Capítulo Onze

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— Como assim você vai no jantar? — Regina pergunta após esmurrar a minha porta pedindo explicações.

Revirei os olhos e permiti que ela entrasse no meu apartamento. Fui andando até a cozinha enquanto a mesma me seguia. Coloquei uma chaleira de água no fogo para fazer café, até finalmente voltar a minha atenção na ruiva.

— Aquela senhora lindíssima me convidou para um jantar, que pra mim está mais para um banquete e você acha que eu vou recusar? Hope Salvatore recusando comida de graça? Não, senhora!

— Se for só por causa da comida, eu preparo alguma coisa pra gente no meu apartamento.

Assim que ouço, sinto meu coração acelerar pela emoção gerada.

— Fala sério?

— Sim. — Cruza os braços. — Eu também não estou louca para deixar você me ridicularizar na frente de toda aquela gente importante.

Franzo a testa com o seu comentário.

Após digerir um pouco a informação, eu passo a entender o motivo dela ter me chamado para jantar no seu ap. Regina tem vergonha de mim. Eu sei que com ela não dá para se esperar menos, mas mesmo assim senti aquelas palavras me acertarem em cheio.

Abaixei a cabeça frustrada sentindo uma revolta.

— Quer saber, senhora... Eu acho que vou sim pra esse jantar. — Levo meu olhar até ela e sorrio amargamente.

— Do que você está falando, garota?

— Eu tô falando que eu vou para esse jantar, você querendo ou não.

Regina me fuzila com o olhar.

— Por quê?

— Porque eu quero! Porque eu fui convida e não vou fazer desfeita na única mulher que me olhou como uma pessoal comum igual a ela. Naquele ninho de cobras. — Me aproximo ficando cara a cara com ela. — Agora faz o favor de sair daqui.

— Olha aqui...

— Eu disse PRA SAIR! — Aponto para fora. — Esse ainda é meu apartamento.

Ela me olha assustada com meu tom de voz e acaba concordando. Percebo seu olhar pesar, como se ela tivesse se arrependido do que falou. Mas talvez fosse apenas coisa da minha cabeça. Regina balança a cabeça negativamente se retirando logo em seguida.

(...)

Era fim de tarde.

Saí do banheiro com a toalha envolta do meu corpo e fui até o quarto escolher uma roupa confortável para ficar em casa, assistindo filme e comendo besteira.

Peguei do guarda-roupa uma blusinha de tecido leve e uma calcinha de renda, como eu costumava usar para ficar em casa. Após me vestir, ouvi alguém batendo na porta, fui ver quem era enquanto fazia um coque desajeitado.

Abri a porta dando de cara com Holly e Lizzy.

— Oi meninas, não sabia que vocês viriam.

— E desde quando a gente precisa avisar, Hope?

— Tem razão, Holly. — Sorrio. — Mas então entrei.

Dei passagem para que ambas entrassem. Fomos em direção a sala e sentamos no sofá.

— Conta ai, o que rolou depois que a madame colocou todo mundo pra correr? — Holly perguntou demostrando curiosidade.  — Cara, você tinha que ver o medo que o Carl ficou...

Rimos.

— Ah, não rolou nada, cada um foi pro seu lado.

Minto me recordando do que aconteceu de verdade, sentindo meu coração acelerar. Como eu queria que aquela noite se repetisse várias e várias vezes.

— Melhor a gente mudar de assunto, não vamos perder nosso tempo com aquela filha da...

— Ei, olha a boca! — Interrompo.

— Me desculpa, tá legal? Mas eu não consigo deixar de sentir raiva dela.

— Eu sei, amiga.

— Mas então o que nós vamos fazer? — Holly pergunta entediada.

— Ah, nós poderíamos fazer uma festa do... — Paro de falar assim que ouço a porta.

Reviro os olhos, de novo essa porta? Daqui a pouco eu vou deixar ela arreganhada pra quem quiser entrar.

Abro a porta.

É Regina carregando vários vestidos. Eu olho para ela com estranheza e tentando entender. A ruiva me olha e sorri jogando toda aquela roupa em cima de mim.

— Me desculpa, querida, você tem sido uma boa amiga e tem me ajudado tanto a me adaptar... Eu sei que eu sou um pouquinho difícil e chata as vezes, mas não quero que pense que eu tenho vergonha de você, o problema são aquelas vadias sem coração. Se eu sou ruim, elas são dez vezes pior. Mas enfim, se você quer mesmo ir nesse jantar, então quê seja bem vestida! — Ela sorri esperando ansiosamente por uma resposta minha. — E então, não vai me agradecer e me chamar pra entrar?

Entreabro a boca tentando dizer alguma coisa, mas com certeza ela me deixou sem palavras e saber que ela se importava com o que eu falava era demasiadamente bom e ouvir Regina Johansson se desculpando era muito satisfatório.

— Regina... então...

— Mas que porra é essa?

Ouço a voz de Lizzy atrás de mim e fecho os olhos com força no mesmo instante para não ter que ver a reação de Regina.

— Meninas eu tive uma grande ideia... porque a gente não tira a roupa e vai pro... — Holly para um minuto de falar após ver Regina. — chuveiro. — Termina sua frase.

Abro os olhos devagar.

Regina me encara seriamente, provavelmente pensando mil e uma besteira depois de ter ouvido o que a Holly falou. De repente sua expressão muda, como se ela tivesse tentando manter a calma, ela olha para as meninas e depois para mim.

Sorri de lado e pergunta: — Não vai me convidar para entrar?

Pisco diversas vezes tentando formular sua pergunta.

— E se for possível, eu também adoraria me juntar a vocês no chuveiro ou em qualquer outra coisa que vocês queiram fazer.

Meu queixo cai no mesmo instante.

— Ah, por mim tudo bem, se tem uma coisa que eu não sou é tímida.

Me viro fuzilando Holly com o olhar.

— Excelente! — Regina diz entrando no meu ap.

Fecho a porta com o pé devido aos vestidos na mão.

E por fim retorno até elas me sentindo chocada.

Querida, Johansson Onde histórias criam vida. Descubra agora