Regina se levantou da mesa e veio em minha direção. Pegando meu celular, olhando e devolvendo logo em seguida com uma expressão ilegível. Ela fechou os olhos com força, balançando a cabeça negativamente.
- Regina, eu posso explicar...
- Não, não Hope! Não diz nada. - Pede voltando a me olhar.
- Algum problema, meninas?
- Não, senhora.
- Como não? Hope, você mentiu dizendo que não tinha créditos no seu celular. Você me impediu de ligar para o meu marido e colocou a nossa vida em risco no meio daquele breu.
Ouvir a parte do "meu marido," foi a pior da bronca.
- Me desculpa...
- Desculpa!? É tudo o que você diz?
- O quê você quer que eu diga? A burrada já foi feita! Pelo menos não aconteceu nada e nós até arrumamos um lugar para passar a noite.
A ruiva me encarou incrédula. Ela pegou meu celular e saiu andando sem dizer absolutamente nada.
- O quê você vai fazer, Regina?
- Ligar para um guincho e para o Preston.
- Se você vai chamar um guincho, então não precisa chamar aquele homem!
A mesma se vira devagar.
- Hope, você já se esqueceu? Eu deixei a minha bolsa para trás, estou sem dinheiro comigo e depois que levarem o carro nós precisaremos de alguém para nos levar para casa.
Dito isso ela se vai, me deixando sozinha com a senhorinha. Sinto uma vontade imensa de chorar, eu não queria colocar a nossa vida em risco... apenas queria impedir a Regina de chamar o Preston porque eu sabia que assim que ele chegasse, ela me deixaria para trás e iria embora com ele.
E também não é para menos, Preston é o seu marido, enquanto eu sou só a amante.
Me sentei na mesa.
- O quê aconteceu? - A senhorinha me pergunta demonstrando preocupação.
- Nada. - Digo sentindo as lágrimas descerem sobre meu rosto.
- Oh, por favor, não chora. - Ela diz pegando uma xícara de café. - Porque não termina de tomar?
Olho para a xícara de café.
Pela primeira vez na minha vida eu não senti vontade.
- Eu não quero. - Enxugo as minhas lágrimas, dando um sorriso fraco. - Daqui a pouco eu vou embora para o meu apartamento mas queria te agradecer pela estadia na sua casa.
- Não me agradeça por isso, querida. - Sorrio. - E não se preocupe com nada e nem com aquela mulher que está com você, ela parece chateada agora, mas logo vai passar.
- A senhora acha?
- Na verdade eu tenho certeza, aquela mulher gosta muito de você, dá para ver na forma que ela te olha e na maneira que ela cuida de você.
Apenas sorrio.
Me aproximo dela à abraçando. Sinto sua mão repousar na minha cabeça e ela começar a fazer cafuné para me acalmar.
- Eu sei que é estranho mas eu te acho muito parecida com a minha vozinha. - Assim que digo ouço ela rir. - Mas por favor não se sinta ofendida...
- Não, está tudo bem, você é mesmo uma menina doce e gentil eu me sinto até bem ouvindo isso de você.
Sorrio ainda em seus braços.
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Querida, Johansson
RomanceApós perder sua herança, Regina Johansson, se vê obrigada a largar a sua vida de luxos para se aprofundar numa vida completamente oposta do que ela vivia, até que ela consiga recuperar a sua fortuna. A ex magnata acaba se mudando para um apartamento...