Capítulo 10

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                                  Capítulo 10

                                       Nate

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  A escuto. A escuto falar mal do personagem principal do filme, interpretado por Judd Nelson, logo em seguida sobre a falta de profundidade — que segundo ela — faltou no filme, referente à vida pessoal de cada aluno, a escuto quando ela questiona se a personagem Allison tinha problemas ou só fingia que tinha e uau... Eu simplesmente poderia passar dias aqui a escutando, mesmo se chegássemos a um ponto onde ela só fosse falar de coisas fúteis. Eu ainda estaria aqui a escutando, porquê sua forma decidida e sincera de pronunciar tudo que pensa; me hipnotiza. Mesmo tendo passado pouquíssimo tempo com Ane, já percebi que ela não é do tipo de pessoa que se deixa influenciar. Também que não importe quantas coisas estejam passando na sua cabeça; a ruiva só se pronuncia quando tem o mínimo de certeza da seleção de palavras que vai dizer. E em certo ponto, isso ainda que seja um ponto positivo, também é um negativo. Porque pessoas que pensam demais se devem ou não dizer o que querem realmente falar; acabam deixando passar muita coisa e sequer percebem.

— Talvez você esteja levando tudo ao pé da letra — por algum motivo; tento defender o filme, mesmo que eu aceite sua opinião contraditória à minha, porém escuta-la realmente é algo que gostei e eu a contrariaria mil vezes se fosse preciso, apenas e somente para continuar a escutando.

— Não, não estou, esse filme simplesmente não merece o reconhecimento que tem — Ane por um breve e rápido segundo; adota uma careta, mas tão rápido quanto surgiu, sua careta engraçada vai embora e eu me agarro ao detalhe de que pude presencia-la, mesmo que por um período extremamente curto.

— Ok — concordo com a cabeça ainda sorrindo por ter memorizado e presenciado sua careta tão diferente da habitual.

Ane umedece os lábios e sussurra um; "Ok", antes de correr seus olhos esverdeados no meu rosto. Logo nossos pedidos chegam e deixo com que minha curiosidade fale mais alto que qualquer outra coisa; quando o atendente — que ajudei a colocar o lixo para fora — coloca à frente de Ane, o saco com batatas doce. Jurava que esse tipo de chips só existiam com batatas normais. Ane leva uma batata até a boca da forma mais graciosa e delicada possível, com etiqueta e me pego vidrado até mesmo nesse detalhe dela. Certo, talvez Chuck tenha razão; talvez eu esteja mesmo apaixonado por Ane. Da forma mais rápida, instantânea e perdidamente possível... Aquela forma louca e inaceitável, que podemos jurar que nossos olhares vão muito além que olhares de sexo. Porquê apesar de não saber muita coisa sobre ela, ainda sinto que nossos caminhos irão se cruzar muitas mais vezes, do que já se cruzaram. Principalmente ao julgar pela forma como Ane se aproximou de mim, sugerindo para que viéssemos até a lanchonete; o que significa que ela está arrumando uma forma de esquecer o que aconteceu no passado. O que eu fiz com ela. A sensação pesada de antes retorna e tenho que me esforçar para não decair no sorriso. Gesto esse que por alguma razão, não para de aparecer em meu rosto conforme admiro cada detalhe do rosto de Ane. É realmente surreal o quão linda ela é. Como se de alguma forma meu pedido tivesse sido realizado, porém mil vezes mais perfeito.

— E você? Qual seu pior filme? — ela questiona após engolir o que estava mastigando.

— Não tenho — a respondo simplesmente por realmente não ter nenhum filme que esteja na lista dos piores.

— Como assim não tem? — no segundo em que a pergunta deixa seus lábios; suas sobrancelhas se unem brevemente... E mesmo assim seu rosto não se torna menos bonito.

— Eu meio que sempre gosto de tudo que vejo — a respondo, abrindo a latinha de refrigerante vermelha.

— Então você mente — Ane revira os olhos e pega outro chips de batata doce.

Talvez ApaixonadosOnde histórias criam vida. Descubra agora