Capítulo 47

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Capítulo 47

Ane

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Dois dias se passam após aquilo que aconteceu na cozinha daquela fraternidade e apesar de ter treinado em meu quarto; não apareci nos treinos em conjunto com os jogadores, não apareci no treino em conjunto com Nate. Pedi — mesmo que as líderes não gostassem de mim — para que dissessem a treinadora que eu estava doente e parte de mim me chama de medrosa, enquanto a outra me aplaude. Simplesmente não sei como lidar com tudo isso, afinal por mais exagero da minha parte; houve uma quebra de confiança que eu não estava pronta para ter. Estava começando a enxergar Nate com outros olhos, de verdade, tanto que aquele plano patético sequer se passava mais por minha cabeça durante o último sexo que tivemos... Pra ser sincera, durante o último maravilhoso sexo que tivemos em um pufe? Céus nunca pensei que transaria em cima de um pufe. Por alguma razão, o cara com sorriso de adolescente e forma demorada de falar sabe se conectar de verdade comigo durante a transa e não só; mete em mim. O que me deixa confusa, já que nos meus planos, era para Nate ter um pênis anormalmente pequeno, ele era pra ser idiota ao ponto de sequer me deixar falar e só se esnobar por ser um jogador, era para concorrer comigo o título de melhor em quadra — como todos os outros jogadores com quem já fiquei — mas não, óbvio que o loiro mexeria com tudo dentro e fora de mim, movendo cada peça de lugar. Tanto que estaria mentindo se dissesse que de alguma forma, não senti saudade dele... Porque eu senti, ainda estou sentindo, mesmo que meu orgulho esteja me fazendo evitá-lo.

Por mais idiota que pareça, Nate me fez, por uma noite, acreditar que o amor pode vir mesmo antes do mérito, antes do reconhecimento. Lembrar disso, me liga totalmente ao que Andrew me disse há duas noites atrás, quando me orientou escolher e lutar pela "gente" ao invés de qualquer outra coisa... Ao invés de qualquer plano ou título bobo. O que é gozado porque antes mesmo de existir um "a gente" já estávamos mais conectados que agora. A verdade é que relacionamentos são extremamente complicados e ou aceitamos, ou não nos envolvemos. Se você aceitar; corre o risco de ser ou muito feliz, ou muito triste. Já se negar; corre o risco de ser ou muito vazia, ou muito completa... E são essas dúvidas que estão me corroendo por dentro como corrosivos altamente químicos, porquê Nate me fez modificar — nem que só um pouco — a forma como penso, ajo e vivo. Antes de Nate, tudo, absolutamente tudo que eu fazia ao me levantar da cama era; agradar aos outros. Desde alisar minhas mechas, até me sentar aqui e ouvir Samanta e Natasha falando coisas irrelevantes sobre uma garota acima do peso. Esse pensamento de alguém estar sendo oprimido por simplesmente estar... Vivendo? Me deixa, pela primeira vez, com raiva por alguma razão.

— Ela deveria seriamente checar o número daquele vestido, aposto que comprou achando que ficaria bom e não quis trocar, porquê sério, estava tão minúsculo o tecido naquele corpo gigante, que estava todo repuxado, quase que como se estivessem tentado vestir uma leitoa, foi horrível ver aquela atrocidade e quase que disse para ela vestir urgentemente algum casaco para que ninguém mais presenciasse aquilo — Natasha declara sua mentira entre caretas e risadas, porquê sei que no fundo, ela não teria coragem de falar merda nenhuma para ninguém.

Penso, uma, duas, três vezes se deveria me intrometer na conversa, ou deixar com que elas continuem como sempre faço e então me lembro de Nate. Penso no que ele falaria. Imaginar seu semblante levemente sério, me faz respirar fundo, porquê... Sei que qualquer coisa que Nate dissesse para defender essa desconhecida séria verdade, porquê no fim, o que importa de verdade é se nós estamos felizes com o que vestimos, fazemos e agimos.

Talvez ApaixonadosOnde histórias criam vida. Descubra agora