Capítulo 27

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Capítulo 27

Ane

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Nesse momento não sei dizer quem sou. Não sei se sou a Ane com sede de vingança, ou se sou a Ane perdida e apaixonada nessa nova forma de encarar o mundo que Nate vem me mostrando e me fazendo fascinar mais e mais. Paramos com a guerra de bolas de lama, faz alguns minutos e agora estou o acompanhando, por dentre essas peças e carros velhos, sem nem de fato saber o porquê. Nunca, nem mesmo no meu pior pesadelo, pude pensar estar como estou agora e ainda por cima, por conta do único cara em todo o campus, qual era para mim odiar com todas as forças. Estamos totalmente sujos de lama, dos pés a cabeça, literalmente. Meus cabelos já estão começando a ficarem duros e a marca das minhas mãos na camisa de Nate ainda estão ali. Meus olhos sobem para seu rosto que ainda há lama em suas bochechas da primeira bolinha que havia o arremessado e por algum motivo; sorriu observando seu rosto sujo.

— Esse aqui está perfeito — Nate declara e para de caminhar de repente, o que me faz desviar rapidamente olhar do seu rosto, antes que ele perceba que eu estava o encarando.

Meus olhos seguem os de Nate e no instante em que minha atenção se fixa em um fusca? Velho? Junto as sobrancelhas expressando dúvida.

— Pra que exatamente? — o questiono e percebo Nate se afastar um pouco.

O acompanho com o olhar e espremo os olhos um pouco para conseguir identificar o que Nate está pegando. De trás de algumas peças, o loiro pega duas barras de metal, uma grossa e outra mais fina. Ao se aproximar novamente, Nate estende a mais fina para mim e eu a pego por algum motivo, porquê não sei exatamente onde ele quer chegar com isso.

— Preparada? — Nate sorri brevemente e ajeita a barra mais grossa entre as suas mãos.

— Você ainda não me disse o que vamos fazer — pronuncio revirando os olhos e sentindo minha raiva voltar. Odeio quando falo com alguém e essa pessoa me ignora.

— Nós vamos quebrar coisas — Nate declara como sempre de uma forma lenta, conforme um sorriso surge em seu rosto.

— Você quer quebrar aquilo? — aponto para o fusca sem deixar de adotar uma careta, enquanto Nate concorda com a cabeça.

— Estudos comprovam que às vezes precisamos descontar e liberar toda essa raiva dentro da gente, em algo que não vá machucar ou ferir ninguém... E esse algo é o Herbie — Nate mantém o sorriso no rosto ao explicar enfim o porquê disso tudo, mas acabo não dando tanta importância a isso e me concentro mais no nome citado por ele por último.

— Herbie? — o questiono deixando claro que não havia entendido e no mesmo segundo Nate volta sua atenção para mim.

— Você nunca viu, Herbie: Fully Loaded? — sua pergunta soa tão desacreditada, que por um segundo penso que esse tal de "Herbie" fosse como um Leonardo DiCaprio.

— Não — nego com a cabeça e corro olhar no rosto de Nate.

— Ok, precisamos arrumar isso — o loiro decreta rindo com o nariz e quase reviro os olhos.

— Não quero quebrar minha unha, batendo? Em um fusca? Então, passo — retorno ao assunto principal da conversa e estendo a barra de ferro para Nate, recusando sua oferta e também para que ele dê um jeito de sumir com aquilo e não eu.

— Nada vai acontecer com a sua unha, prometo — Nate declara e me faz erguer de leve as sobrancelhas.

— Você quer mesmo que eu faça isso? — questiono claramente com repulsa e o estudo, por estar começando a achar levemente estranho.

Talvez ApaixonadosOnde histórias criam vida. Descubra agora