Talvez Apaixonados

Capítulo 42

Capítulo 42

Ane

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     Nate e eu começamos uma dança imaginaria onde ao mesmo tempo que eu sabia que iria nos machucar; o fiz se movimentar junto comigo cada melodia, colado, em cada passo, cada segundo da música. E agora simplesmente não sei mais como parar. Me arisco em dizer que isso que estou sentindo por Nate é uma consequência. Já que eu queria tanto que algo acontecesse à ele, que no fim, acabou que realmente aconteceu... Odiar Nate; me fez me viciar em si próprio. E por alguma razão, ter ele comigo nesse encontro me deixa menos nervosa que o normal. Como se Nate fosse de alguma forma; um abrigo dentre uma tempestade. Óbvio que o medo de meus irmãos quererem saber sobre minhas evoluções não realizadas, ainda percorre por cada centímetro em meu corpo, porém o jeito fácil que Nate consegue me fazer ignorar o receio que sempre sinto quando encontro com meus familiares, apenas olhando em seus olhos é o que está me mantendo calma essa noite. O detalhe dele estar levando a conversa com meus familiares em uma facilidade impressionante também é simplesmente entorpecente. Juro que poderia facilmente ficar aqui o observando. Principalmente porque por Nate estar sorrindo quase toda hora que lhe dirigem a palavra; isso me permite admirar seu sorriso secretamente, de uma forma nem tão secreta assim.

— Chega de falar sobre a gente... — Andrew, sentado à nossa frente na mesa, declara se referindo à si e sua noiva, mesmo que os dois tenham falado bem pouco sobre como se conheceram e se apaixonaram, enquanto adota uma careta — Quero saber; como se conheceram? Em que você trabalha? Quanto é sua renda mensal? Que realizações pretende realizar? — cada uma das perguntas são dirigidas à Nate e por alguma razão respiro fundo brevemente.

      Eu sabia que algum dos meus irmãos fariam esse tipo de pergunta... Só estava em dúvida de qual seria.

— Desculpe, mas por que o tanto de dinheiro e onde trabalho te interessa? — Nate questiona sem deixar o seu ar de "tanto faz" escapar da sua voz, o que aposto com quem quiser que está enlouquecendo meus irmãos, já que no começo, o jeito lento demais como Nate fala me incomodou, mas agora eu já me acostumei e até meio que gosto, principalmente quando estamos sozinhos em meu quarto, com ele dentro de mi... Chega Ane.

— Porque você está com a minha irmã? Não me leve a mal, Natan, temos um nome a zelar — Andrew pronuncia agora mais sério e automaticamente me pergunto se sua noiva tem tantos dígitos assim na sua conta bancária, para que ele queira cobrar algo de quem estou "namorando".

Namorando... Mesmo que estejamos nos saindo em em encenar essa coisa patética de casal, ainda é estranho ligar nossos nomes a essa palavra. E confesso que Nate desde que chegamos conseguiu me fazer fissurar em seu "eu romântico" um grau a mais, principalmente quando passou um braço ao redor da minha cintura e me presenteou com um beijo no pescoço, enquanto era para estarmos escutando Andrew apresentar sua noiva, mas pra ser sincera, sequer me lembro do nome da garota e o culpado disso é Nate. Mesmo agora, basicamente uma hora depois ainda consigo sentir o arrepio que ele conseguiu produzir em meu corpo no segundo em que seus lábios encontraram com a minha pele. Ele ter entrelaçado seus dedos nos meus, enquanto caminhávamos pelo salão até a mesa posta, também, por alguma razão me distraiu por algum tempo, mesmo que Nate já tivesse feito esse gesto antes. Talvez seja porque dessa vez vocês não estão nem sozinhos, nem pelados, minha mente brinca comigo mesma e me faz querer bufar.

— Não deveria buscar saber se estamos bem? Se Ane está confortável dentro do nosso relacionamento? — Nate um pouco mais sério que antes devolve a pergunta para Andrew sem de fato respondê-lo e à nossa frente, meu irmão começa a fechar seu semblante, porque assim como ele odeia que o façam esperar fisicamente, sei que Andrew também não suporta ter que esperar figurativamente para receber uma resposta.