Capítulo 30

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                                Capítulo 30

                                       Nate

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— Podemos ir até a fraternidade — sugiro, após Ane ficar nervosa porque, segundo ela, ninguém poderia vê-la nesse estado. Eu estou a achando adorável...

— E correr o risco dos seus amigos me verem nesse estado? Não, obrigado — a ruiva nega com a cabeça diversas vezes e continua tentando tirar a lama seca dos seus cabelos, que estão adoravelmente cheios de nós, volume e claro; lama.

— Eles não vão dizer... — tento dizer que nem Chuck, nem Gibson, nem Thomas espalhariam por aí a situação que nós encontramos, caso eu pedisse para que eles não espalhassem, mas Ane levanta sua mão me impedindo de continuar.

— Já disse que não — a ruiva decreta e desiste de tentar desgrudar a lama dos seus fios — Que saco — Ane resmunga e começa a agrupar seu cabelo na tentativa de fazer um coque — Pare de me olhar, na verdade não me olhe até que eu solte meu cabelo novamente — sua observação apesar de soar claramente séria, me faz rir com o nariz, sem desviar minha atenção de si.

— Por que? — a questiono mantendo um sorriso no rosto, por achar fofo seu jeito.

— Porque eu fico extremamente feia — Ane termina o coque e me encara — Ei, mandei você não me olhar — sua mão vem até meu rosto e a mesma tenta fazer com que eu o vire para outra direção.

— Na verdade você fica incrivelmente linda — seguro em sua mão, a fim de fazê-la parar de empurrar meu rosto e observo o dela.

— Você só está falando isso porque quer uma segunda transa — Ane revira os olhos e recolhe sua mão.

— Não, quer dizer, não estou dizendo isso só porquê... Você entendeu — me enrolo e Ane ergue uma de suas sobrancelhas, me desafiando a continuar — Eu te acho bonita de cabelo preso — declaro por fim e meu peito se aperta um pouco.

        Nunca tive dificuldades em pronunciar o óbvio. Toda vez que achava alguma garota bonita, estando a gente saindo juntos ou não, sempre arrumava um jeito de lhe dizer aquilo, porquê sei que muitas não acreditam na sua própria e única beleza, e fazendo isso, tenho a esperança de ajudá-las a trilhar um caminho para isso.

— Hurum, aposto que sim — Ane desvia seu olhar para a sua frente e agora consigo observar só a metade do seu rosto, o que por alguma razão, me da a coragem que faltava pra continuar.

— Você fica bonita de qualquer forma Ane, na verdade acho incrivelmente difícil algum dia te ver menos que isso, menos que bonita — passeio olhar no pouco que consigo ver do seu rosto — É até chocante o quão linda você consegue ser, não importa se seus cabelos estão escorridos, com cachos volumosos ou até mesmo com um monte de lama seca — lentamente, como se estivéssemos em câmera lenta; seu rosto se vira, até seus olhos se fixarem nos meus — Chega a ser insano a forma como consigo facilmente me perder em cada centímetro seu, a qualquer segundo — observo ao meu lado Ane respirar fundo — E às vezes me pergunto se isso não está parcialmente errado, porquê estamos a pouquíssimo tempo juntos, mas juro que se fosse para escolher nesse instante, quem eu teria que passar o restante da minha vida, cada suspiro meu séria compartilhado unicamente com você, porquê nunca vou me cansar de te admirar ou te lembrar que você pode fazer o que quiser — consigo pronunciar tudo que estava querendo dizer a ela e Ane deixa seu olhar cair primeiro em meus lábios antes de permitir que ele comece a passear meu rosto.

— Nate — ela sussurra e seus olhos inquietos ainda estão correndo meu rosto, como se tentassem descobrir, apenas me observando se tudo que disse era ou não real.

Talvez ApaixonadosOnde histórias criam vida. Descubra agora