Capítulo 11

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                                  Capítulo 11

                                        Nate

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        Chega ser hilário, até mesmo cômico a forma que Ane está me observando comer esse lanche cheio de gordura, como se a ruiva estivesse contando meus dias de "vida" e essa contagem diminuísse a cada encontro que meus dentes fazem com o pão melecado de cheddar, bacon e óleo. O que é bobagem já que sempre ingeri esse tipo de comida e ainda estou aqui, firme e forte.

— Quer um pedaço? — a ofereço o lanche que mal cabe na minha boca e Ane adota uma super careta, negando com a cabeça, enquanto empurra minha mão para longe de si; como se só o cheiro do lanche a enjoasse.

— Nem mesmo em 7 vidas — ela resmunga da forma mais graciosa possível e acabo rindo, o que a faz transformar sua careta de repulsa; em uma extremamente séria em questão de segundos.

A lembrança do dia em que caímos no gramado e ela estava com esse mesmo semblante, me faz lembrar que tenho que falar com Ane sobre isso, sobre esse gigantesco detalhe, que consegue afastar qualquer fantasia dos meus pensamentos.

— Eu... — como digo que percebi que ela está tendo dificuldades e quero ajudá-la? Sem parecer um lunático? Daqueles que observam garotas se alongar com extrema satisfação?

— Está encantado por mim? Todos já perceberam — Ane declara jogando seus fios cor de cobre, para trás dos ombros e um sorriso toma conta do seu rosto.

   Automaticamente meus olhos caem no desenho perfeito dos seus lábios. Nas mini curvas simétricas de seus dentes perfeitos e juro que me desligo do mundo real por alguns instantes, apenas e somente perdido na beleza de Ane. Nunca fui o tipo de cara que tem como quesito; "beleza" para me interessar em uma garota... Porém é inevitável não me perder à admirando e enaltecê-la. Ane é dona de uma beleza realmente inacreditável.

— Eu na verdade quis dizer... — pisco para voltar ao agora e deixo meu lanche sobre o prato,  retornando a fitar as íris esverdeadas de Ane — Que quero te ajudar a melhorar — declaro como se estivesse a xingando de uma forma fofa e no mesmo segundo Ane une as suas sobrancelhas ruivas, sem deixar de sorrir.

— Me ajudar a melhorar? — sua pergunta soa como se ela estivesse perdida no assunto.

— Sim, referente à sua perna — concordo de leve com a cabeça e esclareço, o que faz com que o breve sorriso no rosto de Ane desapareça — Ane, eu tive culpa nisso e quero, não sei, talvez pagar suas consultas no fisioterapeuta, ou então... — sua mão chata aparece novamente à centímetros do meu rosto, me impedindo de continuar e acabo respirando fundo.

— Não preciso do seu dinheiro Nate, nem da sua pena, até porquê estou indo muito bem — sua voz apesar de soar séria, vem acompanhada de um sorriso que o classifico como irreal.

— Seu rosto... A expressão nele, hoje e naquela vez que você treinou na frente do prédio de administração, desculpe, mas não pareceu estar indo muito bem — tento esclarecer o que queria dizer, mas a forma como seu rosto se fecha gradativamente, me faz engolir no seco.

— Se estou indo ou não bem, não é da sua conta! Pra começo de conversa, foi você quem ferrou comigo, caindo em cima de mim! Não eu própria! Então para de me lembrar que nada do que estou fazendo vem adiantando ultimamente, porque suas palavras equivalem a nada para mim, eu sou uma Prescott e não ligo para nada que você diz — Ane rosna cada uma das suas palavras e a raiva que emana de si, me faz erguer de leve as sobrancelhas.

Talvez ApaixonadosOnde histórias criam vida. Descubra agora