Após Regina passar do meu lado, ela segura a minha mão sem que Preston veja. Olho para ela fixamente, a ruiva então me lança uma piscadela antes de descer as escadas e soltar a minha mão.

Me viro vendo-a descer com toda a sua elegância e sensualidade.

Pelos céus...

Que MULHER.

Querida, Johansson Onde histórias criam vida. Descubra agora