Capítulo Vinte e Sete

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Regina se levantou da mesa e veio em minha direção. Pegando meu celular, olhando e devolvendo logo em seguida com uma expressão ilegível. Ela fechou os olhos com força, balançando a cabeça negativamente.

- Regina, eu posso explicar...

- Não, não Hope! Não diz nada. - Pede voltando a me olhar.

- Algum problema, meninas?

- Não, senhora.

- Como não? Hope, você mentiu dizendo que não tinha créditos no seu celular. Você me impediu de ligar para o meu marido e colocou a nossa vida em risco no meio daquele breu.

Ouvir a parte do "meu marido," foi a pior da bronca.

- Me desculpa...

- Desculpa!? É tudo o que você diz?

- O quê você quer que eu diga? A burrada já foi feita! Pelo menos não aconteceu nada e nós até arrumamos um lugar para passar a noite.

A ruiva me encarou incrédula. Ela pegou meu celular e saiu andando sem dizer absolutamente nada.

- O quê você vai fazer, Regina?

- Ligar para um guincho e para o Preston.

- Se você vai chamar um guincho, então não precisa chamar aquele homem!

A mesma se vira devagar.

- Hope, você já se esqueceu? Eu deixei a minha bolsa para trás, estou sem dinheiro comigo e depois que levarem o carro nós precisaremos de alguém para nos levar para casa.

Dito isso ela se vai, me deixando sozinha com a senhorinha. Sinto uma vontade imensa de chorar, eu não queria colocar a nossa vida em risco... apenas queria impedir a Regina de chamar o Preston porque eu sabia que assim que ele chegasse, ela me deixaria para trás e iria embora com ele.

E também não é para menos, Preston é o seu marido, enquanto eu sou só a amante.

Me sentei na mesa.

- O quê aconteceu? - A senhorinha me pergunta demonstrando preocupação.

- Nada. - Digo sentindo as lágrimas descerem sobre meu rosto.

- Oh, por favor, não chora. - Ela diz pegando uma xícara de café. - Porque não termina de tomar?

Olho para a xícara de café.

Pela primeira vez na minha vida eu não senti vontade.

- Eu não quero. - Enxugo as minhas lágrimas, dando um sorriso fraco. - Daqui a pouco eu vou embora para o meu apartamento mas queria te agradecer pela estadia na sua casa.

- Não me agradeça por isso, querida. - Sorrio. - E não se preocupe com nada e nem com aquela mulher que está com você, ela parece chateada agora, mas logo vai passar.

- A senhora acha?

- Na verdade eu tenho certeza, aquela mulher gosta muito de você, dá para ver na forma que ela te olha e na maneira que ela cuida de você.

Apenas sorrio.

Me aproximo dela à abraçando. Sinto sua mão repousar na minha cabeça e ela começar a fazer cafuné para me acalmar.

- Eu sei que é estranho mas eu te acho muito parecida com a minha vozinha. - Assim que digo ouço ela rir. - Mas por favor não se sinta ofendida...

- Não, está tudo bem, você é mesmo uma menina doce e gentil eu me sinto até bem ouvindo isso de você.

Sorrio ainda em seus braços.

Querida, Johansson Onde histórias criam vida. Descubra agora