Capítulo Sete

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Dia seguinte...

Eu acordei sentindo uma dor terrível no corpo. Olho envolta me recordando de ter dormido sentada na cadeira ao lado do sofá. Notei que Regina não estava mais deitada e por um instante eu estranhei, será que ela se levantou e foi embora?

Levantei e fui até a cozinha.

— Ah, você ainda está aqui. — Sorri indo me sentar ao seu lado.

Regina, estava sentada sobre a mesa com uma caneca de café e com uma expressão horrível. Não que ela estivesse feia, ela só estava parecendo um pouco mal, talvez estivesse de ressaca.

— Sim, mas porque você está gritando? — Reclamou passando as mãos no cabelo e jogando o corpo para trás.

— Não estou... A senhora que está de ressaca por ontem a noite. —
Falei ainda sorrindo e com o tom de voz baixinho para não incomodar. 

— É mesmo. — Estreitou os olhos pensativa. — Por favor, garota, só me diga que eu não fiz nada que seja motivo de vergonha e repúdio.

Franzi a testa.

— Ai como a senhora fala estranho e de forma exagerada. — Rio e ela me encara com uma expressão séria. — Tudo bem, tudo bem... também não precisa ficar assim, pode confiar em mim, a senhora não fez nada de errado.

Regina suspirou aliviada, dando um gole no seu café e fazendo uma careta logo em seguida.

A forma como ela ficava adorável de qualquer jeito era diferente.

— Então eu já vou indo, — Se levantou.  — obrigada pelo café... estava horrível. — Sorriu de lado.

— Ah, não foi nada. — Me levantei junto com ela e à conduzi até a saída. — A senhora ainda vai querer minha ajuda para se adaptar com o bairro? — Perguntei assim que abri a porta e ela deu um passo pra fora.

— Eu nunca vou me adaptar, e sim, eu ainda quero sua ajuda. Não agora, não mais tarde, não hoje... Porque agora tudo o que eu preciso é dormir.

Sorri.

— Eu imagino.

Respondi e após isso um silêncio se fez presente. Começamos então a nos olhar por minutos incansáveis, como se Regina quisesse me decifrar, assim como eu a queria. Era estranho, mas era a sensação que eu tinha.

Sua vinda até o prédio era recente e por algum motivo eu sentia como se já a conhecesse.

Mas não o suficiente...

— Ah, e eu não me esqueci daquela cena que eu vi passando na sua TV... — Começou. —Hope, por acaso você é...

Arregalei os olhos.

— Hum, tchau Regina! — Apenas ignorei. Fechando a porta com tudo na sua cara e dando meia volta.

Que VERGONHA.

(...)

Se passaram três dias e Regina ainda não havia me procurado para ajudá-la. Eu também só a via de vez enquando, ela me olhava, sorria de lado e acenava. Não é possível que ela tenha esquecido do nosso combinado.

Mas também o azar era o dela. Eu que não cobraria...

— Tenho novidades! — Holly falava do outro lado da linha.

— Diz ai. — Pedi enquanto ia me sentar na janela.

— Meus pais tiraram eu e a Lizzy do castigo! — Exclamou euforicamente. — Mas não foi nada fácil, tivemos que prometer céu e mundo para que eles nos deixasse livre.

Sorri abertamente sem acreditar no que eu estava ouvindo. Finalmente eu teria minhas melhores amigas de volta, eu não estava aguentando de tanta saudade.

— E quando vocês vem aqui?

— Hoje mesmo! O bom é que hoje é sexta e não temos que trabalhar amanhã, então eu e a Lizzy pensamos em chamar alguns amigos para beber e jogar. O que você acha?

— Eu acho ótimo!

Holly combinou mais algumas coisas e depois encerrou a ligação. Sai da janela e fui correndo arrumar uma roupa para essa noite. Eram entorno de 19:45 e minhas amigas chegariam 22:00 horas.

Fui até meu quarto e peguei um shorts de tecido leve na cor preta, uma regatinha branca e uma rasteirinha. Tudo bem simples do jeito que eu gosto.

Deu tempo de ir tomar banho, me trocar e ainda preparar uns lanchinhos.

Até que finalmente eles chegaram.

— Hope!! — Holly, Lizzy e mais três garotos exclamaram euforicamente assim que eu abri a porta.

— Pessoal!!! — Exclamei na mesma intensidade.

— Esses são, Tayler, Mayson e Carl. — Lizzy apresentou.

Dei um beijo e um abraço nos meninos os cumprimentando. Eles eram muito bonitos, eu já tinha visto eles algumas vezes pelo bairro mas não fazia ideia que fossem amigos da Holly e da Lizzy.

— Então, gatinha, você vai deixar nós entrar ou a resenha vai ser aqui fora?

Rimos ao ouvir a forma que Carl falava.

Pelo barulho e pela forma que eles falavam alto, parece que eu chamei a atenção de alguma vizinha, e adivinhe quem...

Sim, Regina Johansson.

A ruiva abriu a porta do seu ap e olhou com estranheza para nós. Os meninos não perceberam pois estavam distraídos com a conversa que havia se iniciado. Nos entreolhamos por alguns segundos, Regina mantinha uma expressão séria e a forma que ela cruzou os braços foi um tanto intimidador.

— Hope? — Lizzy me chamou.

— Ah, me desculpem... e por favor, entrem!

Dei passagem e o pessoal entrou de forma eufórica e divertidamente para dentro do meu ap. Antes de fechar a porta, Regina arqueou uma sobrancelha e virou a cabeça para o lado me encarando de uma forma estranha e que eu não saberia descrever.

Como se nada tivesse acontecido eu fechei a porta em seguida, indo em direção dos meus amigos.

Sentindo um arrepio estranho percorrer pelo meu corpo.

Querida, Johansson Onde histórias criam vida. Descubra agora