Capítulo 32Nate
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Estou arrumando com pressa meu antigo quarto, por conta que não quero que Ane veja como ele estava bagunçando, afinal meus pais nunca arrumaram meu quarto e a bagunça da última vez que vim passar o feriado aqui, ainda é nítida. Consigo arrumar a colcha na cama e eliminar as embalagens de salgadinhos e chocolates da mini cômoda ao lado da minha cama, no entanto quando estou prestes a ajuntar a breve pilha de roupa suja no canto do quarto; a porta se abre e me preparo para outra das suas caretas. Ane vem fazendo muitas delas... Só não sei dizer qual eu prefiro mais. Me viro, com um sorriso de culpa no rosto e uma enorme sensação de alívio percorre meu corpo ao ver que eram meus pais e não Ane.
— Nate? Podemos trocar uma palavra? — meu pai quem inicia a conversa e pelo seu tom de voz, sei que não será uma conversa sobre qual jogo poderíamos ou não; jogar na sala.
— Claro — o respondo e passo por eles, deixando o quarto com a pilha de roupa ainda em mãos.
Caminho até a lavanderia e após deixar as peças no cesto, me dirijo até a sala, onde meus pais já estão sentados me esperando. Minha mãe bate no espaço vago do sofá ao seu lado e não sorrir ao me lembrar de quando ela fazia aquilo quando eu era pequeno é inevitável. Me sento ao lado de Donna Holden e suas mãos procuram pelas minhas, até a mesma entrelaçar seus dedos aos meus.
— Nate, meu bebê, quero que seja sincero com a gente — minha mãe pede e corre seu olhar em meu rosto, como sempre fazia quando queria me perguntar se eu havia roubado a erva que tinha sumido misteriosamente da sua bolsa.
— Ok — concordo com a cabeça.
— Onde encontrou aquela garota? — sua pergunta junto com o semblante preocupado em seu rosto me faz respira fundo e mentalmente peço para que ela tivesse me questionado sobre o desaparecimento da sua erva ao invés disso.
— E por que ela parece que não gosta de contato humano? — antes que eu pudesse responder minha mãe, Denis Holden questiona e adota uma careta, como se fosse extremamente surreal algumas pessoas não gostarem de ser tocadas.
No entanto, até compreendo meu pai... Pra ser sincero, eu achava a mesma coisa antes de iniciar a faculdade e descobrir que há mundos e universos dentro de cada ser humano. Há medos e sorrisos... E infelizmente cursar o que curso, está me mostrando que geralmente existe pessoas com mais medos que sorrisos.
— E céus! Por que ela é tão arrogante? — Donna lança sua súbita pergunta e une ainda mais suas sobrancelhas, da mesma forma do dia em que descobriu que suas ervas na verdade não haviam sumido misteriosamente e sim ido "misteriosamente" parar no bolso do meu pai.
— E por que vocês estão tão sujos? — meu pai ri ao me questionar, assim que minha mãe termina de pronunciar a sua pergunta.
— E por que ela pensa que pode mandar em você? — Makuhine aperta minha mão na sua e meus olhos acabam rolando para nossos dedos entrelaçados.
— Certo... São muitas perguntas — resmungo soltando um suspiro e retiro meus dedos de dentro dos seus, ficando apenas segurando sua mão, já que o significado de dedos entrelaçados para mim mudou completamente agora que conheci Ane.
De todas as vezes que imaginei um cenário enquanto dirigia para cá, nenhuma vez pensei que Ane teria aquela reação ao conhecer meus pais... Não que eu estivesse esperando que ela abrisse seu sorriso perfeito e os beijasse, como se os adorasse. Apenas pensei que ela iria, ao menos, abraçá-los, nem que rapidamente, no mesmo estilo de abraço estranho que uma vez ela me presenteou, por pura educação. Vê-la — literalmente — pedindo para que eu "afastasse" minha mãe de si, foi algo que me incomodou, mas que eu não podia reclamar, já que ninguém é obrigado a absolutamente nada.
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Talvez Apaixonados
RomanceAne Prescott desde cedo entendeu que para ser notada entre seus familiares; teria que se destacar. Não importasse como, afinal ela é uma Prescott e nada nem ninguém fica acima de um Prescott. Ane sempre foi a aluna nota 10, a princesa nas peças da e...