Talvez Apaixonados

Capítulo 55

                      Capítulo 55

                                         Nate

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       Ainda estamos aqui... Melados e fedendo a sexo, mas ainda estamos aqui, juntos, embriagados um no êxtase do outro e alucinados o suficiente para não se importar em saber que horas são, mesmo que já estejamos deitados em silêncio há bastante tempo. Escutar tudo que Ane teve coragem de admitir há algumas horas atrás me fez me apaixonar ainda mais por essa garota, porquê se ela está disposta a se modificar, eu também estou disposto a perdoa-la. Não que antes eu já não estivesse, na verdade se ela apenas dissesse que errou; já teria a perdoado, porquê Ane, aos poucos, conseguiu se apossar de tudo em mim, desde meu corpo, até meus pensamentos. Tudo, absolutamente tudo gira e é centralizado unicamente em torno de Ane. Goste o universo disso ou não, estou a total mercê dela, para que Ane faça o que bem entender e gosto de pensar que agora, ela vai fazer coisas boas. Na minha curta análise, ela nunca chegou de fato a ser um monstro... Ane apenas não sabia por qual caminho seguir e essa sua confusão acabava a atrapalhando o suficiente para que ela descontasse sua raiva e frustração em outras pessoas.

— Antes... Você disse que havia pedido a transferência de curso — volto a parte da conversa que tivemos antes, que por mais que eu quisesse lhe perguntar mil e uma coisas; resolvi deixá-la se abrir no momento, no entanto agora não há mais porque não tocar no assunto.

— Sim — Ane suspira pesadamente — Ainda não contei nada para minha família, mas eles vão descobrir, já que a administração vai enviar uma nota com toda a papelada de transferência de preços e tudo mais — suas unhas param de arranhar o pé da minha barriga e Ane levanta o rosto, mirando seus olhos diretamente nos meus — Eu fiz o certo? Trocar de curso mesmo sabendo que eles não vão gostar nem um pouco disso? — apesar de tentar se demonstrar segura; Ane vacila por um nanossegundo sua voz ao pronunciar suas perguntas.

— Ane — enrolo outro dos seus cachos cobre em meu dedo e seguro em seu rosto — Nem eu, nem ninguém pode responder isso, porquê a única pessoa que pode é você mesma — a envio meu melhor sorriso e aos poucos a observo refletir no seu rosto o mesmo gesto alegre que estou a enviando.

— Você tem razão — Ane concorda com a cabeça e corre seus olhos esmeraldas em meu rosto, parando alguns instantes a mais nos meus lábios.
— Mas se quiser saber; — sussurro como se estivéssemos trocando um segredo — Gosto de imaginar a porta do seu consultório de nutrição, com uma plaquinha escrita; "Doutora Ane Prescott" — outro sorriso invade o rosto da ruiva e esse me faz ficar excitado de tão perfeito que é.

— Ou apenas; "Drª Prescott" — Ane entra na brincadeira, sussurrando da mesma forma que eu havia sussurrado e me surpreendo brevemente por ela está quebrando sua imagem de garota séria, mas acima de surpreso; fico feliz por ela estar se autorizando fazer isso.

— Quem sabe um dia; "Drª Prescott H." — volto a brincar com seus cachos, os enrolando no meu indicador e o rosto alegre de Ane aos poucos se transforma em um confuso. 

— H? — sua pergunta soa normalmente agora, sem sussurrar e o sorriso breve em seu rosto se mistura com a confusão em seus olhos.

       Talvez qualquer outra pessoa não teria percebido o breve e rápido nervosismo em meio a sua pergunta, a forma como seus olhos parecem estar brilhando na expectativa, mas eu notei, eu sempre a notaria, não importa se algum dia nossos caminhos se descruzem novamente; sempre irei notar e admirar Ane e cada uma das suas reações e emoções, sejam elas claras ou encobertas. E sei que esse nervosismo, só está presente na sua voz porque ela faz sim ideia do que significa "H", mas está querendo ter certeza antes de expressar qualquer reação, como quando esperamos a bola cortar o ar no meio das traves para aí sim gritarmos em comemoração ao ponto, mesmo que o jogador já tenha cruzado o campo todo sozinho.