Talvez Apaixonados

Capítulo 100

Capítulo 100

                                          Nate

~~~~~~~~~~~~~~~~~~~~~~~~~~~~~~~~~~~~~~~~~

         Gosto de acreditar que de alguma forma; Ane está vivendo a melhor fase da sua vida. Não pelo fato de estarmos juntos... Ok, talvez um pouco por conta desse fato também, porém me refiro mais ao sorriso desacreditado que está congelado em seu rosto nesse segundo, enquanto a ruiva recebe algo que sempre sonhou; a aprovação de todos por algo que ela tenha feito. Parando para pensar agora, a forma como ela está conseguindo tudo que sempre quis — mas tentava da forma errada levar o jogo — é em todos os sentidos; tubular. De qualquer forma, Ane venceu e sabe disso. Por isso começo a bater palmas não só a aplaudindo, como também aplaudindo cada um envolvido nessa coreografia. E por mais que eu não acredite em exclusividades; sei que no fundo, estou mais a aplaudindo, que qualquer outra pessoa aqui presente. Não só por ter conseguido montar e efetuar essa coreografia, mas também por ter se tornado essa garota tubular que consegue desestabilizar qualquer coisa, até mesmo uma arquibancada inteira. Meus aplausos desencadeiam outros dos demais caras ao meu lado, que começam a aplaudir suas devidas parceiras de apresentação e logo a arquibancada toda está batendo palmas também. Ane transfere sua atenção para mim e abre um sorriso diferente do qual estava estampando seu rosto a segundos atrás. Esse agora, lembra mais um de paixão e gratidão, por algo que vai além do antes e depois... Estou prestes a encurtar o espaço entre nós sem nem saber ao certo o porquê — talvez seja apenas meu corpo querendo sentir sua respiração, talvez seja o fato de que admirar seu sorriso mais de perto é bem mais tubular, talvez seja a magnitude entre nós, não sei e pra ser sincero nem me importo em encontrar uma resposta condizente para isso — entretanto efetuo somente um passo na sua direção antes da voz do locutor da partida surgir, vinda dos alto falantes e encerrar o momento, anunciando que a partida iria se iniciar. Ane percebe como o clima foi cortado e cai na risada, uma que mexe com cada espacinho em mim entre meu coração e meu pau. As garotas começam a pegar seus pompons e Ane ao parar de rir pega o seu também, sem se importar dos olhares que está recebendo por ter decidido rir do nada. Isso, esse detalhe me faz rir também e só paro quando o G menino me acerta uma cotovelada na costela, falando um; "Deixa pra ficar de palhaçada com a tua garota depois" em um tom de voz autoritário, porquê é sempre assim, entramos no gramado e meus irmãos de irmandade se transformam em personagens brutais, como os dos jogos que sempre jogamos.

***

Me jogo no banco reserva tentando regularizar minha respiração e aceito de bom grado a garrafa de água que um dos técnicos de preparação da partida me entrega. Levo a fonte de hidratação até os lábios e T se joga ao meu lado, roubando a garrifinha da minha mão, me fazendo choramingar porque estou morto de sede e só havia conseguido beber um micro gole da água engarrafada.

— Sou mais velho e os velhos tem prioridade — Thomas "justifica" seu furto e leva a garrafa até os lábios, extinguindo o líquido em segundos.

Meus lábios secos se abrem e fecham algumas vezes por vontade própria, enquanto o observo beber a água, lamentando o fato de não serem eles que estão recebendo a água. Me forço a desviar atenção da fonte revitalizante e percebo o nosso treinador se aproximar gritando furioso com todos que vê e ao encontrar com G grita mais ainda, ao ponto do seu rosto todo adotar uma coloração anormal. Por outro lado Gibson se mantém neutro e o responde que não era o único em quadra e que mais pessoas não estão fazendo a sua parte. No segundo em que G termina sua réplica, o mesmo olha na direção de C, que já estava apreciando a discussão assim como eu e no instante em que Riston entende, o mesmo une as sobrancelhas e rosna um; "Vai tomar no cu porra! Eu também suei nessa partida" se aproximando de Gregory. T ao meu lado deixa de ficar largado como estava antes e se levanta jogando a garrafinha no banco, se aproximando dos nossos irmãos de irmandade, provavelmente para impedi-los de se socarem antes do intervalo se encerrar. Olho para a garrafa e a pego, suspirando ao perceber que T não deixou nem mesmo uma gotinha. Como ele fez isso? Gibson fala algo a respeito de C ter sido derrubado demais durante o primeiro tempo e Chuck o revida com vários xingamentos, me fazendo voltar a encara-los, a tempo de ver G tentar acertar um golpe em Chuck, mas C desviar e também tentar ir pra cima de Gibson.