Todos nós estávamos prontos para sair. Pedi para que eles descessem lá para baixo e que eu iria logo atrás. Eles concordaram apostando corrida para ver quem chegava na rua primeiro.
Aproveitei a deixa para ir até o apartamento de Regina.
Bati diversas vezes na porta mas ninguém atendeu. Não insisti mais pois eu tinha que me encontrar com os meus amigos lá embaixo.
— Hope, adivinha, o Tayler chegou por último e agora vai ter que bancar nós todos. — Mayson diz entre risadas.
Sorrio sem humor.
— Pelo visto alguém se deu mal essa noite. — Digo como se eu me importasse.
— Ainda bem que eu vim preparado. — Sorri. — Mas agora vamos antes que eu me arrependa.
Concordamos.
Chamamos dois táxis pois não cabiamos todos no mesmo carro. Eu fui junto com Mayson e Lizzy. Durante todo o caminho ambos foram falando sem parar enquanto eu apenas concordava e sorria. Na verdade eu havia perdido toda a minha vontade de sair para curtir.
Regina não saía da minha cabeça. As vezes eu até odiava isso. Como pode alguém entrar na sua mente em tão pouco tempo? Pelo visto a ruiva tinha razão, isso que nós sentíamos não tinha nada haver com tempo.
Eu estava me sentindo tão mal, Regina e eu mal havíamos começado a nossa relação. Mesmo sendo horrível o papel de amante... eu não conseguia evitar, eu à queria pra mim de qualquer jeito.
— Não é verdade, Hope? — Lizzy pergunta sorridente.
Olho para ela confusa.
— O quê?
— Você não ouviu nada do que eu falei?
Balanço a cabeça em negação e ela pede para que Mayson repita.
— Lizzy, estava me contando sobre a brincadeira que vocês fizeram com um cliente da lanchonete, e que na verdade, ele era advogado da coroa que mora enfrente ao seu ap.
— Ah, sim. — Me recordo. — Aquele dia foi louco. Nem passou pela minha cabeça que a Regina fosse cliente daquele homem. A gente mal notou que ele era advogado.
— Isso é verdade. — Lizzy rio.
— Eu daria tudo para ver a cara daquela, metida!
— Então! E na real, aquela coroa mereceu. Você não tem noção do quanto ela é chata e mandona. Se bombear nem o marido aguenta, parece que ela nem faz sexo, e por isso anda tão amargurada...
— JÁ CHEGA, LIZZY! — Ordeno a encarando seriamente.
Eu odiava ouvir alguém falando mal da Regina.
— Calma, Hope, também não é para tanto. — Ela diz cabisbaixa.
Balanço a cabeça para os lados.
— Só... vamos mudar de assunto.
Ambos concordam porêm o clima fica diferente e pesado, então eles resolvem se calar, o que é melhor ainda. Encosto a minha cabeça na janela e fico olhando para o lado de fora entediadamente até nós chegarmos.
(...)
Assim que descemos do carro. Holly, Carl e Tayler já esperavam por nós. Então com a euforia dos três o clima foi melhorando e ficando mais leve.
Agradeci aos céus por isso.
— A fila fica logo ali. — Mayson aponta.
Seguimos em direção a fila e esperamos cerca de dez minutos para entrar. Pelo visto a boate estava lotada e já era possível ouvir a música que tocava.
Era bang bang, uma das minhas favoritas.
Entregamos as nossas identidades assim que chegou a nossa vez. Todos nós tínhamos entorno de dezenove á vinte e dois anos de idade, menos Lizzy que tinha dezessete, ela era a mais nova do grupo. Infelizmente era permitido só maiores de idade.
— Isso não é justo. — Faz bico.
— Deixa que eu resolvo, gatinha, e pode ter certeza que nenhum de nós vai entrar sem você. — Tayler diz pegando uma nota de vinte dólares e entregando para o segurança.
— Cem e a mocinha entra. — O segurança diz.
— Nem fudendo! Cinquenta e nenhum centavo a mais...
O homem barbudo e mal encarado assente. Tayler entrega mais trinta dólares até que enfim ele permite a nossa entrada. Lizzy agradeceu e ainda disse que devia uma e o garoto apenas confirmou.
Assim que botamos o pé para dentro, nos deparamos com diversas pessoas que dançavam, bebiam e se pegavam. Até que estava parecendo divertido, fazia um tempão que eu não entrava em uma boate. Carl pegou na mão de Holly à conduzindo pela a multidão e nos deixando para trás. Os outros meninos pediram para que eu e Lizzy os seguisse e foi isso que nós fizemos.
— Você está chateada comigo? — Lizzy pergunta em um tom mais alto devido ao som da música.
Olhei para ela rapidamente enquanto passávamos por toda aquela gente.
— Não, eu só não quero mais piadinhas de mal gosto com o nome da Regina.
— Eu não sei porque você à defende tanto mas se for para nós ficarmos bem, eu prometo, que vou parar.
— Então tá bom. — Olho para ela e sorrio.
Lizzy entrelaça seu braço envolta da minha cintura, enquanto andávamos, eu não tinha outra escolha a não ser perdoa-lá. Afinal nós nunca brigamos na vida e isso não iria mudar tão cedo. Então acabamos parando enfrente ao local aonde servia bebidas.
Sentamos na cadeira e chamamos o barman que veio no mesmo instante.
— O quê vocês vão querer?
— Eu quero Vodka. — Tayler pede primeiro e Lizzy o acompanha na bebida.
— Um Vermute pra mim. — É a vez de Mayson.
Lizzy e Tayler o encaram.
— Desde quando você curte Vermute? — Seu amigo pergunta com deboche.
Mayson não responde, apenas lança um dedo do meio para o garoto que finge estar chateado. Reviro os olhos e peço logo de uma vez a minha bebida.
— Eu vou querer um Manhattan. — Sorrio apoiando meu rosto encima da minha mão.
— Ótima escolha. — O barman diz indo preparar as nossas bebida.
O Dj pega o microfone e antes de tocar a próxima música, ele anuncia: "— Essa festa está ficando cada vez melhor, na área vip contamos com a participação do senhor e senhora Cooper, Montgomery, Smith e Bayle, porém não vamos esquecer dos nossos anfitriões Preston e Regina Johansson McCarthy!"
Assim que ouço seu nome, me viro devagar e olho para cima. De longe posso enxergar a minha ruiva. Ela estava deslumbrante e exalava sensualidade. Regina vestia um vestido preto e transparente valorizando muito bem o seu corpo. Pude perceber pois ambos se levantaram para acenar, assim como os seus "amigos" da alta sociedade.
Pensei na hipótese dela ter me seguido até aqui. Não era possível tamanha coincidência. Aposto que Holly ou um dos meninos deu com a língua nos dentes.
A ruiva então olhou para baixo e mesmo sendo quase impossível, ela conseguiu me enxergar lá de cima, nossos olhares se prenderam no mesmo instante...
Como de costume.
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Querida, Johansson
RomanceApós perder sua herança, Regina Johansson, se vê obrigada a largar a sua vida de luxos para se aprofundar numa vida completamente oposta do que ela vivia, até que ela consiga recuperar a sua fortuna. A ex magnata acaba se mudando para um apartamento...