Capítulo Dezessete

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— Então tá, vamos só tentar esquecer o que aconteceu essa noite. — Peço após me afastar.

— Como quiser, querida. — Sorri acariciando meu rosto.

Briana me chama para voltar a dançar e eu concordo levando Regina comigo. A ruiva se recusa mas eu sou insistente. Seguro suas mãos e começo a fazê-la se movimentar ao nosso ritmo.

Valéria uma das moças puxa Regina para o meio à fazendo se tornar o centro das atenções. A ruiva dança timidamente enquanto ria sem parar. O público batia palmas e a incentiva a continuar. Um sorriso largo brotou entre meus lábios, senti meu coração se aquecer ao vê-la tão alegre e euforia.

— Tão bela quanto a deusa Afrodite! — Crystal diz no microfone fazendo todos concorda.

Regina segura a barra do seu vestido e em seguida ela dá um giro, fazendo o vento bagunçar delicadamente os seus cabelo, enquanto ela sorria sem parar. Observei a minha ruiva como se ela se movimentasse em câmera lenta, se tornando uma das cenas mais linda.

Após a música acabar o público dá um salva de palmas. As moças agradecem a presença de todos e a colaboração.

— Você foi perfeita! — Digo após o show que Regina fez.

Percebo a ruiva corar me fazendo sorrir mais ainda.

— Eu acho que paguei um mico danado...

— Não, de jeito nenhum! Você foi incrível lá no meio dançando.

— E se foi... — Candy diz se aproximando. — Então a senhora é a responsável por esse docinho? — Pergunta se referindo a mim.

— Sim, e muito obrigada por cuidar dela. Ela é muito importante pra mim.

Olho para Regina feito boba.

— Eu percebi pela forma que vocês se beijaram. — Sorri de lado. — E Hope, agradeça a santa Lady Gaga por ter uma sugar mommy dessas...

— O quê? — A ruiva franze a testa.

Lanço um olhar de reprovação para Candy.

— Nada, não é nada, Regina!

A ruiva assente meio receosa. Candy então muda de assunto sutilmente e pergunta se eu ainda preciso de dinheiro para o táxi. Regina responde que não é necessário e que ela me levaria embora.

Vou até as outras meninas para me despedir.

— Tchau, docinho, se cuida. — Candy diz. — E por favor, não esquece da gente.

— Eu nunca poderia me esquecer de vocês. — Abraço-a. — E eu prometo que vou voltar para ver vocês.

— Ta certo e pode ter certeza que nossos braços estarão abertos pra você. Podemos não ter condições financeiras mas nós sabemos como dar um jeito, sempre que precisar. — Sorri. — Quanto ao vestido que emprestamos, queria que aceitasse como um presente de todas nós.

Me afasto concordando e sorrindo em forma de agradecimento. Regina aperta a mão de Candy agradecendo-a novamente. Após isso nós vamos em direção ao carro.

A ruiva abre a porta para mim e dá a volta, indo se sentar no banco do motorista.

— Nós vamos passar para pegar o seu marido. — Pergunto sentindo um nó na garganta ao dizer "seu marido."

— Não, Preston só voltará para casa de manhã. — Dá partida no carro. — Esses jantares costumam varar a noite.

— Hum, então podemos ir para o prédio?

Regina me olha e sorri.

— Sim, mas antes quero te levar em um lugar.

Mesmo sem saber da onde se tratava, eu acabo aceitando, afinal eu confiava na Regina quase que cegamente.

(...)

A ruiva dirigiu cerca de uma hora até pararmos em uma rua de classe média alta. Descemos enfrente a uma casa que na verdade estava mais para mansão de tão grande que era.

Olhei ao redor admirando o local.

— Aonde estamos, Regina?

— Estamos na minha casa. — Responde sem me olhar.

Entreabro a boca surpresa.

— E nós vamos entrar?

— Infelizmente não. Minha casa foi leiloada, após perder a minha fortuna. — Diz com lágrimas nos olhos. — Daqui à alguns meses outra pessoa ocupará o meu lugar. Eu lutei tanto para conseguir comprá-la mas por causa dos erros meu e do Preston, nós perdemos não só a casa, mas como as minhas empresas.

Me olha tristemente.

— Regina, eu sinto muito... — Vou em sua direção para abraça-la.

— Eu não tenho mais as chaves, meu único desejo era poder entrar e passar algum tempo nela, antes que outra pessoa faça isso. — Se afasta. — Porêm eu te trouxe aqui porque senti que você deveria conhecer o lugar aonde eu morei durante anos.

Abaixei a cabeça e comecei a pensar.

Eu nunca vi a Regina tão triste e vulnerável e isso era a pior coisa do mundo. Então com a coragem que havia se instalado em mim, eu resolvi fazer uma loucura.

Deixei a ruiva para trás e fui em direção aos fundos da sua casa. Regina me chamou mas eu ignorei. Olhei ao redor me deparando com uma janela baixa, a única que dava para entrar facilmente. Fiz minhas gambiarras e depois de alguns minutos eu retornei.

— Vem comigo, Regina. — Segurei em sua mão.

— Não, Hope... o quê você pensa que está fazendo? — Ela fala baixinho.

— Nós vamos entrar! Você vai poder se despedir do seu lar como se deve.

— Isso é loucura.

— Eu sei, mas já tá feito. Eu consegui abrir uma janela que vai servir para nós entrarmos. Já está bem tarde, ninguém vai notar, é agora ou nunca.

Regina morde o lábio inferior demostrando o quanto estava nervosa, em seguida ela começou a coçar a nuca, como se isso fosse aliviar sua atenção.

Porêm depois de um tempo ela finalmente concordou. Segurou mais forte a minha mão e respirou fundo...

Para enfim entrarmos.

Querida, Johansson Onde histórias criam vida. Descubra agora