Capítulo 13

1K 92 9
                                    

                                 Capítulo 13

                                         Nate

~~~~~~~~~~~~~~~~~~~~~~~~~~~~~~~~~~~~~~~~~~

— E você vai ficar aqui? Com ela? — Chuck questiona unindo de leve as sobrancelhas, claramente sem entender o que quero fazer.

— Isso! — o respondo sem deixar de lado a animação e o mesmo olha para Gibson, que também me encara de sobrancelhas juntas.

— Não diz que vai transar com ela aqui também, até hoje me lembro do vídeo do Chuck e da Brooke transando no chuveiro do vestuário — os olhos de G se desviam por uma fração de segundo para Chuck e logo voltam a me encarar.

— A culpa não foi nossa, porra! Quando que vou adivinhar que existe câmeras que pegam a droga do nosso chuveiro? Porra isso é esquésito pra caralho — C se defende bufando e transfere sua atenção total para G.

— Não significa que você tenha o direito de trepar no chuveiro do vestiário — Thomas entra na conversa, arrumando suas coisas dentro da sua bolsa de esportes e Chuck o envia um olhar matadouro.

— Cala boca porra, você nem lembra mais o que é "trepar", porque desde que a boa samaritana te deixou, nunca mais meteu o pau em nenhuma outra, então não vem dizer o que é certo e errado pra mim — Chuck rosna para Thomas e o mesmo deixa de prestar atenção no que estava arrumando dentro da sua bola, subindo olhar para C com um semblante nada amigável. Neles vejo dois lobos alfas de alcateias diferentes, prontos para o combate.

— G, C, T não é nada disso que vamos fazer — me intrometo, porque não suporto ver nenhum de nós quatro brigando — Só vamos fazer uma coisa no gramado — anuncio voltando a sorrir, esperançoso com a ideia que tive.

     No entanto, os caras não aprovam muito essa ideia, que sequer cheguei à contar, já que os três falam um em cima do outro;

— Droga, Nate — Thomas adota uma careta.

— Porra, cara — Chuck nega com a cabeça, unindo de leve as sobrancelhas.

— Criativo — e Gibson decreta com as sobrancelhas erguidas.

— O que foi? — os questiono confuso e corro olhar em cada um dos rostos à minha frente, expressando diferentes caretas.

— Não precisávamos dos detalhes — Thomas bufa claramente incomodado e pega sua bolsa de esportes do banco ao nosso meio.

— É porra, não precisávamos mesmo dos detalhes — Chuck apoia Thomas concordando com a cabeça, como se a segundos atrás os dois não estivessem discutindo e também pega sua bolsa de esportes.

— Concordo com eles — Gibson por último apoia a ideia grupal e automaticamente começo a pensar em o que os três estão concordando.

     Revejo o que dissemos um ao outro e aos poucos entendo o porquê das suas caretas.

— Ohhhhh! Não! Não! — nego com a cabeça várias vezes — Não é isso, não é nada envolvendo sexo, o que vamos fazer no gramado — me explico entre uma risada e outra — Vamos só treinar — resumo o que realmente vamos fazer, por 1) estar claro que os caras querem descansar e 2) porque não sei se Ane gostaria que eu espalhasse por aí que ela está com uma certa dificuldade, que vamos trabalhar juntos para fazê-la evapora-la.

        Depois de caretas como se eu tivesse dito que eu e Ane colocaríamos fogo no gramado; deixamos o vestuário e os caras o ginásio me desejando boa sorte. Corro olhar ao arredor do gramado e umedeço os lábios, sorrindo logo em seguida em antecipada animação. Mal vejo a hora dela chegar. O treinador passa por mim e arremessa a chave das portas de entrada e saída do ginásio, já que disse hoje, no começo do treino que se ele quisesse eu ficaria para arrumar o depósito que está uma bagunça. Nosso treinador não pensou duas vezes antes de concordar e me dar o passe verde para  concretizar a ideia que tive de ajudar Ane. Tudo isso me surgiu assim que estávamos caminhando em direção à fraternidade, após terminarmos de comer na lanchonete ontem, mas só a convidei hoje, no fim do treino, por não ter absoluta certeza de que o treinador iria mesmo confiar a chave do ginásio comigo. Confesso que fui surpreendido; quando Ane apenas concordou com a cabeça, quando perguntei se ela poderia se encontrar comigo após o treino, para fazermos algo. A ruiva sequer me questionou a respeito do que faríamos... Ela só confiou em mim. Esse micro detalhe me faz sorrir; porque Ane confiou em mim, mesmo que nos conhecêssemos tão pouco.

Esperei, esperei e esperei, na verdade esperei até quando todos do ginásio já tinham ido embora e quando Julie me avisou para parar com essa bobagem envolvendo Ane. Minha amiga não gostou, quando lhe disse que Ane não era tão má quanto Julie dizia ser e a mesma me disse que quando ela der com sua arrogância na minha cara; é para mim tomar como aprendizado. Julie sequer fez nossa brincadeira de puxar o cabelo um do outro, antes de se virar séria e ir embora. Agora sentado depois de muito tempo em pé, começo a pensar na possibilidade de Ane não aparecer... Mesmo que a ruiva tenha concordado antes. Checo a hora no celular e já fazia mais de 2 horas que eu estava ali esperando, sentado no banco dos reserva, encarando as gramas perfeitamente cortadas. Quando se vão 3 horas e Ane não aparece, me levanto e vou até o depósito pegar uma bola. Tenho certeza que ela só está atrasada. Quando o relógio bate 1am e me fatigo de tanto treinar para matar o tempo; aceito que Ane não vai aparecer. Enquanto guardo a bola que peguei; tento deixar de lado a breve decepção que tenta se instalar em meu inconsciente. Penso em o que pode ter acontecido para que ela tenha mudado de ideia... Será que ela está bem? Será que Ane acabou pegando algum resfriado? Hoje estava um vento frio chato e ela passou o treino todo com o vestido curto das líderes. Minha preocupação vence meu lado racional e acabo enviando mensagem à Chuck, questionando se ele sabia em qual dos andares do prédio de alojamentos ficava o quarto de Ane. Meu amigo me envia outro contato, de outra garota e me diz que ela sabe. No instante em que abro o novo número; percebo que é uma das garotas que se sentou com Ane naquele dia na lanchonete. Respiro fundo e me apresento brevemente, antes de pedir o número do quarto de Ane. A garota sem rodeios me envia "G-55" e a agradeço. Após pegar minhas coisas e fechar o ginásio; cruzo o campos até o prédio de alojamentos e lá procuro pelo quarto de Ane. Percebo que ele fica na área mais privada, onde geralmente só quem tem dinheiro; paga para ter um quarto só seu, sem ter que dividi-lo com mais ninguém. Paro em frente à porta com a plaquinha; "G-55" centralizada e bato duas vezes. Espero e presto atenção, para ver se escutava alguma voz gripada dizer algo como; "Entre" ou "Vá embora", mas o silêncio é constante e inquietante. Me arisco em bater mais duas vezes e quando continuo sem respostas; decido não insistir mais. Ela pode estar dormindo e não quero acorda-la. Vou até a recepção do prédio de alojamento e peço à mulher atrás do balcão; um papel e uma caneta. Mesmo que com uma careta, ela me entrega os itens pedidos e a agradeço. Escrevo um rápido bilhete para Ane e devolvo à mulher a caneta, lhe agradecendo uma última vez e elogio seu cabelo extremamente curto, provavelmente cortado na máquina de pente 1. A mulher abre um sorriso tímido, como se eu tivesse sido a primeira pessoa à elogia-la e me agradece.

A envio meu melhor sorriso e volto até o quarto de Ane, passando o papel por baixo da sua porta, desejando seriamente, que ela não tenha ficado doente. Deixo o prédio de alojamentos e caminho em direção à fraternidade tentando parar de pensar em Ane. Chegando na casa, a primeira coisa que faço; é tomar um banho. Estou todo suado de ter treinado minutos antes e após o banho; me livro do mata leão do G menino no corredor, conforme ele me provoca dizendo que fui rápido e vou para meu quarto trabalhar no trabalho que tenho que entregar ainda essa semana e ainda não sai da primeira linha.

Talvez ApaixonadosOnde histórias criam vida. Descubra agora