Capítulo 34

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                             Capítulo 34

Nate

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        Deixo o banheiro com a energia renovada. É inevitável a sensação que te revigora após um banho demorado. Observo a camisa velha que peguei no guarda roupa e o cheiro forte de roupa guardada me faz sorrir, porquê a última vez que a usei; foi no verão passado. Sempre gostei e acho que sempre irei gostar dessa sensação de estar estar revivendo momentos que me fizeram sorrir em algum passado distante. Momentos que nos transformam e nos fazem evoluir. Automaticamente me lembro do sorriso de Ane e das suas risadas, conforme arremessávamos lama um no outro... Será que ela guardará aquele momento como uma lembrança? Será que ela vai se permitir evoluir um pouco que seja? Percebendo que às vezes precisamos nos sujar, para conseguirmos sorrir? Para conseguirmos desligar, nem que por um segundo, de uma vida repleta de competitividade? Parte de mim, se pergunta se Ane se divertiu mesmo ou levou aquele nosso momento como mais algum tipo de desafio a si mesma, onde ela teria que vencer. A lembrança dos seus sorrisos e risos, me dizem com força que; sim, Ane Prescott, pela primeira vez, se permitiu sorrir, se sujar e criar um momento sem competitividade. Um sorriso bobo se instala em meu rosto e no instante em que encontro minha mãe entrando no hall de entrada da casa, vinda do quintal, sei que de alguma forma Ane ficou esse tempo todo lá fora.

— Boa sorte, meu bebê — Makuhine aperta meu ombro e passa por mim.

Meu sorriso aos poucos vai se diminuindo e olho através da porta, para a figura de Ane parada no meio do jardim. Elas não teriam brigado, certo? Droga, sei que quando Donna Holden não gosta de alguém, esse seu jeito caloroso se vai e ele da lugar a um tipo de controversa a pessoa. O fato de que Ane também não estava para elogios me faz suspirar, enquanto deixo a casa, indo até ruiva, implorando mentalmente para que as duas tenham apenas ficado em silêncio aqui fora e não discutido.

— Sua mãe é um verdadeiro cacto cheio de espinhos — Ane declara no instante em que me coloco ao seu lado e mentalmente me pergunto como ela sabia que era eu quem estava se aproximando e não meu pai, ou até quem sabe minha mãe novamente.

Acabo deixando essa dúvida de lado, quando perecendo que definitivamente as duas trocaram palavras de ódio.

— Ane, eu... — suspiro — Sinto muito pelo que minha mãe disse — peço imaginando o que Donna poderia ter dito a ela e fecho os olhos por alguns instantes, antes de abri-los novamente, buscando a expressão em seu rosto.

         Ás vezes não precisamos de palavras para dizer o que estamos tristes, ou magoados, um olhar basta e eu estou procurando esse olhar no rosto de Ane. Aquele que em palavras subliminares, diz que se rende... Porque por mais duras e afiadas que suas palavras antes tenham sido; sei que parte delas é totalmente influenciada pela cobrança constante que ela acha que merece ter desde o segundo em que se levanta da cama.

— Você nem ao menos sabe o que ela disse — Ane começa a pronunciar palavra por palavra à princípio de uma forma lenta, enquanto transfere sua atenção para mim e une de leve suas sobrancelhas.

— Não, mas se houve algo que te deixou mal, já quero pedir desculpas adiantado — concordo e aproveito seu rosto totalmente virado em direção ao meu, para observá-la melhor, percebendo que ela consegue me fazer fascinar ainda mais em cada centímetro do seu rosto agora sem qualquer maquiagem.

— Você não tem que fazer isso — Ane mantém as sobrancelhas brevemente unidas — Ainda mais quando não foi você quem falou as coisas patéticas — a ruiva aponta e pela primeira vez percebo que estamos falando sobre empatia, sem que ela fique realmente brava.

Talvez ApaixonadosOnde histórias criam vida. Descubra agora