Chapter 50

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Mel P.O.V

Abri os olhos e por um curto espaço de tempo, achei que estava delirando.

O cheiro de mofo e xixi de rato dava um ar pesado ao ambiente, e com toda a certeza do mundo, aquele local era o local mais próximo em que eu já estive do inferno.

Meu calcanhar estava preso a uma corrente, o que me fez ter uma noção de que eu poderia levantar e caminhar um pouco. Mas a pancada em minha cabeça ainda a fazia doer, alem da tontura.

__ Carmella, que bom que acordou. Se morresse não iria ter serventia.__ A voz de Afonso me deu a certeza de que eu me envolvi com um maníaco.__ Seu noivinho vai dar tudo o que tem se te amar. Mas o que ele viu em você em?

__ Deixe-me ir embora.

__ Você sabe que não dá.__ Afonso ficou cara a cara comigo.__ Você é o meu passaporte pra pagar aos agiotas. Eu e Demetria já atrasamos o pagamento três vezes. Isso quer dizer que se eles nos encontrarem, e não estivermos com a grana. Eu e sua mãe morreremos. Você quer isso Carmella?

__ Eu... Quero...__ Sussurrei por sentir sede.

__ Desgraçada.__ Senti o tapa em contato com meu rosto.

Esse filho da puta me bateu? Ele me bateu. Homem nenhum encosta a mão em mim e sai impune, homem nenhum...

Não expressei sentimento algum, Afonso parecia perplexo por ver que eu não iria chorar ou algo do tipo.

__ Ora, ora, ora...__ Mamãe adentrou o local pela única porta.__ Que bom que acordou Carmella, olha só como esta esse seu cabelo. Esta lindo filha.__ Ela tentou toca-lo e eu me esquivei.__ Namorar jogador famoso é bom mesmo. Bom pra todo mundo.__ Ela gargalhou mostrando seus dentes imundos.

__ E aí? Falou com o Marconi?__ Afonso perguntou a ela.

__ Falei sim, e a noticia que tenho não é boa.

__ Conta.__ Os dois sentaram nun pequeno sofá.

__ Marconi disse que o Filemon e os homens dele estão atrás de nós. O cara esta puto da vida. Ele quer nos matar...

__ E ela é nosso fundo de garantia pra continuarmos vivos. Por isso, precisamos falar com o tal Pedro.

Depois de uma serie de tapas e socos naquela noite, resolvi dar o número do apartamento. Torci para que Pedro esrivesse com os pais e não estivesse em casa no momento. Naquela altura do campeonato ele já tinha dadi conta do meu desaparecimento, e eu torcia pra que ele não estivesse em casa para não atender a esse energúmeno.

Mas Pedro estava em casa. Atendeu ao telefonema, e tudo o que aconteceu só me deixou angustiada, eu só queria estar com ele, abraça-lo e contar as novidades.

~~~

Abri os olhos, pela fresta da porta dava para perceber que a manhã já havia chegado, meu corpo estava dolorido, e um pouco longe dava-se para ouvir a voz de Afonso combinando de receber dinheiro com alguém.

Era Pedro quem estava na linha, tentei grita-lo mas não consegui. Minha garganta estava seca, além de senti que ela iria inflamar por ter dormido no chão frio e cheio de poeira.

__ Acordou bela adormecida?__ Mamãe apareceu.

__ Quero comer...__ Sussurrei com uma sede imensurável.__ E água...

__ Você sabe que não pode comer. Precisamos de você assim.

__ Então, por favor...__ Engoli os restos de saliva.__ Só água...

__ Daqui a pouco.__ Ela se sentou e ficou a mexer em seu velho celular.

A sede que eu sentia era enorme, e eu precisava urgentemente de um plano pra sair daquele lugar, antes que Pedro gastasse tudo o que tem por mim. Eu não podia deixar que esses imbecis acabem com tudo que o meu menino construiu.

Vários planos surgiram em minha cabeça durante aquele resto de manhã, mas nenhum iria dar certo.

Afonso e Demeteria pareciam nervosos com algo, cochicharam por alguns minutos e saíram do pequeno local. Vi o celular de capinha vermelha em cima do sofá. Mamãe esqueceu.

Levantei e me aproximei so sofá, a corrente não me deixava alcançar o móvel. Me deitei no chão e me estiquei até alcançar o objeto telefônico.

O celular não tem senha, o que facilitou tudo. Adentrei o aplicativo de mensagens e vi um nome que causava medo em Afonso e mamãe... Filemon.

Havia várias mensagens de ameaças do homem para a mulher, e talvez eu me arrependa por fazeemr isso, ou eu carregue a culpa por dois assassinatos. Mas não posso deixar eles se safarem assim...

Mandei mensagem para o tal Filemon informando que era pra ele rastrear o celular pois queriamos encontra-lo. Depois de mandar, apaguei as mensagens apenas para que Demetria não há visse.

Coloquei o celular no mesmo lugar e voltei a me sentar. Se tudo sair como planejei, sairei daqui rapidinho.

~~~

Afonso trouxe um copo de água para mim, as chaves da corrente e das portas estavam penduradas em seu cinto.

__ Quero fazer xixi...__ Falei me levantando após beber a água.

__ Faz na roupa.

__ Deixa de crueldade e me leva ao banheiro.

Depois de eu insistir muito, ele me tirou do quarto, havia uma sala menor que o quartinho, uma cozinha e o banheiro que estava imundo. Esse tal Filemon deve estar demorando porque acho que eles sejam de São Paulo.

Alguem bateu na porta e mamãe olhou estranho pra Afonso. São eles.

Afonso me emburrou para que eu andasse depressa, mas não deu nem tempo pra que a porta fosse arrombada.

__ Olha só quem temos aqui.__ Um homem baixinho e barrigudo saiu detrás dum cara alto e portão.

__ Filemon?__ A voz de Afonso mudou de brava para medrosa.

__ Vim atrás do meu dinheiro.__ O homem baixinho disse sarcástico.__ Creio que vocês tem não é? Já que Demetria me mandou mensagem...

__ EU? Não mandei mensagem nenhuma.__ Mamãe estava apavorada.

__ Você me mandou.__ O homem pegou o celular e mostrou para a mulher.

#Continua

O Cara do Time RivalOnde histórias criam vida. Descubra agora