Capítulo 74Ane
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Apesar de ter durado praticamente uma eternidade e claro; Gretta ter sido desafiada por mim a pedir o número de um homem velho com piercings e tatuagens pelo rosto todo, Thomas ter sido "obrigado" por Gretta; a dizer que ainda gosta da ex via mensagem de texto, Nate ter sido desafiado a falar três frases em um ritmo rápido — "eu amo quando estou fodendo", "a porra da vida não é cheia de glitters filho da puta" e "Chuck é um gostosão"... Essas foram as frases e nem preciso falar quem o desafiou a falá-las — Brooke ter sido desafiada por Thomas; a beber duas doses e depois chacoalhar a cabeça rapidamente e Gibson ter sido desafiado, por Brooke; a roubar uma mordida do lanche de alguém da bancada do bar... Finalizamos a brincadeira, no mesmo segundo em que o garçom surgiu com uma nova remessa de fritas em quantidade exagerada e bebidas. Na verdade; água suja com corante. Já que a bebida desse lugar tem gosto de tudo, inclusive água suja com corante, menos de uma bebida digna, igual as bebidas daquele bar futriqueiro. Entretanto, finjo que estou bebendo alguma coisa mais saborosa, porquê... Ninguém presente na mesa reclamou até agora, então esse deve ser o gosto de uma bebida convencional entre a classe média. O polegar de Nate acaricia despreocupadamente minha coxa, enquanto sua atenção permanece, assim como a atenção de todas as demais pessoas presentes na mesa em; Chuck, que está contanto entre risadas, como foi revigorante tirar sarro com a cara do treinador deles por uma informação que o velho passou errado e enquanto todos riem disso; Riston abre um sorriso glorioso pegando seu copo. Meus olhos acabam sendo atraídos para a figura escura nas costas da sua mão e percebo que é o mesmo desenho macabro tatuado que sua namorada tem, também nas costas das suas mãos. Esse detalhe me faz erguer brevemente as sobrancelhas surpresa, porquê uau... Eles tem uma tatuagem combinando. Só nesse curto espaço de tempo entre brincadeiras e conversas fiadas que estamos aqui, já descobri muitas coisas sobre os amigos de Nate, o que de certa forma é bom, entretanto é inevitável não focar também no quão diferente somos até mesmo em nosso círculo de amizades. Principalmente porque até hoje todos os meus "amigos" sempre que se reuniam toda e qualquer conversa se voltava a desmerecer alguém ou deixar claro quantos números estava na etiqueta de tal roupa, acessório ou objeto que compramos. Enquanto os seus... Se reúnem só para se divertirem.
— Posso perguntar algo? — a voz de Brooke corta as risadas e me faz desviar atenção do seu namorado para si, percebendo então que a pergunta da vez foi direcionada à Nate.
— Sempre — o loiro confirma com a cabeça e seu dedo deixa de se mover sobre minha coxa, apenas para que sua mão escorregue para o meio das minhas pernas e se mantenha ali.
— Por que ela é a única que você pronuncia o nome e o restante das pessoas você só pronuncia as iniciais? — Brooke lança sua pergunta e conforme raciocínio suas palavras a mesma dúvida acaba surgindo em meu inconsciente, o que me faz virar o rosto para enquadrar Nate em meu campo de visão.
O loiro sorri brevemente e despenca o olhar para a sua mão ainda entre minhas pernas. Sinto seu polegar se mexer lenta e provocantemente e isso, esse gesto mesmo sendo algo tão meigo; é o suficiente para me fazer ficar inquieta. Automaticamente começo a procurar por qualquer vestígio de provocação em seu rosto, mas como suspeitava; não a encontro, porque Nate tem a sua própria áurea dourada sobre seus fios loiros, mesmo quando não está fazendo algo "do bem". E o observando atentamente agora, percebo que o corte que fiz em seu cabelo já não está mais presente, não tão nitidamente. Assim como também os hematomas estão menos visíveis em seu rosto. Deixo de prestar atenção no crescimento do seu cabelo e em seus machucados, quando meu corpo todo volta a sentir seu polegar novamente, deslizando sobre minha pele, retornando a fazer a mesma carícia inofensivamente incendiária e doce de antes.
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Talvez Apaixonados
RomanceAne Prescott desde cedo entendeu que para ser notada entre seus familiares; teria que se destacar. Não importasse como, afinal ela é uma Prescott e nada nem ninguém fica acima de um Prescott. Ane sempre foi a aluna nota 10, a princesa nas peças da e...