Capítulo Três

1.3K 144 13
                                    

Após ter entrado no meu ap, eu fui atrás do meu celular. Geralmente eu conversava com as minhas amigas, quando eu me sentia triste ou deprimida. Entrei no meu quarto e dei de cara com o aparelho, ele estava em cima da cama.

Peguei ele e liguei para Lizzy e para Holly... Não adquirindo sucesso. Por um momento eu esqueci que elas estavam de castigo, então arrisquei ligar para a lanchonete.

— Alô? — Ouvi a voz de Rosy atrás da linha. Ela era a mãe das meninas.

— Boa tarde, tia!!!

— Hope, é você querida? Deus do céu como eu não fui reconhecer a sua voz?

— Nossa... estou me sentindo mal agora. — Brinquei.

— Me desculpa, querida, eu devia estar distraída.

— Não tem problema, eu só estava zoando com a senhora. Na verdade eu queria saber sobre a Lizzy e a Holly.

Mordi o lábio inferior, cruzando os dedos para que Rosy me deixasse falar com uma das meninas. Me sentei sobre a cama, esperando por sua resposta.

— Elas estão de castigo. Desculpa, Hope.

— Ah, tudo bem. — Falei sem ânimo.

— Mas isso não significa que você não pode vir aqui na lanchonete. Se quiser aparecer aqui...

— É ÓBVIO! — Me levantei em um pulo. — Eu já estou chegando, TIA!! — Desliguei o celular indo me arrumar correndo.

Fui até o meu guarda roupa retirando de lá uma peça de roupa. Um shorts jeans claro, uma camiseta larga e um tênis All Star vermelho. Corri para o banheiro e tomei um banho de gato (bem rápido) e após termina me enrolei na toalha e fui me vestir.

Por fim eu arrumei o meu cabelo, os deixando solto. Fiz uma maquiagem, só para tirar minha cara de defunto e finalmente eu me via pronta. Me olhei no espelho e sorri.

— Eu sou uma tremenda gata, não é possível! — Falei para mim mesma.

Eu era uma garota comum. Eu possuía cabelos pretos ondulado e médio, meus olhos eram castanhos e minha pele era pálida, eu era bem magrinha mas com um pouco de corpo, eu não era totalmente reta. Minha vó dizia que eu era a cara da minha mãe e isso me deixava feliz, nunca tive chance de conhecê-la mas guardo uma imagem boa dela, pela forma que minha vó a descrevia.

Por fim eu me retirava do apartamento com euforia, como se nada tivesse acontecido.

(...)

Eu havia acabado de chegar. Observei a lanchonete com um sorriso animado no rosto, avistei de longe a Lizzy brigando com um cliente e revirei os olhos rindo. Isso era a sua cara.

— Eu já disse que o fim da fila é lá, senhor! — Lizzy apontou com o dedo.

— Mas eu só quero um café expresso, senhorita. Eu estou com muita pressa.

— Eu não posso fazer nada. Regras são regras. — Colocou as mãos na cintura.

— Eu estou aguardando uma cliente, que precisa da minha ajuda... — Pelo visto ele era advogado. — Eu pago o dobro!

— Nem se pagasse o triplo!

Me aproximei deles e assim que a mesma me viu, abriu um sorriso de ponta a ponta ignorando o senhor a sua frente, que agora a xingava com diversos palavrões. Odeiei ver a cena, pessoas assim me tiravam do sério, então eu tive uma brilhante ideia.

— Lizzy, não seja chata! Esse senhor deve ter trabalhado o dia inteirinho... ele realmente não merece um cafezinho? — Perguntei fazendo com que ela me olhasse com a testa franzida. Assim que o homem se distraiu, eu tratei de piscar pra ela.

Que logo entendeu o recado.

— É você tem razão. — Sorriu. — Desculpe a minha indelicadeza, um café expresso saíndo!

— Obrigado. — Agradeceu indiferente, indo se sentar em uma das mesas vagas.

Entrei dentro do balcão pela portinha e fui ajudar a minha amiga a preparar o seu "pedido."

Lizzy perguntou qual era o plano e eu simplesmente falei que faríamos o melhor café que ele já bebeu em toda sua vida. Ela assentiu com um sorriso de lado.

Pegamos então um café de três dias atrás que já estava a ponto de ser descartado. Em seguida colocamos uma colher de sal e mexemos bem. Levamos ao micro-ondas e deixamos ferver bem. Enquanto o café, "cozinhava," Lizzy e eu pegamos uma rosquinha amanhecida para o acompanhamento. Após terminar fomos levar o pedido até sua mesa.

— Espera, o que vocês estão fazendo que não param de rir? — Holly perguntou após entrar na cozinha. — E quando foi que você chegou, Hope? — Sorriu vindo me abraçar.

— Vamos dar o troco num babaca. Quer nos ajudar? — Perguntei após me afastar.

— Isso parece arriscado.

— Eu sei, Holly, você não...

— Tô dentro! — Afirmou sem pensar duas vezes o que me fez sorrir. — Mas já que vocês fizeram a maior parte, deixa que eu sirvo... — Tirou a bandeja da nossa mão e foi até ele após descrevemos o cara.

Assim que Holly se foi, eu e Lizzy fomos atrás ajoelhadas e de mansinho para que ele não notasse nossa presença. Nos escondemos debaixo do balcão até esperar que ele soltasse um berro, para que depois nos levantassemos para rir.

Fiquei esperando de mãos dadas com Lizzy e cochichando.

Foi quando...

— Mas que porra é essa!!! — O homem exclamou.

Assim que ouvimos ele, começamos a gargalhar.

Até eu ouvir.

— Eu não acredito nisso!!! — E essa voz eu reconheceria de qualquer lugar.

Lizzy se levantou primeiro e depois foi a minha vez, mas eu não imaginaria que a cliente daquele homem era nada mais nada menos que Regina Johansson, que agora se encontrava com a roupa toda suja, devido ao homem ter gospido todo o café nela.

Ela se virou e arregalou os olhos ao dar de cara comigo.

— Você... — Ela proferiu baixo e com a voz carregada de ódio.

Me abaixei novamente me escondendo atrás do balcão.

Merda!

Querida, Johansson Onde histórias criam vida. Descubra agora